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Maranata acolhe mais de 2,5 mil indígenas e descendentes pelo país

Maranata acolhe mais de 2,5 mil indígenas e descendentes pelo país

Atuante na proteção social das tradições, cultura, saúde e na manutenção das famílias dos indígenas em suas terras, a Igreja Cristã Maranata tem sempre como base o respeito às tribos

Publicado em 29 de julho de 2021 às 17:56

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Maranata acolhe mais de 2,5 mil indígenas e descendentes pelo país
Um dos pontos mais emocionantes do contato entre as culturas é o batismo dos indígenas nas águas dos rios. (ICM/Divulgação)
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Responsável por acolher mais de 2,5 mil indígenas e descendentes espalhados por aldeias pelo Brasil, a Igreja Cristã Maranata  (ICM) cumpre um papel importante na proteção social das tradições, cultura, saúde e na manutenção das famílias indígenas em suas terras.

É o que acontece, por exemplo, na aldeia da etnia Pataxó de Coroa Vermelha, município de Santa Cruz Cabrália, na Bahia. O trabalho nesta aldeia começou em 1995, depois que um grupo de missionários instalou-se na região. 

De lá para cá, o que se viu foi um aumento expressivo no número de indígenas participando das reuniões e cultos da ICM. Sem deixar de lado as suas raízes, essas pessoas passaram também a professar a fé em Jesus Cristo, ouvindo e refletindo sobre a palavra de Deus.

Evangelizando há quase 20 anos em terras indígenas, o pastor Antônio Marinho de Assis revela que a simplicidade e a confiança são a base do relacionamento entre os pastores, evangelizadores e a comunidade em geral.

Aspas de citação

Aqui nada é feito sem consenso e sem diálogo. Fomos e somos muito bem recebidos sempre pelos caciques e pelos indígenas em geral. Além da poderosa palavra de Deus, trazemos orientações valiosas, que têm impacto direto na vida da aldeia

Antônio Marinho de Assis
Pastor
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Maranata acolhe mais de 2,5 mil indígenas e descendentes pelo país
O trabalho na aldeia da etnia Pataxó de Coroa Vermelha começou em 1995, com a chegada de um grupo de missionários na região. (ICM/Divulgação)

O pastor refere-se às palestras e reuniões virtuais usadas para levar dicas importantes para a boa convivência em comunidade. Essas dicas, inclusive, foram importantes para que a pandemia da Covid-19 não fosse devastadora entre as tribos.

“Não foi só seguir os protocolos para realizar os cultos. Conseguimos organizar as pessoas de uma forma que todos receberam orientações do que fazer para minimizar os impactos da pandemia. Um verdadeiro trabalho em equipe com a mão de Deus sempre presente, nos guardando e protegendo”, destaca o pastor Antônio Marinho.

Maranata acolhe mais de 2,5 mil indígenas e descendentes pelo país
Culto em Coroa Vermelha, na Bahia, com a presença do cacique Aruan e o pastor Valdeni Oliveira. (ICM/Divulgação)

ATENDIMENTO MÉDICO

Já na aldeia de Barra Velha, também na Bahia, é o pastor Sancler Umbelino Cardoso, de 59 anos, que leva a palavra evangelizadora para a região, além de ajudar os técnicos da Fundação Nacional do Índio (Funai) a levar atendimento médico aos integrantes das aldeias locais.

São remédios, consultas médicas e atendimento especializado que é agendado e prestado nas aldeias. Quando há alguma emergência, são os pastores que se encarregam de levar os moradores das aldeias a Porto Seguro ou para alguma cidade mais próxima que conte com mais condições de apoio.

Maranata acolhe mais de 2,5 mil indígenas e descendentes pelo país
Na hora de louvar a Deus, os cânticos, quadrinhas e músicas especiais são cantados tanto em português quanto em Pataxó. (ICM/Divulgação)

Ainda segundo o pastor Sancler Umbelino, não há uma intromissão nas tradições indígenas, mas uma interação para que a vida na aldeia seja desfrutada em consonância com a comunidade não-indígena.

“Somos uma espécie de ponte, uma ligação entre os indígenas, a espiritualidade, a palavra que consola e abriga e também um fio condutor que faz a vida transcorrer de forma mais leve para todos dentro e fora das aldeias”, revela.

Um dos pontos mais emocionantes do contato entre as culturas, revela o pastor, é o batismo dos índios nas águas dos rios que cortam a região. "As cerimônias marcam mais que a conversão de parte dos indígenas, marcam o renascer de uma nova vida, sempre guiada pelos ensinamentos de Jesus Cristo", diz.

Maranata acolhe mais de 2,5 mil indígenas e descendentes pelo país
Foto da visita missionária do pr. Edward H. Dodd na consagração do templo na Aldeia Barra Velha em janeiro de 2001. Ao seu lado está o então cacique José Ferreira, que autorizou a construção do templo. (ICM/Divulgação)

Outra peculiaridade do culto nas aldeias é o canto de louvores em língua indígena. Todo o culto é realizado em língua portuguesa. Mas na hora de louvar a Deus, os cânticos, quadrinhas e músicas especiais são cantados tanto em português quanto em Pataxó.

“Dessa forma mantemos um elo entre as culturas e mostramos que o respeito é a base dessa relação de fé, amor e evangelização”, reforça o pastor Sancler.

Um dos momentos mais importante dessa relação entre indígenas e evangelizadores é o dia 19 de abril, quando se comemora o Dia do Índio. Nessa oportunidade, afirma o pastor Sancler, centenas de pessoas reúnem-se para celebrar, louvar e discutir as ações que precisam ser tomadas para tornar a vida cada vez mais próspera nas aldeias.

Maranata acolhe mais de 2,5 mil indígenas e descendentes pelo país
Não há uma intromissão nas tradições indígenas, mas uma interação para que a vida na aldeia seja desfrutada em consonância com a comunidade não-indígena. (ICM/Divulgação)

ACESSO À INTERNET

E como o trabalho não para, em Roraima, no Norte do país, outra célula evangelizadora vem tomando corpo. É a comunidade indígena de Boca da Mata, divisa com a Venezuela.

Lá já foi construído um templo da Igreja Cristã Maranata, que conta com mais de 30 membros. Esse trabalho está sendo expandido para outra comunidade indígena, a de Aleluia, também em Roraima, onde os cultos são acompanhados via satélite, após a aquisição de uma antena parabólica.

Maranata acolhe mais de 2,5 mil indígenas e descendentes pelo país
Maranata acolhe mais de 2,5 mil indígenas e descendentes pelo país. (ICM/Divulgação)

Por falar em antena, foi justamente o acesso à internet e às demais tecnologias que permitiu que as aldeias indígenas mantivessem contato direto com o mundo exterior, participando ativamente dos cultos, lives e cursos on-line.

Todo o equipamento é disponibilizado pela Igreja Cristã Maranata, que garante, assim, a inclusão tecnológica a todos.

FUNAI: UMA RELAÇÃO DE PARCERIA

Com quase 20 anos de trabalho na Fundação Nacional do Índio (Funai), o chefe de Coordenação Técnica de Porto Seguro, Marcos Braz Alves, tem contato direto com diversas etnias e grupos indígenas no Brasil. Ele afirmou que o trabalho missionário desenvolvido pelos pastores da Igreja Cristã Maranata é de fundamental importância para a região, auxiliando o poder público em questões ligadas diretamente à rotina da população indígena.

Para Marcos Braz, essa parceria vem possibilitando que o trabalho da própria Funai ganhe agilidade e chegue para mais pessoas. Segundo ele, por não interferir na cultura indígena, o trabalho da ICM acaba sendo uma forma de aproximação com as tribos, abrindo caminho para uma interação entre as culturas.

"Nós aprendemos e ensinamos. Cuidamos e somos cuidados. Isso é gratificante porque temos uma interação que permite que nossas culturas se complementem. Isso no interior tem muito valor dadas as condições mais difíceis de acesso a serviços, por exemplo", finaliza Marcos Braz.

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