Uma operação policial em Marataízes, Litoral Sul do Estado, fechou um laboratório clandestino em que fazia a fabricação de álcool em gel sem nenhum controle sanitário. A ação, com o apoio da prefeitura do balneário, aconteceu nessa quinta-feira (19). Ao todo, 97 frascos contendo o gel foram apreendidos.
Segundo a Polícia Civil, dois policiais estiveram em uma drogaria do município e notaram que entre os itens comercializados no local havia frascos plásticos sem nenhum rótulo ou descrição do conteúdo, e outros com rótulos suspeitos. Ao questionarem sobre o conteúdo dos potes, foram informados que tratava-se de álcool em gel.
Nós instauramos um Inquérito Policial e solicitamos um mandado de busca e apreensão, que foi expedido pela justiça e cumprido na data de ontem. Fomos até a drogaria, onde apreendemos os frascos que foram vistos pelos policiais na véspera, e também fomos até o local onde o produto era fabricado e encontramos maquinário e material para a produção de álcool em gel, explicou o titular da Delegacia de Polícia de Marataízes, delegado Renato Barcellos.
As buscas foram realizadas com o apoio de uma equipe da vigilância sanitária do município. A fábrica funcionava em um edifício de três andares, com muros altos, sem nenhuma identificação, e não possuía autorização da vigilância sanitária. Produtos químicos eram armazenados de forma improvisada e os equipamentos não apresentavam condições mínimas de higiene.
O rótulo usado em parte das embalagens trazia dados de uma fábrica registrada no Rio de Janeiro, com atividades suspensas desde 2018. A pessoa responsável pela fabricação e venda do produto no Espírito Santo era o dono da fábrica no Rio de Janeiro e usava o CNPJ da empresa de forma irregular.
Ele alegou que viu pela TV que o governo iria autorizar novas empresas a fabricar álcool em gel, e decidiu se antecipar, retomando a atividade que desempenhava no Rio de Janeiro. No entanto, ele estava ciente de que a atividade era irregular, alegando, inclusive, que iria regularizar a fábrica em breve, relatou o delegado.
O material será encaminhado para a perícia, que vai determinar exatamente que tipo de produto era comercializado. A fábrica clandestina foi interditada pela vigilância sanitária, mas a drogaria foi autorizada a manter as atividades.
O responsável foi autuado em flagrante por fabricar e expor à venda produto para fim terapêutico sem registro no órgão de vigilância sanitária e encaminhado ao Centro de Detenção Provisória de Marataízes. O inquérito segue em andamento e, após a conclusão da perícia, ele poderá responder por outros crimes.
A orientação do delegado para casos como este é que a população jamais compre produtos sem rótulo ou descrição e sempre verifique a procedência do material, que deve estar explícita na embalagem. Em caso de dúvidas, os órgãos de vigilância sanitária devem ser acionados e, se for constatado alguma adulteração ou comércio ilegal, a Polícia Civil deve ser acionada.
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