Muito se fala das consequências do aquecimento global e das mudanças climáticas geradas a partir disso. O ser humano é um dos principais responsáveis pelo rápido aumento dos níveis de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, que é o causador do efeito estufa e, consequentemente, do aquecimento da Terra e das mudanças climáticas. Mas como evitar isso sem prejuízo para a economia?
Uma das alternativas é o sequestro de carbono, que corresponde a um processo para a retirada do gás carbônico da atmosfera. E como isso é feito? Na natureza, é por meio da fotossíntese da vegetação e da absorção desse gás pelos oceanos e solo.
Em busca da sustentabilidade, governos e empresas também têm realizado ações de sequestro de carbono, balanceando, dessa forma, a emissão de gases provocada por suas atividades.
Uma dessas ações é promover a recuperação de áreas e o plantio de novas florestas, o que possibilita gerar também novos negócios de impacto positivo para o meio ambiente.
Segundo a diretora do Fundo Vale, Patrícia Daros, a Vale, que já ajuda a conservar e proteger mais de 1 milhão de hectares de florestas no mundo, se comprometeu a proteger e recuperar mais 500 mil hectares até 2030. A meta é considerada uma das mais robustas do setor de mineração e vai ao encontro dos objetivos da empresa de se tornar carbono neutra até 2050.
“Em 2020 reafirmamos nosso compromisso de ajudar a conter o avanço do aquecimento global, causado pela emissão de gases de efeito estufa. Estabelecemos a meta de chegar a 2050 como uma empresa carbono neutra. Isso significa reduzir não só as nossas emissões como influenciar nossa cadeia de valor”, observa Daros.
No ano passado, a Vale firmou parceria com quatro unidades de conservação (UCs), que somam 53 mil hectares. São três no Espírito Santo (Floresta Nacional de Goytacazes, Reserva Biológica de Duas Bocas e Monumento Natural Estadual Serra das Torres) e uma no Rio de Janeiro (Parque Estadual Cunhambebe). Este ano, segundo a empresa, a previsão é de chegar a pouco mais de 100 mil hectares de áreas protegidas em parcerias.
Duas das Unidades de Conservação no Espírito Santo já receberem apoio nas atividades de proteção ecossistêmica são administradas pelo governo do Estado e totalizam mais de 13 mil hectares. Trata-se do Monumento Natural Estadual Serra das Torres (Monast), que fica em Atílio Vivácqua, Mimoso do Sul e Muqui; e da Reserva Biológica Duas Bocas (REBio Duas Bocas), localizada no município de Cariacica.
“Dentro do compromisso assumido pela Vale de recuperar e proteger mais 500 mil hectares de áreas até 2030, além de suas fronteiras está a proteção de 400 mil hectares de floresta, principalmente em parceria com Unidades de Conservação. Foram escolhidas duas unidades no Espírito Santo, sob gestão do Iema, para serem beneficiadas pelo acordo. São recursos importantes para a gestão e a proteção da biodiversidade em cada uma delas”, afirmou o gerente de Recursos Naturais do Iema, José de Aquino Machado Júnior, durante a assinatura do acordo.
Entre as ações que serão realizadas estão contratação de serviço de vigilância ambiental; contratação de brigada de incêndio; aquisição e manutenção de equipamentos; implantação de sistemas de monitoramento ou de comunicação; cercamento de áreas; além de atividades de educação ambiental.
Com o convênio, essas unidades também passam a ser acompanhadas pelo Sistema de Gestão Integrada de Áreas Protegidas (SGIAP), um software utilizado pela Vale para armazenar, organizar e integrar dados de áreas ambientais.
Esse sistema é utilizado como ferramenta de monitoramento em duas áreas naturais já protegidas pela Vale no ES: a Reserva Natural Vale (RNV), em Linhares, e a Reserva Biológica de Sooretama, sob gestão do ICMBio, em Sooretama. A partir desses dados, será possível desenvolver estratégias mais eficazes para contribuir com a conservação da biodiversidade.
“Estamos avançando com iniciativas concretas, e a Reserva Natural Vale terá papel fundamental em nossa meta de recuperar e proteger além das nossas fronteiras e do que já protegemos hoje. Protegemos ou ajudamos a proteger cerca de 51 mil hectares de áreas florestais no Espírito Santo além da meta. É com esse propósito que formalizamos os acordos de cooperação técnica para proteção dessas unidades de conservação”, destaca Patrícia Daros.
Segundo a diretora do Fundo Vale, Patrícia Daros, foram implementados, no ano passado, seis pilotos com diferentes modelos de sistemas agroflorestais e silvipastoris – que conciliam o cultivo de espécies nativas com comerciais ou com a criação de animais – nos Estados do Pará, Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Minas Gerais, somando mil hectares. Este ano serão mais 5 mil hectares, chegando a seis mil hectares recuperados em dois anos. Os investimentos são de aproximadamente R$ 100 milhões.
Com essas iniciativas, que estão em fase de teste conceitual, segundo a empresa, a expectativa é que sejam capturadas 26 mil toneladas de CO2 equivalente por ano e gerar 1.100 novas oportunidades de empregos diretos. “Este é potencialmente um dos maiores investimentos em recuperação florestal já feitos no Brasil com a intencionalidade de gerar novos negócios socioambientais positivos com retorno financeiro”, afirma Daros.
Os seis pilotos criados em 2020 permitiram a incubação de duas novas startups florestais: a Belterra, que atua em quatro Estados (BA, PA, MG e RO), com foco em sistemas agroflorestais; e a Caaporã, com ações em São Paulo e Mato Grosso, e que fomenta sistemas agrosilvipastoris. Ao fim de 2021, os melhores modelos de negócios de impacto serão acelerados pelo Fundo Vale.
“Na prática, a ideia é desenvolver e fortalecer instrumentos financeiros que possam destravar o acesso a recursos financeiros e mercados para negócios de impacto que valorizam a floresta em pé ou para que cadeias produtivas se tornem mais sustentáveis. Isso significa também catalisar operações de investimentos híbridos (blended finance), alavancando recursos financeiros públicos, privados e filantrópicos, destinados a esses negócios e, assim, permitir a recuperação e conservação ambiental em larga escala”, avalia.
A Vale se comprometeu a proteger e recuperar mais 500 mil hectares de florestas no Brasil até 2030, além de suas fronteiras. Segundo a empresa, a meta contribuirá para que a companhia se torne carbono neutra em 2050. Atualmente, a Vale ajuda a proteger quase 1 milhão de hectares de florestas no mundo. A maior parte dessas áreas se localiza na Amazônia.
Dos 500 mil hectares de meta de recuperação, 400 mil são florestas já existentes que a empresa irá colaborar com a proteção e 100 mil são de áreas degradadas que, por meio do Fundo Vale e de uma rede de parceiros, serão recuperados através de negócios de impacto socioambientais positivos. O conceito permite gerar renda e emprego na agricultura familiar, ajuda a recuperar florestas e contribui para o sequestro de carbono.
Na Amazônia, onde a Vale está há mais de 30 anos, existem seis unidades de conservação, conhecidas como Mosaico de Carajás. Localizado no sudeste do Pará, as unidades correspondem a cerca de 800 mil hectares de floresta e onde estão estocadas 490 milhões de toneladas de carbono equivalente.
A Vale firmou parceria com quatro unidades de conservação (UCs), que juntas, somam 53 mil hectares: são três no Espírito Santo (Floresta Nacional de Goytacazes, Reserva Biológica de Duas Bocas e Monumento Natural Estadual Serra das Torres) e uma no Rio de Janeiro (Parque Estadual Cunhambebe). A previsão é de chegar a pouco mais de 100 mil hectares de áreas protegidas em parceiras 2021.
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