O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) denunciou o prefeito de Marataízes, Robertino Batista, por corrupção e pediu o afastamento dele do cargo. Tininho foi um dos alvos da Operação Rubi que, em maio, levou a prefeita de presidente Kennedy, Amanda Quinta, à prisão.
Na ocasião, ele também chegou a ser preso em flagrante devido à posse ilegal de uma arma e logo em seguida foi liberado.
A denúncia criminal, à qual A Gazeta teve acesso, é assinada pelo subprocurador-geral de Justiça Judicial, Josemar Moreira, e datada de 14 de novembro. O caso está sob relatoria do desembargador Fernando Zardini e tramita na 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Espírito Santo.
O afastamento do prefeito deve durar 180 dias, no entendimento do MPES. Para o órgão, há evidências de que o prefeito mantém "relação não republicana fomentada pelo repasse de vantagens indevidas, in natura ou não" por parte de empresários.
Em um dos casos, a denúncia narra, com transcrição de conversas telefônicas e via aplicativo de mensagens, que o prefeito chegou a ser presenteado com o custeio de hospedagem e ingressos "para os espetáculos Cirque de Soleil e O Fantasma da Ópera", em São Paulo. A viagem ocorreu em abril e também contou com a participação das respectivas esposas dos envolvidos.
O "mimo" foi pago por dois empresários também alvos da Operação Rubi, Marcelo e José Carlos Marcondes. Eles também foram denunciados.
"Os Marcondes planejavam pagamento de vantagem indevida ao prefeito como contraprestação à conclusão de contrato e ao pagamento pelo município de R$ 4 milhões em favor da empresa Limpeza Urbana", registra o MPES.
Em uma das conversas telefônicas com José Carlos, Marcelo ressalta: "Isso (a viagem para assistir aos shows com o prefeito) é interessante pra gente porque a gente tem quase R$ 4 milhões para receber e vamos receber".
A Gazeta tentou contato com Robertino Batista e seu advogado, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O advogado de Marcelo Marcondes, Roberto Butter, disse não ter ciência da denúncia e que, por isso, não poderia tecer comentários a respeito.
A reportagem também telefonou para um número de José Carlos Marcondes que consta na denúncia, mas o telefone estava desligado. José Carlos Marcondes já foi alvo de outra denúncia na Rubi e tem um mandado de prisão. Ele está foragido.
A apresentação da denúncia não significa que os três já são réus e tampouco condenados no âmbito da Operação Rubi. Caberá à 2ª Câmara do TJ decidir se recebe a denúncia, o que os levaria ao banco dos réus. O afastamento cautelar do prefeito também depende da definição do colegiado. O MPES já havia solicitado, na própria Rubi, a saída temporária de Robertino do cargo, o que foi negado.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta