Estúdio Gazeta
Vale
A Reserva Natural Vale (RNV), localizada em Linhares, Norte do Espírito Santo, conserva uma área de Mata Atlântica praticamente intacta em seus 23 mil hectares. Desde 1978, a região é destinada, oficialmente, à conservação e pesquisa científica, inclusive com estudos importantes para a biodiversidade no país. Para apoiar alguns destes estudos, o local abriga uma ampla coleção entomológica, com diversas espécies de insetos, e um herbário, com coleções de plantas.
Desde que foi adquirida pela Vale, nos anos 1950, já foram catalogadas na Reserva mais de 3 mil espécies vegetais, mais de 1.500 morfoespécies de insetos e 103 espécies de mamíferos, além de 59 de anfíbios, 66 de répteis e 401 de aves. Nos últimos 40 anos, mais de 120 novas espécies de plantas foram descritas com base nas pesquisas apoiadas pela RNV.
Mas os resultados positivos desse trabalho vão além. A atuação da RNV também permite a recuperação e proteção de nascentes e florestas, prevenindo secas e inundações, trazendo melhorias tanto para a fauna quanto a flora e também para a economia da região. Desde 2005, o trabalho da RNV alcançou 986 propriedades com projetos de recuperação da vegetação, totalizando em 1.710 hectares de área em processo de restauração em diversos projetos realizados em parceria com proprietários rurais, comitês de bacias hidrográficas, governo, instituições públicas e privadas, entre outros.
Todos os projetos são acompanhados e monitorados por meio do Sistema de Gestão Integrada de Áreas Protegidas (SGIAP).
“Recuperar e proteger nascentes e florestas são atividades primordiais para a regulação do clima, prevenção de inundações e secas, proteção do solo e dos recursos hídricos e até contemplação da natureza. A Reserva Natural Vale possui expertise em ações voltadas à recuperação de ambientes alterados e um histórico de projetos de restauração e convênios no Estado do Espírito Santo”, destaca o gerente da Reserva Natural Vale, Márcio Santos Ferreira.
O trabalho da RNV também é fundamental para o objetivo da Vale de se tornar uma empresa carbono neutra. Além dos 23 mil hectares de floresta conservada, que contribuem para o sequestro de carbono – processo que consiste na retirada do gás carbônico da atmosfera, a Reserva também está à frente dos acordos de cooperação com outras unidades de conservação pelo Brasil, que visam ampliar em 500 mil hectares as áreas protegidas e recuperadas pela Vale até 2030, além de suas fronteiras. Atualmente, a empresa já ajuda a conservar e proteger quase 1 milhão de hectares de florestas no mundo.
A produtora rural Tereza Zampirolli foi uma das que se beneficiou com as ações de recuperação e parceria da RNV. A propriedade dela está localizada em Sooretama e participou do Programa de Reflorestamento Rio Pau Atravessado, com recuperação da área com sistema agroflorestal, que corresponde à inserção de plantas nativas entre as espécies cultivadas por ela e a família, como cacau, café e bananeiras.
“Recebi essa propriedade de herança, onde meu pai fez plantio de eucalipto. Retiramos então as árvores e tentamos restaurar a nascente. Foi então que busquei me informar e tive todo o apoio da Reserva Natural da Vale para realizar a recuperação da área. Inclusive, me orientei sobre a possibilidade de fazer o plantio de cacau”, conta.
Com a participação no projeto, Tereza viu a propriedade se recuperar de forma positiva: com a irrigação dos pés de cacau, as plantas estão se desenvolvendo muito bem, o solo hoje tem uma boa cobertura vegetal; as árvores frutíferas da região de Mata Atlântica, fornecidas pela RNV, hoje estão florindo e frutificando bastante, o que contribui para atrair muitos animais típicos da região, principalmente aves.
Outra das ações de longo prazo realizadas buscando a recuperação de uma região foi a restauração da Mata do Convento da Penha, em Vila Velha, na Grande Vitória. Segundo o conselheiro da Associação dos Amigos do Convento e também diretor do Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha, Luís Paulo Siqueira Rangel, a parceria da Vale com outras empresas na restauração da área foi essencial para que tanto o Morro do Convento quanto o Morro do Moreno pudessem estar com o solo recuperado e um ambiente próprio, fazendo com que a fauna e a flora originais pudessem ressurgir com mais vigor.
O reflorestamento efetivo da Mata do Convento aconteceu de 1990 a 1993, quando foi feito um trabalho de restauração florestal, com implantação e manutenção de espécies trazidas do viveiro da Reserva Natural da Vale, além de combate a formigas cortadeiras, roçada manual seletiva, destoca do bambu, corte de cipós, coveamento, adubação e replantio. Foram utilizadas 2,5 mil mudas por hectare.
Já em 2000, foi realizada outra ação, de catação do lixo jogado na mata e controle de plantas invasoras, além do enriquecimento da mata, com o plantio de mais 15 mil mudas de espécies nativas da Mata Atlântica. Em 2001, deu-se a segunda etapa dessa ação, com mais uma limpeza da mata, retirando lixo dispensado por motoristas que passam pela Terceira Ponte e visitantes do Convento, além do plantio de mais 30 mil mudas. Esse programa foi estendido até 2003. “A primeira fase do reflorestamento foi fantástica, inclusive na recuperação do solo”, avalia Rangel.
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