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Igreja Cristã Maranata
A Igreja Cristã Maranata (ICM) reuniu mais de mil membros multiplicadores no Maanaim de Domingos Martins para uma série de cursos, palestras e reflexões sobre a inclusão de pessoas com deficiência no convívio diário na igreja, na escola e em sociedade.
Todos os voluntários já desenvolvem algum tipo de trabalho vocacional nas comunidades onde vivem, possibilitando que pessoas surdas, cegas, mudas ou com pouca mobilidade possam ter acesso à palavra de Deus.
Esse trabalho evangelizador, segundo o secretário-geral da ICM, pastor Luiz Eugênio, estimula a participação das pessoas com baixa mobilidade em outras áreas sociais, promovendo a inclusão.
“São verdadeiros multiplicadores, que se aprimoram aqui para levar o acolhimento às pessoas que mais precisam em suas comunidades de origem. Temos irmãos aqui de diversas capitais brasileiras e de cidades do Espírito Santo. O propósito é um só: mostrar que Deus não faz acepção de pessoas e acolhe a todos igualmente”, afirmou.
Entre a alegria dos louvores e o ensinamento de profissionais de diversas áreas, como psicólogos, médicos, terapeutas e professores, esses voluntários puderam trocar experiências que ampliem a participação das pessoas com deficiência por meio de uma acessibilidade ampla.
O trabalho de Acessibilidade na Igreja Cristã Maranata começou em 1997, com acolhimento aos surdos no entendimento da Palavra de Deus. Ao longo dos anos, estendeu-se às outras deficiências, transtornos e condições que pudessem, de alguma forma, dificultar o acesso ao entendimento doutrinário bíblico.
O pastor Lucimar Bízio, professor doutor do Instituto Federal de São Paulo, foi um dos palestrantes do evento e lembrou que ainda há muito o que fazer para garantir os direitos das pessoas com deficiência.
“Precisamos evoluir na garantia do acesso à essas pessoas na Universidade, nos institutos de Educação. Ainda há uma distância muito grande sobre que está na lei e o que realmente é oferecido. Mas este tipo de trabalho que fizemos aqui, de ouvir, aprender e ensinar é fundamental para que mais pessoas sejam acolhidas”, defendeu.
O professor Lucimar Bízio trouxe com ele de São Paulo o jovem Gabriel, um surdo-cego que descobriu sua vocação como carpinteiro por meio de estímulos de membros da Igreja Cristã Maranata.
“O Gabriel escolhe suas roupas pelo cheiro. Com nossa intervenção, ele se descobriu na marcenaria, criando maquetes e peças em madeira que ninguém diz que foram feitas por uma pessoa que não ouve e não enxerga. Puro estímulo, que impulsionou a capacidade que existe dentro dele de cada pessoa com deficiência”, revelou.
A assistente jurídica Maressa Cruz, de Vila Velha, participou do seminário da ICM e deu seu testemunho sobre como a acessibilidade pode transformar a vida das pessoas.
“Tínhamos membros da nossa Igreja que estavam se afastando porque tinham que cuidar de filhos ou parentes com alguma deficiência ou déficit intelectual. Quando nós os acolhemos, todos vieram para a Igreja e puderam sentir as maravilhas que Deus pode operar em nossas vidas. O acolhimento é transformador”, comemorou.
Já o gerente comercial Wanderson Lacerda, que congrega na ICM de Santa Teresa, na Região Serrana do Espírito Santo, disse que a inclusão começa dentro de cada um de nós quando decidimos viver em comunhão com nossos irmãos, sejam deficientes ou não.
“Às vezes, a deficiência do outro é menor do que a nossa própria visão dessa deficiência. Somos nós que colocamos a coisa muito maior do que ela é. Nós precisamos derrubar barreiras que nós mesmos criamos. Todos nós somos almas viventes para louvar a Deus”, ressaltou.
Vindo de Belo Horizonte, em Minas Gerais, Aziz Fernando Silva viajou 8 horas para participar do seminário no Maanaim. Surdo e cego, ele afirmou por meio de um intérprete que o evento da ICM abre portas para os deficientes, derruba barreiras do preconceito e amplia a participação de pessoas como ele na sociedade.
“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Se Deus deu seu filho, porque eu não posso me doar ao outro, para colocá-lo no caminho da palavra”, pergunta Aziz, por meio de um intérprete.
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