Após reclamações feitas por leitores de A Gazeta a respeito da faixa vermelha colocada logo depois das faixas de pedestres na nova Avenida Vitória, em razão de o material aplicado favorecer a derrapagem de veículos, a Prefeitura Municipal de Vitória (PMV) deu início nesta quinta-feira (17) a um procedimento de fresagem no local. O objetivo é aumentar a aderência no trecho, que fica no início da Curva do Saldanha. A Avenida Vitória é uma das principais vias da Capital e foi entregue, reformada, no dia 8 de setembro.
De acordo com o secretário municipal de Obras e Habitação (Semohab), Weverton Moraes, a tinta é a mesma usada nas faixas de pedestres em todo o Estado. "O que muda é a coloração. E as faixas de pedestres não causam deslize. Mas tendo em vista que o ponto questionado fica no início de uma curva acentuada, a Curva do Saldanha, e que alguns carros passam com alta velocidade, fizemos uma pequena fresagem para dar mais aderência", explicou.
Ainda segundo a autoridade, por ser um asfalto novo, com tinta nova, somado ao fato de ser uma curva, naturalmente os carros fazem algum tipo de deslize. "Mas não quer dizer que haja risco. De todo modo, o procedimento já foi iniciado, possivelmente amanhã (18) ou depois (19) estará pronto. É importante destacar que a obra foi entregue recentemente, mas que ela ainda está na garantia, então todos os ajustes necessários serão feitos sem custo para o munícipe. E o procedimento é natural em uma obra grande como esta", acrescentou.
O engenheiro civil Ricardo Guariento, presidente em exercício do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia no Espírito Santo (Crea-ES) apontou um possível erro no projeto ou na execução das faixas, mas Moraes não concorda. Ele afirma que foi aplicada a mesma especificação de tinta que é feita em todas as faixas do município. "Por ser uma curva acentuada e com pintura nova, constatamos que há algum tipo de deslize, mas sem risco aos usuários", destacou novamente.
Para o engenheiro civil Ricardo Guariento, a tinta utilizada no trecho de início da Curva do Saldanha aparentava não ser antiderrapante, como deveria ser o caso. "O que é importante deixar claro é que todas as vezes que vai se executar um trabalho de engenharia, o desenvolvimento de um projeto, todas as questões devem ser pensadas antes. Ou seja, nós tivemos um problema de projeto ou de execução. O projeto deveria especificar a tinta, que no caso aparentemente não era antiderrapante, e o produto aplicado deveria estar de acordo", iniciou.
Segundo o especialista, haveria a necessidade de se constatar onde houve o equívoco, se na especificação do material no projeto ou no material de fato aplicado. "O risco que este material apresenta é que no seco é de pouca aderência, molhado então vira um sabão. Eu sou motociclista, só ando de moto, o que é pior. Tudo nos leva a crer que não é antiderrapante a tinta e os riscos de acidentes são consideráveis", afirmou em entrevista concedida.
O fotógrafo de A Gazeta Carlos Alberto Silva, esteve no local e fez imagens da passagem de veículos no trecho. No vídeo é possível ouvir o barulho que era causado pelo atrito dos pneus sobre a faixa. Assista.
Segundo relatou o técnico em mecânica e morador da região, Alessandro Herzog, de 40 anos, na última segunda-feira (14) um motociclista teria derrapado na faixa vermelha e caído no chão. "Ele arrastou no chão uns 30 metros. Não se machucou muito e, como era cedo, deu sorte que tinha pouco carro atrás e conseguiram desviar. Está muito perigoso! Vai acontecer um acidente grave, principalmente quando chover", disse na ocasião.
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