Quando a palavra sustentabilidade quase não era conhecida, seu João Baptista Martins, de 85 anos, já colocava em prática tudo que ela representa. Aprendeu com o pai a importância de cuidar do meio ambiente e sabe que com a preservação é possível ter água, vida e o mais importante: futuro.
O produtor rural, do interior de Rio Novo do Sul, é exemplo para milhares de pessoas. Sua propriedade tem seis hectares - equivalente a seis campos de futebol - de mata nativa. Uma pequena floresta densa, com árvores de mais de 90 anos. Mas quando o pai adquiriu a propriedade, nada disso existia.
E o amor pela natureza, passado de pai para filho, foi reconhecido em 2018, quando João Martins ganhou o Prêmio Biguá de Sustentabilidade, na categoria Produtor Rural. O reconhecimento, na ocasião, rendeu algumas mudanças. A pequena floresta passou a receber mais visitas e a luta pela sustentabilidade ganhou força.
Segundo João Martins, o pai dele, seu Marcelino Martins, tinha o dom de conversar com as árvores. Ele falava que iria deixar elas crescerem e elas respondiam dizendo que no futuro iriam contribuir fazendo com que as nascentes voltassem a jorrar água. E hoje, temos muita água em nossa propriedade, relembra.
Foi justamente esse dom de conversar com as árvores que inspirou João Martins a escrever o livro "O bosque que fala".
"No Silêncio da Natureza reside toda sabedoria, as árvores não falam a língua dos homens, mas elas são testemunhas do tempo". Essa é a frase de abertura da obra, que imortalizou em palavras um trabalho de mais de 100 anos de história. A produção traz desde quando tudo era lavoura, até formar o bosque, passando pelos principais parceiros que contribuíram para o trabalho.
Lancei o livro no ano passado e tem tido muito sucesso. Conto um pouco da história da pequena floresta, e também de todo mundo que ajudou como o projeto Biguá de Sustentabilidade, o Jornal do Campo e a TV Gazeta, entre outros, explica João Martins.
No livro, o produtor fala das mais de 10 mil árvores plantadas, sendo que algumas receberam o nome de pessoas que fizeram parte da história do local. Agora, ele pensa em escrever mais um. Percebo que os jovens e as crianças estão preocupados com a preservação ambiental e quem sabe não escrevo um livro para eles?, destaca João Martins.
Ainda de acordo com ele, quando se pensa no passado, é uma forma de pensar no futuro. Se ações como a da família de João Martins não continuarem sendo feitas, não existirá mais história para ser contada. Eu ainda continuo plantando árvores para que daqui a 100 anos, elas possam continuar falando com outras pessoas, finaliza.
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