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O secularismo filosófico de um cristianismo ateu

O secularismo filosófico de um cristianismo ateu

O existencialismo teológico, sustentado por conceitos filosóficos, empurrou o cristianismo para um socialismo religioso, quando tentou demitizar a Palavra de Deus do Novo Testamento, excluindo de uma vez por todas o valor profético

Publicado em 24 de outubro de 2023 às 15:00

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Igreja Cristã Maranata celebra 54 anos de realizações
Pastor Gedelti Victalino Teixeira Gueiros. (Maranata/Divulgação)
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*Pastor Gedelti Victalino Teixeira Gueiros

O existencialismo teológico, sustentado por conceitos filosóficos, empurrou o cristianismo para um socialismo religioso quando tentou demitizar a palavra de Deus do Novo Testamento. Isso excluiu, de uma vez por todas, o valor profético e os mistérios nela contidos. Desde que transformou a fé revelada em teorética, ele tentou valorizar a cultura do humanismo, divorciar-se do pentecostes, ressaltar mais da criatura do que o criador e buscar a fé em projetos filosóficos tentando uma impossível transcendência, em uma evolução dispensadora, o que dispensaria a constante revelação do espírito santo proposta para igreja fiel e para o crente.

O secularismo filosófico que se albergou na religião teológica obedeceu o mesmo ritmo que evoluiu em conceituações diversas. Sendo assim, foi criado um viés humanista-ideológico que valoriza a falsa cultura dos ideólogos que tentam se exibir como intelectuais, tornando-se inimigos de Deus no intento de valorizar seus instintos carnais.

Tudo na tentativa de esconder e sublimar suas torpes aflições, valendo-se de jargões e frases contraditórias, metafóricas e sem valor, a pretexto de reformular o cristianismo. Querendo se parecer honestos quando falam em amor ao próximo, expondo uma fé emocional, situacional e apontando a si próprios para dizer que o mundo está vivendo a sua maior idade, podendo viver independente de Deus e da eternidade.

A escolástica medieval era uma mistura de filosofia-pagã, um pouco de bíblia e conceitos patristas. Um suporte ideológico que se estendeu até os nossos dias e enfatiza a ideia de que Deus é o resultado do pensamento humano. Ao mesmo tempo, volta-se para os estudos que envolviam a metafísica, uma ideia confusa de transcendência, sem considerar que a sua base e definição estão somente nos limites da obra criadora.

A insegurança dos conceitos filosóficos sempre atingiu a religião que se tornou dependente das diversas variações próprias da mente humana
A insegurança dos conceitos filosóficos sempre atingiu a religião que se tornou dependente das diversas variações próprias da mente humana. (Shutterstock)

Como ciência, a filosofia, então, admitiu todas as expressões da razão, passando por diversas etapas e sempre vivendo a influência do pensamento sociológico. Ela desaguou na física social com o concurso da filosofia positivista de Augusto Comte, em 1842, que tinha uma percepção teleológica da história humana dividida em três etapas:

  • 1. Teológica – em que tudo era explicado pela religião. 
  • 2. Metafísica do período iluminista – o mundo seria explicado pela filosofia, e não pela religião. 
  • 3. Positivista – onde as concepções religiosas e filosóficas, com suas relevâncias diminuídas tornam-se nulas. 

O homem passaria a explicar o mundo única e exclusivamente pela ciência, em uma visão pragmática da sociedade. Em suma, o progresso teria o predomínio da ciência e da indústria, hoje também tecnológica, em detrimento da filosofia e da religião (ordem e progresso).

O que é impossível ao homem é possível a Deus
O que é impossível ao homem é possível a Deus. (Shutterstock)

O positivismo lógico ou neopositivismo se opunha à concepção de algo que não pudesse ser comprovado, como a metafísica. Ao mesmo tempo, o grupo ou o círculo de Viena (1922 a 1936) tentava resolver questões de descontentamentos com os seguidores de Kant, Hegel e Ayer.

A insegurança dos conceitos filosóficos sempre atingiu a religião que se tornou dependente das diversas variações próprias da mente humana. No período vivido entre as grandes guerras mundiais, não faltou um campo fértil para abrigar o existencialismo, tendo inspirado as obras de Kierkegaard, que no sentido religioso define o homem como “mestre de seus atos e do seu destino”, na teologia da angústia.

O existencialismo ateu defende que não existindo Deus, todo fundamento universal desaparece, o que dá origem à subjetividade da moral pregada e vivida hoje em nossos dias como descalabro moral.

O existencialismo em si negou a ideia de que o homem foi criado por alguém ou para algum objetivo e a própria existência do homem vai dizer quem ele é (o que já se pode ver).

No período vivido entre as grandes guerras mundiais, não faltou um campo fértil para abrigar o existencialismo
No período vivido entre as grandes guerras mundiais, não faltou um campo fértil para abrigar o existencialismo. (Shutterstock)

Na esteira do positivismo lógico, entre os mais modernos, surgem nomes que dispensam os teologistas que sempre amarraram ou abrigaram a sua fé em seus próprios valores culturais como profetas da escuridão. Agora, pregadores da fé emocional e situacional, empiristas que se declaram intérpretes, que se acham reinterpretadores da bíblia, descontextualizados do mistério e do profético por falta de revelação e por rejeição ao espírito santo.

O existencialismo teológico do status sociocultural que engloba o racionalismo e o secularismo ateu como resultado de uma evolução conceitual, acompanha e norteia a religião que perdeu o rumo ao tentar caminhar na razão.

Além de Kant, Nietzsche, Emil Brunner, Albert Schweitzer, Ronald Smith, Bultmann, Bonhoeffer e de outros ateus cristãos, conhecidos por seus escritos de uma mesma escola do radicalismo de Thomas Altizer, teólogo que, em seu livro, admite em sua queda moral e sem fé, quando proclama a morte de Deus.

Como ciência, a filosofia, então, admitiu todas as expressões da razão, passando por diversas etapas e sempre vivendo a influência do pensamento sociológico
Como ciência, a filosofia, então, admitiu todas as expressões da razão, passando por diversas etapas e sempre vivendo a influência do pensamento sociológico. (Shutterstock)

Na segunda carta de Paulo aos Tessalonicenses (capítulo dois, verso onze), encontramos a resposta para a situação caótica que o cristianismo está vivendo, dominado e sendo destruído por uma operação do erro que abrigou essa cultura mentirosa de uma fé filosófica, que se tornou em ideologia fruto de uma política distanciada do Pentecostes, alheia aos mistérios da Palavra, do Corpo e do Sangue, longe da realidade histórica e profética da Igreja Fiel.

Sem a luz da revelação e desde que abandonou a simplicidade do evangelho para se abrigar na sigla do chamado “cristianismo moderno”, essa situação firmada no secularismo filosófico, baseou-se no “deus deste século”, que cegou os entendimentos , enquanto a fé verdadeira vem de outro universo que leva o homem a transcender por meio de Jesus Cristo, o Filho de Deus que, por sua morte e ressurreição, reservou a vida eterna d’Ele com os seus fiéis.

O que é impossível ao homem é possível a Deus. Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo, tu e a tua casa. Em tempo: não é filosofia a culpada da queda moral e espiritual do homem, e sim a patologia religiosa que foi ensinada por teólogos ateus, voltados para a sua falsa cultura que tem desviado o homem de uma experiência real com Deus, longe dos mistérios do evangelho e da revelação profética.

A paz do Senhor.

*Pastor Gedelti Victalino Teixeira Gueiros é presidente da Igreja Cristã Maranata.

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