Pelo menos dez pessoas perderam suas vidas em meio a tragédia que assola o Espírito Santo. A intensidade da força da natureza e os efeitos poderiam ser minimizados com intervenções do poder público. Até a tarde desta segunda-feira (27), 11,18 mil moradores do Sul do Estado estão fora de casa e 23 municípios foram afetados. Os números impressionam, mas as histórias por trás deles mais ainda.
Desde o dia 17 deste mês, quando as chuvas intensas começaram no Estado, além de suas casas, as pessoas também perderam parentes, amigos e conhecidos. As vítimas dessa tragédia perderam suas vidas tentando escapar da enchente, dormindo ou na volta para casa. Veja abaixo as histórias delas.
O comerciante Alex Hantequeste Sofiere morava em Rio Novo do Sul, mas estava na localidade de Bom Destino, em Iconha, quando a chuva começou no último dia 17. Alex tinha um comércio na localidade e, naquela noite, foi levado pela enxurrada. O corpo do rapaz foi encontrado por populares no Rio Iconha, no bairro Ilha do Coco, na noite de domingo (19), dois dias depois da chuva.
Alaércio Tavares, de 52 anos, morreu em um soterramento na localidade de Recreio, em Alfredo Chaves, durante as chuvas do dia 17. O corpo dele foi encontrado no sábado (18).
O aposentado Antenor Sabino voltava da igreja, na noite de sexta-feira (17), quando foi arrastado pela correnteza que atingiu o distrito de Bom Destino, Iconha, onde morava. Ele estava parado em um ponto de ônibus quando três casas que ficavam ao lado do local foram arrastadas pela força das águas do rio, que havia subido cinco metros devido ao temporal. O corpo de Antenor foi encontrado na manhã do dia 18 por um amigo.
O casal Antônia Belarmino e Osvaldo Barbosa foi encontrado soterrado no domingo dia 19. Eles estavam em casa, por volta das 23 horas do último dia 17, quando a estrutura da residência foi atingida por um deslizamento, no bairro Cachoeirinha, em Alfredo Chaves. O neto deles, Luan da Silva, 30 anos, também ficou debaixo dos escombros, mas foi resgatado com vida por vizinhos e familiares.
No dia 17, Ceny estava em sua casa no bairro Santa Luzia, em Iconha, quando o temporal começou. Vizinhos contaram que ela subiu no telhado da casa para fugir da enchente. Foi então que a correnteza destruiu o imóvel e Ceny foi levada pelas águas. O corpo dela foi encontrado por moradores no dia 21.
Uma criança de 11 anos morreu soterrada na comunidade de Taquarussu, em Conceição do Castelo, na madrugada de sábado (25). Lucas Almeida Zuccon estava dormindo quando a terra caiu sobre o quarto. O enterro foi no domingo (27), no cemitério localizado na comunidade de Santa Luzia.
No dia 24, na localidade de Córrego Santa Clara, em Iúna uma criança foi soterrada na casa dos pais. O corpo foi encontrado na manhã do dia 25 e teve que ser resgatado por um helicóptero do Notaer por causa da dificuldade de acesso ao local. A identidade da criança não foi divulgada.
O agricultor morreu soterrado na casa onde morava na localidade de Campinho, em Iconha. Por volta das 22 horas, durante o temporal do dia 17, um barranco caiu em cima da casa que morava. O corpo dele foi retirado dos escombros por vizinhos, no dia seguinte. As estradas da comunidade ficaram bloqueadas e o resgate do corpo dele teve que ser feito de helicóptero.
Jovem, 19 anos, Cachoeiro de Itapemirim
Uma jovem de 19 anos, ainda não identificada, morreu após ser arrastada pela água na Avenida Beira-Rio, em Cachoeiro de Itapemirim, na noite da última sexta-feira (24) Segundo a Defesa Civil municipal, a vítima, que tinha transtornos mentais, chegou a ser resgatada três vezes, mas sempre voltava para um ponto de ônibus às margens do rio, onde acabou sendo arrastada pela força da correnteza que se formou no local.
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