Sempre tive admiração por tartarugas marinhas. Um animal belo, gracioso, indefeso e inofensivo. Na minha vida de repórter, gostaria de sempre poder dar boas notícias. Mas nem sempre é assim. Como as tartarugas marinhas estão presentes em todo o nosso litoral, é comum ouvir notícias de tartarugas presas em rede de pesca, engasgada com plástico... E por aí vai... Foi neste período que tive o privilégio de conhecer a fundo o trabalho da Fundação Pró-Tamar.
Só quem tem contato com os biólogos e pesquisadores do projeto tem a dimensão de quanto amor há envolvido. Não somente pelos animais, mas pela causa. Não existe dia, não existe noite... Onde há uma tartaruga marinha desovando no litoral capixaba, há também um biólogo/pesquisador do Tamar junto. Quanta dedicação, quanta paciência com as 'mamães' num momento tão importante quanto a desova.
Nosso litoral é berçário para dois tipos de tartarugas considerados raros: a cabeçuda e a de couro. Desde a chegada dos rejeitos decorrentes do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais, em novembro de 2015, à foz do Rio Doce, a equipe da Fundação Pró-Tamar em parceria com a Fundação Renova - criada para reparar os danos causados pelo desastre, coleta dados sobre o ciclo reprodutivo e o comportamento das tartarugas marinhas, numa área de 159km de praia.
Os animais que tiveram contato com o rejeito há quase quatro anos estarão de volta à foz do Doce para mais uma desova. Entre novembro e março, a região fica movimentada e após este período será possível coletar mais informações sobre o comportamento das tartarugas. Os biólogos e pesquisadores estão ansiosos para a temporada 2019/2020 de desova. E eu quero estar lá para acompanhar tudo isso de perto. Será minha estreia e nem precisou de um convite formal para ver o trabalho das equipes de perto. Eu mesmo me convidei. Faço questão de ver tartarugas desovando de perto. Vai ser uma experiência única, não acham? É esperar pra ver, caro Rio Doce...
Assinado: Bruno Faustino
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