Estúdio Gazeta
Igreja Cristã Maranata
No mês em que comemora seu aniversário de 53 anos de existência, a Igreja Cristã Maranata (ICM) tem vários motivos para render graças ao Senhor Jesus, sobretudo por conseguir atravessar este período de pandemia levando a obra de Deus aos cinco continentes.
E uma das razões para celebrar é a continuidade do trabalho doutrinário da igreja não apenas no Brasil, mas também no exterior, com a ajuda da tecnologia.
Um dos continentes em que a Igreja Cristã Maranata está presente é a Ásia, trabalho este que conta com a dedicação incansável de pastores brasileiros em oferecer orientação aos irmãos de fé do outro lado do mundo.
Diante da impossibilidade de realização de viagens por conta das restrições sanitárias devido à covid-19, a internet se tornou um importante instrumento de trabalho para a igreja, com transmissões de cultos on-line com tradução para diversos idiomas, além de seminários e reuniões entre pastores do Brasil e da Ásia via aplicativos Zoom e WhatsApp.
“Procuramos transmitir a nossa experiência do ensino da doutrina. Fazemos reuniões com pastores e orientamos sobre o cuidado com a administração espiritual do rebanho e a formação de lideranças. Onde temos uma igreja plantada, o objetivo é anunciar o Evangelho”, explica o pastor João Cidade, presidente da Missão Internacional Maranata.
Responsável pela ICM na África, Japão e Coreia do Sul, o pastor Gilson Sousa afirma que as primeiras revelações da parte de Deus foram para que os pastores assistissem quatro famílias de brasileiros descendentes de japoneses que imigraram para a região de Nagoya, em 1999, para trabalhar na indústria automobilística.
Nessa época, essas famílias começaram a se reunir aos sábados, num centro comunitário, e passaram a contar com a assistência dos pastores Gilson Sousa e Manekazu Kawai, do Brasil.
“Incentivamos a Escola Bíblica Dominical para a realização do estudo bíblico. Também ensinamos determinadas formas para evangelização, por meio de dons espirituais, pregações reveladas. Tudo isso foi importante para a evolução dos nossos irmãos dentro da doutrina”, afirma o pastor Gilson Sousa.
A obra do Senhor prosperou e depois seguiu em direção ao estado de Gifu, na cidade de Kakamigahara, em 2001, com duas famílias de obreiros que já vinham realizando trabalhos de evangelização na cidade há cerca de um ano.
Naquela época, a igreja era assistida por um diácono e um obreiro de Nagoya, sob o ministério do pastor Gilson Sousa.
Com o crescimento da igreja, o diácono se mudou de Nagoya para Gifu. Uma história curiosa ocorreu no dia de sua mudança. Um vizinho japonês foi até ele lhe dizer que todas as sextas-feiras, à noite, desligava os aparelhos da casa para poder colocar o ouvido na parede e ouvir os louvores que eram cantados no culto do lar do diácono.
E mesmo sem entender uma palavra de português, revelou que os louvores proporcionavam a ele uma paz que não conhecia.
Outra cidade japonesa onde a Igreja Maranata se faz presente é Hamamatsu, na região costeira, cujo trabalho de evangelização teve início em 2000, culminando na consagração de um templo em 2009.
Os três anos seguintes foram extremamente penosos para o Japão. O país entrou em crise financeira em 2009 e passou por um terremoto seguido de tsunami e acidente nuclear em 2011, em Fukushima. Mais de 18 mil pessoas morreram e 160 mil tiveram que deixar suas casas.
Fábricas fecharam e diversos membros da igreja voltaram para o Brasil, mas outros ficaram no Japão, desempregados e sem lugar para morar, tendo sido acolhidos nas residências de outros irmãos em meio à crise.
Nessa época, a ICM havia pago o aluguel adiantado por um ano, o que permitiu que ela se mantivesse de portas abertas, enquanto templos de outras denominações fecharam.
Com o passar do tempo, a igreja voltou a crescer com novas conversões e segue firme na obra do Senhor.
Já a história da Igreja Cristã Maranata com a Coreia do Sul começou nos Estados Unidos, na década de 1990, com um grupo de coreanos evangélicos ligados à área diplomática. A maioria deles vivia em Washington, a serviço da Embaixada da Coreia do Sul.
Eram quatro famílias que conheceram a palavra de Deus e foram assistidas pelos pastores David Vieira e Humberto Henriques, que faziam cultos uma vez por semana na casa do diplomata Hyungkun Lee, onde eram transmitidas as doutrinas da obra do Espírito Santo.
Ao final de dois anos, as quatro famílias começaram a frequentar os cultos da Igreja Maranata em Washington.
Ao encerrar o tempo do trabalho diplomático, os coreanos retornaram para Seul, Capital da Coreia do Sul, onde iniciaram a Igreja Cristã Maranata com o nome de “Maranaha Christian Church”. O templo foi consagrado em outubro em 1998.
O pastor David Vieira é o responsável pela assistência à igreja em Seul, sendo auxiliado pelos pastores Ronildo Scherrer e Gilson Sousa.
Outro país que hoje conhece a obra do Espírito Santo é a Índia. O primeiro contato com pastores locais aconteceu em janeiro de 2008, por meio do site da Igreja Cristã Maranata nos Estados Unidos.
No mesmo ano, o pastor Aristóteles Sadak veio ao Brasil pela primeira vez para participar de um seminário no Maanaim de Domingos Martins, onde esteve por alguns dias conhecendo o trabalho realizado pela ICM.
No ano seguinte, um outro seminário aconteceu na cidade capixaba e dele participaram o pastor Sonam, de Siliguri, da região de Bengala Ocidental, no Norte da Índia, e o pastor Bishwa, de Katmandu, no Nepal.
O contato com o pastor Aristóteles, entretanto, acabou afetado por motivos de estrutura, tendo sido retomado em 2018, por meio de videoconferências. Destas reuniões participaram pastores ligados a ele por laços de comunhão doutrinária de países vizinhos, como Bangladesh, Mianmar e Nepal.
Atualmente, o pastor Aristóteles participa da Escola Bíblica Dominical, enviando contribuições escritas para os Estudos Bíblicos dominicais da igreja.
A Igreja Cristã Maranata está presente em outros países da Ásia e Oriente Médio, como Paquistão, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Quirguistão, Armênia e Israel. Em alguns casos, ligada a igrejas de outras denominações.
Estar presente em países com diversidades culturais e sociais tão distintas representa uma dificuldade para levar a palavra de Deus?
Não, segundo o pastor João Cidade: “A obra do Espírito Santo é a mesma, não importa se for no Brasil ou no exterior. O Senhor trabalha na vida dos homens chamando-os para o serviço e não olha a questão cultural ou social.”
Enquanto na Coreia do Sul e no Japão a comunicação flui melhor graças à tecnologia, em países como Paquistão e Índia, o desafio é melhorar as condições de transmissão via internet.
E até mesmo em países oriundos da antiga União Soviética, a língua não representa um empecilho para a comunicação.
“Temos tradução para a língua russa. Levamos a obra do Espírito Santo para nossos irmãos em nossos cultos e transmissões pelo YouTube. Nossos louvores já foram traduzidos para o japonês e para o coreano. Trabalhamos para que essa comunicação aconteça”, destaca o pastor Gilson Sousa.
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