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Vale
Muito se tem falado sobre as mudanças climáticas e suas consequências, principalmente com relação ao aquecimento médio global, que pode chegar a mais de 3,5ºC, ainda neste século, de acordo com a ONU. Nas cidades, o aumento pode chegar a cerca de 5ºC, visto que são regiões densamente povoadas, com pouca cobertura florestal, o que pode causar maiores transtornos para a população e para a economia.
Para ter ideia do tamanho da gravidade das questões ligadas ao clima, durante um dos painéis do Climatempo Sustainability Summit, no final de junho, foi ressaltado que a frequência de desastres naturais subiu de 183 fenômenos por ano, registrados de 1980 a 1999, para 384 por ano, de 2000 a 2019.
No início de 2020, a população e a economia sofreram com as fortes chuvas que causaram enchentes mobilizando todo o Estado. Foram mais de 12 mil pessoas desalojadas em 27 municípios, nove mortes e alerta máximo decretado por 22 cidades por conta do risco de alagamentos ou deslizamentos de terra. Segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), o prejuízo, em todo o Estado, chegou a R$ 88 milhões no setor agropecuário.
Já no início de 2021, a Coordenação de Meteorologia do Incaper registrou chuvas abaixo da média em todo o Espírito Santo e um inverno mais frio, com queda de temperatura de 5ºC e tempo extremamente seco, colocando 35 cidades em alerta para as baixas temperaturas.
Isso mostra que o planeta chegou a um limiar em que é preciso urgentemente buscar soluções para conter as mudanças climáticas. Uma das convenções mais importantes para o clima, que culminou na assinatura do Acordo de Paris, aconteceu em 2015 e reuniu líderes de 195 países. Foi estabelecido um limite máximo de aumento da temperatura média global de até 2ºC, até o ano de 2100, que seria viabilizado por meio da redução das emissões de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.
Agora, empresas e países buscam soluções e políticas sustentáveis. Um exemplo nesse sentido é a Vale, que estabeleceu como meta se tornar uma empresa carbono neutra até 2050.
Para isso, a companhia vem traçando metas intermediárias: redução de 33% da emissão de gases de efeito estufa até 2030, com base nas emissões do ano de 2017, e redução de 15% das emissões líquidas da cadeia de valor até 2035, com base nas emissões de 2018.
“Esta agenda é fruto de um processo de escuta, alinhado com uma demanda real da sociedade relacionada à mudança climática por uma redução robusta nas emissões diretas e indiretas. Estamos dando mais um passo na construção de um novo pacto com a sociedade, com transparência e responsabilidade”, disse o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, quando a meta foi divulgada, em 2020.
A Vale irá investir até US$ 6 bilhões para reduzir em 33% suas emissões absolutas diretas e indiretas (escopos 1 e 2) até 2030. As emissões diretas são provenientes de operações próprias, já as indiretas têm origem externa ao processo produtivo, como o consumo de energia elétrica.
Com a iniciativa, a Vale pretende se transformar em uma empresa com emissão líquida zero nos escopos 1 e 2 em 2050, liderando o setor para uma mineração carbono neutra. A empresa estabeleceu o Fórum de Baixo Carbono, grupo liderado pelo presidente, Eduardo Bartolomeo, composto por vice-presidentes executivos e empregados de diversas áreas da empresa, cujo objetivo é guiar a implementação e a entrega dos compromissos assumidos.
Estão sob análise mais de 40 tipos de iniciativas por meio da “Curva de Custo Marginal de Abatimento”, ferramenta que permite a ordenação de projetos em termos de custos e potenciais de redução de emissão. Há projetos de uso de eficiência energética, eletrificação de mina e ferrovia, uso de biocombustíveis em substituição ao carvão e de energia renovável, já que uma das metas da Vale é ter 100% do consumo de energia elétrica de fontes renováveis, como eólica e solar, até 2030 globalmente.
A intensificação do aquecimento global provoca as alterações do clima e, consequentemente, aumenta a frequência de eventos climáticos extremos. Tais mudanças climáticas estão relacionadas ao aumento de emissões globais de gases de efeito estufa.
As emissões de dióxido de carbono (CO2) são responsáveis pelo aumento da temperatura média global, que já subiu quase 1°C desde o fim do século XIX.
De acordo com a ONU Meio Ambiente, as emissões globais de gases do efeito estufa em 2030 precisam ser de 25% a 55% menores do que em 2018 para limitar o aumento de temperatura média da Terra a entre 1,5°C e 2°C, limite considerado seguro por cientistas. Uma das formas de contribuir com esse objetivo é reduzir e/ou neutralizar as emissões de carbono.
Ser carbono neutra significa calcular o total das emissões, reduzir onde é possível e balancear o restante das emissões através da compensação. A compensação das emissões pode ser feita pela compra de créditos de carbono ou na recuperação de florestas em áreas degradadas.
O Acordo de Paris é o arcabouço regulatório vigente entre a realidade atual e o final do século. Aprovado em 2015 e assinado por 195 países, o Acordo de Paris limitou o aquecimento global em menos de 2ºC e tem objetivo de somar esforços para restringir em 1,5°C.
São as emissões provenientes das operações da empresa devido ao consumo de diesel, gás natural, carvão, gasolina por exemplo.
São emissões indiretas advindas do consumo de energia elétrica ou vapor. Não são gerenciadas diretamente pela empresa.
São as emissões da cadeia de valor da Vale, por exemplo: transporte terceirizado, fornecedores, e emissões dos clientes devido ao processamento e uso dos nossos produtos, a exemplo das emissões da indústria siderúrgica.
O ano-base usado no cálculo da meta carbono foi o de 2017, quando a Vale emitiu 14,1 milhões de toneladas de CO2 equivalente (MtCO2e). O objetivo é reduzir para 9,5 MtCO2e em 2030.
Paralelamente aos projetos para desassociar sua produção da emissão de carbono, a Vale irá restaurar e proteger mais 500 mil hectares de floresta nativa até 2030. Hoje, a empresa já ajuda a proteger mais de 1 milhão de hectares no mundo.
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