O vice-prefeito de Iconha, Mauri Monteiro, afirmou nesta sexta-feira (27), sete dias após a grande enchente que devastou o município, que nunca tiveram conhecimento sobre o relatório do governo federal, por meio do Serviço Geológico Nacional, que alertava sobre as áreas de risco na cidade.
Esse trabalho foi feito em 2011 e, de lá para cá, o governo mudou e pode ter se perdido, porque não temos conhecimento desse trabalho. Desde o início da gestão, eu nunca ouvi falar desse relatório e fiquei sabendo, agora, por infelicidade dessa tragédia. São sete dias na lama, sofrendo, não é brincadeira não, disse Mauri.
Agora, o vice-prefeito fala em recuperar o material, tomar conhecimento do que realmente precisa ser feito, e dar os novos direcionamentos, considerando que o município todo pode ser considerado área de risco.
Quando se fala de risco em Iconha, o município todo é de risco. Estamos na beira do rio, ou estamos no morro. Agora é a hora, mais do que nunca, de retomar o relatório e fazer esse trabalho. O relatório deve estar guardado em algum lugar e depois de ter acesso, vamos chamar os governos estadual e federal e ver o que pode ser feito, afirmou.
Desde 2011, Mauri acredita que nenhuma foi feita na cidade para evitar uma tragédia como essa. Não sei o que aconteceu, nem por que as pessoas não foram dando continuidade a esse trabalho para ter evitado essa catástrofe. Mas, infelizmente, não foi feito e agora é preciso pensar diferente e procurar uma solução. Talvez fazer como em algumas cidades do Rio de Janeiro, que tem o sistema de compotas para segurar a água para que não desça com muita velocidade, como veio dessa vez.
O vice-prefeito explicou que as equipes não tiveram tempo de planejar futuras ações de caráter preventivo. Hoje faz sete dias nessa luta, nós não temos tempo nem de sentar e chorar, temos que chorar em pé e trabalhar. Depois, temos que correr atrás para tentar mudar a realidade daqui para frente. É muito sofrimento, não é fácil não", desabafou.
Sobre uma possível retirada de construções às margens do rio, incluindo diversas residências, ainda não se sabe como será conduzido todo o processo de desapropriação. Não sabemos se era para ter retirado casas da beira do rio ou se era para fazer compotas nas cabeceiras com sistema de barragens. A cidade é uma área de risco total. É preciso estudar de novo e procurar ajuda, porque uma prefeitura pequena não tem condição de fazer um trabalho tão grande como esse.
Ele ressaltou também que todas as construções são antigas e não tem para onde levar as residências. Tem que ter um lugar para essas casas da beira do rio. Iconha tem 100 anos e tem 100 anos que essas casas estão lá, hoje, a secretaria de meio ambiente tem esse cuidado de não deixar construir mais. É uma situação difícil, ressaltou.
Localidade Jardim da Ilha (Ilha das Flores)
Problemas:
O que precisa ser feito:
Rio Iconha
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