Estudos periciais concluíram que o motorista Wagner Nunes de Paulo dirigia o carro a 135 km/h — mais que o dobro da velocidade máxima permitida na Rodovia Darly Santos, em Vila Velha — quando atingiu a moto em que estavam Amanda Marques Pinto, de 20 anos, e o namorado dela, Matheus Jose Silva, de 23, que era quem pilotava veículo. O acidente ocorreu em abril deste ano e a jovem morreu no local.
O laudo técnico foi assinado por dois peritos da Polícia Civil, na última quarta-feira (4). No documento, consta que a velocidade média foi identificada após análise de imagens do acidente e medições feitas no próprio local. Há uma margem de erro de 10 km/h para mais ou para menos (de 125 a 145 km/h).
Assistente de acusação, o advogado Fábio Marçal ressaltou que a conclusão do laudo pericial é "extremamente positiva", tendo em vista que deve colaborar para que o acusado permaneça preso, mesmo após a primeira audiência de instrução e julgamento do caso, que está marcada para o próximo dia 19.
"O delegado, sabiamente, pediu uma perícia durante o inquérito. Ficamos aguardando e cobrando agilidade, porque correria o risco dele (Wagner) sair em liberdade. Ele estava mais que o dobro da velocidade permitida e vamos lutar para ele permanecer preso durante todo o processo", disse.
"Uma pessoa que dirige dessa forma sabe que um acidente provavelmente levará a óbito o outro condutor. Já ele, com um veículo maior e airbag, provavelmente não vai sair ferido. E foi exatamente isso o que aconteceu: ele saiu ileso, mas levou a óbito uma pessoa e deixou sequelas em outra", reforçou.
A jovem Amanda Marques estava na garupa de uma moto dirigida pelo então namorado Matheus José da Silva. Ele ficou internado dez dias por causa do acidente e deixou o hospital em uma cadeira de rodas, podendo ter a necessidade de realizar uma cirurgia na coluna. A memória dele também ficou comprometida.
O advogado Ramon Coelho Almeida, que faz a defesa de Wagner Nunes de Paulo, afirmou que ainda não teve acesso ao laudo e disse que se pronunciará apenas nos autos do processo. O cliente dele segue preso preventivamente no Centro de Detenção Provisória de Viana II, segundo a Secretaria Estadual de Justiça (Sejus).
Em maio deste ano, o motorista foi denunciado pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) por homicídio qualificado e por tentativa de homicídio qualificado. Investigações realizadas pela Polícia Civil também indicaram que ele dirigia sob efeito de álcool e tentou fugir do local após a batida.
O acidente que tirou a vida de Amanda e mudou drasticamente a de Matheus aconteceu na noite de 17 de abril deste ano. O casal voltava de moto da casa da mãe da jovem pela Rodovia Darly Santos. Quando passavam pelo bairro Jardim Asteca, eles foram atingidos pelo carro dirigido por Wagner Nunes de Paulo.
O motorista de 28 anos atingiu a traseira da moto. Com a força do impacto, as vítimas foram arrastadas por cerca de 50 metros até o veículo parar. A jovem Amanda morreu no local, enquanto o namorado foi socorrido em estado grave para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), em Vitória.
Apesar de detido no local do acidente, Wagner teria tentado arrancar com o carro para fugir, sendo impedido por testemunhas, que também afirmaram que o motorista estava embriagado e dirigindo em alta velocidade. Na ocasião, um policial civil amigo da família teria tentado retirá-lo da cena e ameaçado pessoas.
Após as investigações, a Delegacia de Delitos de Trânsito concluiu que o condutor tinha ingerido bebida alcoólica durante uma festa. A Polícia Civil e a Polícia Militar iriam investigar as atitudes adotadas no atendimento ao acidente, que não incluiu, por exemplo, um teste toxicológico, diante da recusa do bafômetro.
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