A chuva de sexta-feira (17) deixou muitos estragos e um rastro de destruição em cidades do Sul do Estado. A Comunidade do Morro do Sal, zona rural de Vargem Alta, foi uma das mais atingidas conforme apurou a reportagem de A Gazeta, que está percorrendo os municípios da região desde a última segunda-feira (20).
Morro do Sal fica na Zona Rural de Vargem Alta. Para chegar até lá, dá para ir de carro até certo ponto e depois é preciso seguir a pé. A estrada que margeava o rio, por onde passavam os carros, praticamente desapareceu, não existe mais. O rio também levou várias pequenas pontes os poucos acessos que os moradores tinham para transitar de um lado do rio para o outro.
A única ponte que existe agora no local foi construída pelos próprios moradores no final de semana. Os carros, que estão dentro das garagens, não conseguem sair porque não têm por onde passar. A reportagem conversou com alguns moradores, muitos perderam o pouco que tinham. O senhor Ataíde Correia, de 69 anos, é um deles.
A água do rio subiu mais de cinco metros no Morro do Sal e mais de 20 casas desabaram. A localidade fica a cerca de 15 quilômetros do Centro de Vargem Alta. Elza Alves da Silva nasceu e foi criada na comunidade. Ela narrou os momentos de desespero em que os vizinhos passaram, e afirmou que deu abrigo para muitos deles.
Raíssa de Souza tem apenas 16 anos e já presenciou os piores momentos de uma enxurrada. Durante a enchente, ela conta que estava com os pais e o irmão dentro de casa, quando a água começou a subir. "Presenciamos o desabamento das casas, estava escuro e fazia muito barulho. A gente ouvia as pessoas pedindo socorro. Estamos com medo, mas não tem o que fazer, não temos aonde ir, como ir para outro lugar", lamentou.
Carlos Henrique Lage é morador do Morro do Sal desde 1980 e estava fora quando tudo aconteceu. Ele narra que, quando chegou, no sábado (18), a casa em que vivia tinha ido embora. "Não tinha ninguém dentro, mas eu tinha tudo e perdi tudo. É a segunda vez que perco tudo em enchente, a primeira foi no Natal de 2000. Estou abrigado na casa da minha cunhada hoje", disse.
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