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Criança morre após acidente na Rodovia das Paneleiras, em Vitória

Criança morre após acidente na Rodovia das Paneleiras, em Vitória

Lara Thayte estava com o pai em uma moto quando foram atingidos por um carro na via; a menina foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos

Publicado em 13 de julho de 2024 às 14:56

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Era para ser uma temporada de diversão durante as férias no Espírito Santo, mas a viagem da pequena Lara Thayte Ribeiro de Oliveira, de 9 anos, terminou em tragédia. Ela morreu após um acidente na Rodovia das Paneleiras, em Vitória, apenas dois dias após chegar ao Estado para visitar o pai e a família paterna. O motorista envolvido na batida foi liberado pela polícia. 

Conforme boletim de ocorrência recebido pela mãe de Lara, a universitária e analista de rede Patrícia Cássia Ribeiro dos Santos, 37 anos, pai e a filha seguiam de moto no sentido Vitória-Serra, quando foram atingidos por um Onix branco, conduzido por um motorista de 33 anos. No asfalto, uma marca de freada de 52 metros entre a faixa do meio e a da direita, na qual estava jogada a motocicleta. 

No local, o motorista foi submetido ao teste do bafômetro, que deu negativo e, então, liberado. O pai foi levado para o Hospital Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, e Lara para o Hospital Infantil de Vitória, ao qual a menina já chegou em estado grave e não resistiu. 

A viagem

Numa conversa entrecortada por choro e declarações de amor, Patrícia refaz em mente tudo o que aconteceu nos dias que antecederam a viagem. As duas moravam em Fortaleza, no Ceará, desde que a analista se separou. Lara havia pedido para a mãe levá-la para visitar o pai nas férias. Ela juntou dinheiro e comprou as passagens aéreas, com previsão de retorno para casa apenas no dia 28 de julho. 

Mãe e filha desembarcaram em Vitória no domingo (7) pela manhã. Foram recebidas pelo pai de Lara e levadas para a casa da família, em Cariacica. Eles almoçaram por lá e Patricia ficou apenas até o início da tarde porque iria embarcar, desta vez de ônibus, para São Paulo, onde fica a sede da empresa em que trabalha. Ela voltaria para Vitória no final do mês para buscar a filha e retornarem juntas a Fortaleza. 

"Quando me deixaram na rodoviária, eu falei: 'Se cuida e se comporta'. E ela me respondeu: 'Relaxa, mãe, que eu estou bem'. E vi ela indo embora com o pai", recorda. Naquele domingo à noite, Lara, que é de família evangélica, foi à igreja e cantou com outras crianças.

Patrícia, que se diz 'pegajosa', havia prometido a filha não ficar mandando mensagem ou ligando para deixá-la à vontade na temporada no Espírito Santo. Assim, na segunda-feira (8), as duas não chegaram a conversar. Ao longo do dia, a menina passeou com o pai. Poucas horas antes do acidente, foram ao cinema e Lara escolheu o próprio lanche em um totem do shopping. Foi de lá que saíram e foram atingidos pelo carro. O documento sobre o acidente marca que a colisão ocorreu às 23h54.

No início da madrugada da terça (9), já dormindo, Patricia recebeu uma ligação informando sobre o acidente. "Quando o telefone tocou, já levantei desesperada e fiquei perguntando: 'O que aconteceu com a Lara, o que aconteceu com minha filha?' Naquele momento, disseram só que ela estava no hospital".

A mãe conseguiu pegar um voo ainda na madrugada e chegou em Vitória pela manhã. No aeroporto, recebeu a notícia da morte da Lara. 

Aspas de citação

Meu chão abriu, entrei em desespero. Eu levei minha filha viva, com saúde, e ela estava morta!

Patrícia dos Santos
Mãe de Lara Thayte
Aspas de citação

Não bastasse a dor da perda, Patrícia precisou cuidar de toda a burocracia para liberação do corpo da filha porque o ex-companheiro permanecia no hospital, do qual só recebeu alta na quarta (10), segundo ela, para o sepultamento de Lara, realizado em um cemitério de Cariacica. 

Lara Thayte Ribeiro de Oliveira em dois momentos de diversão
Lara Thayte Ribeiro de Oliveira em dois momentos de diversão. (Acervo Pessoal)

Indignação

Indignada com as circunstâncias do acidente, Patrícia espera que a justiça seja feita por sua filha. Pelas informações que recebeu de testemunhas do acidente, o motorista do carro dirigia em alta velocidade e "costurando" na rodovia, o que teria levado à colisão. 

"Eu só quero justiça! Ela era tão doce, tão amável. Era tudo o que eu tinha! Sei que nada vai trazer minha filha de volta, mas esse motorista não pode ficar impune depois de matar a minha filha. Estamos todos devastados", desabafa Patrícia. 

A Polícia Militar foi procurada para mais informações sobre o caso, mas não retornou até a publicação da reportagem. Já a Polícia Civil informa que o caso segue sob investigação da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (DDT) e não há detalhes que possam ser repassados, no momento. O nome do motorista envolvido no acidente fatal não foi divulgado.

O pai também foi procurado, mas, em resposta à mensagem se tinha condições de falar sobre o assunto, disse "não". Por essa razão, a reportagem optou por não identificá-lo no texto. 

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