Estúdio Gazeta
Hospital de Olhos de Vitória
Em 1976, quando ainda era uma "casinha", no coração da Capital, a Clínica de Olhos de Vitória já ficou marcada pelo pioneirismo. De lá para cá, o espaço cresceu, mudou de endereço e se modernizou, acompanhando a evolução da própria oftalmologia até se tornar o Hospital de Olhos de Vitória (HOV), referência nessa especialidade e único com atendimento 24 horas no Estado.
A história do HOV foi construída sob uma base sólida, com fortes laços de amizade. Dois dos seus fundadores são os médicos Cesar Ronaldo Vieira Gomes e Alcides Viana Moraes, que se conhecem desde a infância. Mais tarde, Anacleto José Vieira Gomes, irmão de Cesar, entrou para ajudar a tornar realidade aquilo que era um sonho comum aos três e que hoje é motivo de orgulho deles.
"Cesar e eu fizemos o segundo ano primário, o ginásio, o científico, o cursinho e a faculdade juntos, em Vitória. Fomos para o Rio de Janeiro e alugamos um apartamento para fazer a Residência em Oftalmologia. Até o primeiro carro compramos juntos. Depois, voltamos ao Estado, nos casamos, compramos cada um seu imóvel no mesmo prédio. E, claro, montamos nosso consultório juntos", conta Alcides Viana.
Aos 72 anos de idade, Viana se lembra do início da carreira e se entusiasma por testemunhar o avanço da Oftalmologia. "Na cirurgia de catarata, que é a mais comum na área, eu peguei o fim da técnica da ventosa e fui acompanhando a evolução até a técnica usada atualmente, com implante de lente."
Aliás, foi o amigo e sócio Cesar Ronaldo quem fez a primeira cirurgia de catarata realizada no Espírito Santo nessa técnica mais moderna. "Fui fazer um curso nos Estados Unidos e vi que essa cirurgia, com implante de lente, já estava sendo realizada por lá. Voltei e abri um serviço na Santa Casa de Misericórdia. Formamos muitos oftalmologistas, que eram estudantes e passaram pelo nosso serviço", recorda Cesar, hoje com 73 anos.
Os dois foram pioneiros em muitos tratamentos no Estado. "Alcides e eu fizemos o primeiro transplante de córnea, na Santa Casa. Depois abrimos um centro cirúrgico na nossa clínica, para que as cirurgias fossem realizadas em nossa unidade própria. Só as de transplante que continuaram sendo fora da clínica, por causa dos trâmites legais e dos protocolos exigidos para realização desse procedimento", destaca.
Para ele, a evolução vista na Oftalmologia supera a de outras especialidades. "Tudo agora é computadorizado. Nosso hospital é o mais bem aparelhado do Estado. Temos serviços e protocolos para a área da retina, para a córnea, para a oftalmopediatria", aponta.
Motivo para se orgulhar não falta para o médico Anacleto José Vieira Gomes. "Eu era estudante do sexto ano de Medicina, quando optei pela Oftalmologia e comecei a frequentar a clínica. Vi todo o crescimento, uma mudança muito grande. No início, tínhamos aparelhos muito antigos, instrumentos cirúrgicos rudimentares. Hoje é tudo automatizado", conta ele, atualmente com 67 anos.
Anacleto também viu de perto a verdadeira revolução da área oftalmológica e como isso transformaria o trabalho dos especialistas como ele. "Quando me formei, 44 anos atrás, a cirurgia de catarata, por exemplo, era feita com anestesia geral. A pessoa passava uma semana internada e levava pontos nos olhos. Hoje, a anestesia é feita com colírio, e a cirurgia leva de 10 a 12 minutos, sem precisar de internação. O paciente vai para casa em seguida. Os diabéticos também sofriam mais, com sangramentos nos olhos, difíceis de controlar. Ficavam cegos. Hoje temos o laser na retina que salva a visão de milhares de pessoas", destaca.
A clínica cresceu e viu crescer também sua equipe. "Mas temos funcionários bem antigos conosco até hoje", ressalta Anacleto.
Em 2018, com a construção da nova sede e implantação do Centro de Diagnóstico e das novas salas do Centro Cirúrgico, foi realizada a transição de Clínica para Hospital. Desde então, a instituição passou a agregar novos profissionais de diversas especialidades oftalmológicas, constituindo uma equipe coesa e seleta, ampliando o atendimento para 24 horas, no início do ano de 2020. Essa foi uma grande conquista, pois era o desejo dos sócios, poder socorrer seus pacientes a qualquer momento, e em qualquer hora. “Além disso, hoje comprovamos a realização de um atendimento focado na segurança do paciente, por meio de processos estruturados que nos permitiram alcançar a Acreditação ONA”, ressalta com orgulho o médico Anacleto.
Comemorando agora 45 anos, o HOV reforçou sua característica familiar, ainda mais quando passou a contar com a colaboração dos filhos dos fundadores, que completam o time de especialistas.
Time esse que guarda alguns dos melhores profissionais da Oftalmologia no Espírito Santo, sempre em contínua atualização em conhecimento científico, atentos à necessidade de constante investimento em tecnologia e ao bom relacionamento com os pacientes. "Essa turma jovem chega muito capacitada", enaltece o médico.
Atualmente, o HOV soma em torno de 70 profissionais diretos, distribuídos entre enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos, farmacêutico e equipe administrativa. E mesmo com tamanha estrutura, mantém, como seu pilar, a máxima de prestar o mais qualificado atendimento oftalmológico, prevenir a cegueira e melhorar a saúde ocular da população.
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