O acidente envolvendo um ônibus que tombou causou a morte de quatro pessoas neste sábado (02) na ES 164, que liga Cachoeiro de Itapemirim a Vargem Alta, no Sul do Estado, reacendeu mais uma vez a indignação dos moradores do entorno do distrito de Soturno. Eles relatam que uma intervenção na Curva da Morte, ponto que chegou a receber a visita de um especialista de São Paulo em 2017 para ver a possibilidade de criar áreas de escape, poderia diminuir os riscos de acidentes graves no local.
A batida envolvendo um ônibus de excursão que saiu de Minas Gerais com destino a Itaoca, praia em Itapemirim, deixou dezenas de feridos e quatro mortos. Passageiros afirmaram que problemas mecânicos aconteceram durante todo o trajeto, o acidente teria acontecido depois de uma possível falha no freio do ônibus.
Para quem mora na região, acidentes trágicos como o do fim de semana se tornaram algo comum em Soturno. No ano passado em setembro uma carreta perdeu o controle, entrou na empresa. A gente vive aqui diariamente com barulho de freadas e gente pedindo socorro, contou a auxiliar de escritório de uma empresa de mármore, Priscila Rodrigues.
Por conta do ponto perigoso, em 2017, o Departamento de Estradas de Rodagens (DER) convidou um engenheiro especializado em trânsito e autoridades dos dois municípios que cortam a rodovia para tentar criar áreas de escape. A ideia era colocar duas caixas de brita a alguns quilômetros do ponto e os motoristas que perdessem o controle da direção, teriam uma espécie de "acostamento" às margens da via para tentar evitar acidentes graves.
A intervenção nunca saiu do papel . A via ganhou ganhou radares, mas na visão dos moradores, não foi suficiente para reduzir os acidentes no local. As vezes os caminhões vem e param no radar de 40 km. Daqui a pouquinho, descem acelerados. Tem que ter algo a mais, pois o radar só não está dando certo, comenta a gerente Cláudia de Moraes.
O mesmo também pensa o comerciante Paulo Grolla. O que queremos são as caixas de brita. Veio técnicos de São Paulo e não atenderam a gente. Esta é a reivindicação do povo, todos querem isso. Os radares estão dando problema, comentou.
Procurados pela reportagem sobre a possibilidade de implantar a intervenção, o DER não cogitou criar as áreas. Informou apenas que os sete quilômetros da serra do Soturno estão em um trecho muito sinuoso que requer atenção redobrada dos motoristas por conta de sua inclinação. O órgão disse ainda que instalou ao longo da rodovia equipamentos de fiscalização eletrônica (radares) sendo dois no km 348,6 e km 349,2, próximos à descida da curva.
As prefeituras de Cachoeiro de Itapemirim e Vargem Alta também foram procuradas. A assessoria de imprensa da prefeitura de Vargem Alta disse que entrou em contato com o DER e que foi agendada uma reunião ainda esta semana com a equipe técnica para tentar uma solução para o caso.
Já a prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim afirmou que até hoje não foi procurada pelo DER.
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