Estúdio Gazeta
SINDIPETRO-ES
Com um total de 18 mil litros de gasolina subsidiados para realização de campanhas de conscientização, 1,2 mil botijas de gás distribuídas em ações sociais e mais de 7 toneladas de alimentos doados em campanhas em 2020 e 2021, as ações do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES) buscam resolver situações emergentes e também levar conscientização à população.
Segundo o diretor do sindicato, Rodrigo Lopes Ferri, essas ações são necessárias porque a entidade enxerga a necessidade de manter o diálogo constante com toda a população. “Atuamos em busca dos interesses da classe trabalhadora, mesmo que não sejam filiados, pois entendemos que não há como avançar sozinhos”, destaca.
Além de ajudar parte da população que necessita, o Sindipetro-ES também usa esses momentos para explicar sobre o impacto das políticas de governo no preço dos combustíveis, no custo dos alimentos, na condição de trabalho e desemprego.
“Mostramos que pode ser diferente, mas a gente precisa da população organizada para mudar primeiro a política que fazemos no dia a dia de bermuda e chinelo. E depois, a que se faz de terno e gravata”, observa.
Um exemplo dessas ações foi a campanha Combustível a Preço Justo, realizada pelo sindicato, com a distribuição de cupons com descontos de R$ 2,00 para cada litro de combustível abastecido, com máximo de 20 litros para carros e de 10 litros para motos. A campanha contou, inclusive, com a participação de Associação dos Motoristas de Aplicativos do Espírito Santo (Amapes). Durante todo o período, foram subsidiados 18 mil litros de gasolina no Estado, segundo o Sindipetro-ES.
O sindicato também realiza ações pontuais em parceria com a Central Única das Favelas (Cufa), que incluem subsídio e fornecimento de gás de cozinha para famílias carentes e, mais recentemente, uma ação especial para o Dia das Crianças, que aconteceu este ano.
Foram arrecadados brinquedos junto aos petroleiros para serem entregues em um evento em Jabaeté, Vila Velha. “Só que lá, a Cufa não tinha estrutura e teríamos de alugar tendas para o evento. Surgiu então a ideia de destinar a verba do aluguel das tendas para construir um abrigo permanente. A comunidade se articulou com a mão de obra e agora eles têm um espaço permanente lá”, lembra Ferri.
Segundo o presidente estadual da Cufa, Gabriel Costa Nadipeh, a parceria com o Sindipetro-ES tem acontecido em vários projetos, como a ação de entrega de cesta básica e do kit da campanha Mães Também Menstruam, distribuição de mais de meia tonelada de feijão comprado após arrecadação feita pelos petroleiros e a ação do Dia das Crianças, com mais de 200 crianças que receberam brinquedos e participaram de várias atividades.
“O todo é feito das partes, e cada ação feita, independente do tamanho, causa um impacto gigante na sociedade. Esse ano até agora conseguimos atender mais de 35 mil famílias, e tudo isso só é possível com parceiros como o Sindipetro, que se movem e participam na prática. Trabalhar com eles é muito importante, primeiro pela seriedade e organização que eles têm. E segundo, pela preocupação real que se percebe que eles possuem com os territórios mais vulneráveis”, conta.
Outra parceria de longa data é o SOS Periferias, com o qual o Sindipetro-ES realiza ações há quatro anos. A entidade que além de arrecadar alimentos para doações diárias de cestas básicas ou de produtos que faltam a famílias em situação de risco, também atua diretamente com comerciantes de bairros periféricos. E durante o período mais intenso de isolamento social, arrecadou kits para adolescentes com produtos de beleza e higiene pessoal.
“Com os comerciantes fazemos ações diárias, falando e educando-os para entender que ele precisa alimentar as pessoas, que se ele baixar o lucro, as pessoas vão continuar comprando. E os petroleiros ajudam a otimizar essas ações, para que o legado delas seja permanente. Cerca de 20% das ações que realizamos têm a ajuda do Sindipetro-ES. O nosso trabalho é passar para a categoria petroleira que a ferida da periferia existe e ela é grande”, observa Mikail Coser, coordenador geral do SOS Periferias.
O sindicato também foi importante para viabilizar nos primeiros meses o projeto Marmita Solidária, de acordo com a coordenadora do projeto, Marina Conceição dos Santos Silva. “O projeto começou em abril de 2020 e o Sindipetro começou a ajudar logo no primeiro mês, com o pagamento de quatro meses do aluguel do espaço que conseguimos. E em dezembro, realizamos a doação de 180 cestas básicas, que foram adquiridas com parte do dinheiro que seria usado para a festa de final de ano dos petroleiros. Mas como estávamos em plena pandemia, o sindicato decidiu usar essa verba para ajudar”, afirma.
Atualmente, o projeto atua entregando marmitas a pessoas em situação de rua, em Vitória e Serra, e também atendendo pedidos de ajuda de famílias carentes, como doação de cestas básicas e de outros itens necessários. “Ano passado, entregamos 50 mil marmitas. Este ano, de abril para cá, foram mais de 3 mil marmitas. No entanto, o projeto está com os dias contados para terminar, já que a pessoa que pagava nosso aluguel não pode mais se comprometer”, lamenta.
Além das parcerias com entidades para realizar ações sociais, o Sindipetro-ES também se dedica à conscientização, treinamento e defesa dos interesses da categoria petroleira. Segundo o diretor do sindicato, Rodrigo Lopes Ferri, o Sindipetro-ES atuou fortemente em decisões importantes para a manutenção do trabalho e dos benefícios e direitos da categoria, com a assinatura de um acordo coletivo no ano passado, em que tiveram reajuste salarial de 100% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 2021, resguardando a garantia dos empregos e manutenção dos demais direitos.
“Os anos de 2020 e 2021 foram particularmente difíceis e desafiadores. E nossa decisão em conjunto com a Federação Única dos Petroleiros (FUP) em assinar um acordo coletivo no ano passado com validade até 2022 foi crucial para proteger e fortalecer nossa categoria. Conseguimos também impedir que a Petrobras impusesse de forma unilateral a redução de jornada e de remuneração pessoal, entre abril e junho de 2020. Desta forma foi restabelecido o pagamento integral dos salários, adicionais e demais vantagens e benefícios”, detalha.
Para Ferri, a atuação do sindicato na defesa dos interesses dos petroleiros é de extrema importância. “As conquistas históricas de direitos e garantias da classe trabalhadora são fruto da luta sindical, os acordos coletivos de trabalho, o FGTS, o 13º, a licença maternidade, férias, a segurança no trabalho (as Cipas), a medicina do trabalho, entre tantos outros, são resultado dessa ação política. No entanto, os sindicatos e dirigentes têm sido massacrados pelo governo e pelo discurso da mídia”, diz.
Já no âmbito político, o sindicato lançou a campanha #PetrobrasFicaNoES e em parceria com outras entidades, ingressou com uma ação civil pública contra a atual política de privatizações da Petrobras. A campanha teve veiculação em anúncios em sites e redes sociais e campanha na TV.
“Além da ação judicial, criamos um Comitê em Defesa da Petrobras com senadores, deputados estaduais e federais, entre outros participantes, somando forças à nossa luta. Entendemos que é preciso realizar um movimento amplo, que envolva toda a sociedade. Sem a Petrobras no Espírito Santo, todos nós perdemos. Com a privatização da Petrobras, o Brasil perde sua soberania. Essa luta é de todos nós”, afirma.
Desde o início da pandemia, o Sindipetro-ES tem distribuído máscaras de tecido e PFF2 para toda a categoria, além de negociar com a Petrobras fornecimento de máscaras PFF2 aos empregados.
“Com a pandemia, os valores do capital e do trabalho passam a ser revistos - e a conscientização, a formação política são vitais para a luta social e do trabalho. Neste contexto, os sindicatos funcionam, mais do que nunca, como ‘advogados’ dos trabalhadores, defendendo os interesses da categoria e de toda uma nação. A fala de Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia, reflete isso. Segundo Stiglits, os sindicatos defenderam seus trabalhadores. Onde havia sindicatos, havia mais máscaras, mais equipamentos de proteção individual. E a doença não se disseminou tão rapidamente, mostrando a importância e o papel crítico desempenhado pelos sindicatos na gestão da crise sanitária”, diz.
Decisão em conjunto com a FUP pelo Acordo Coletivo em 2020 com validade até 2022, garantindo reajuste salarial de 100% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 2021.
Em 2020, o sindicato impediu que a Petrobras reduzisse a jornada e a remuneração, entre abril e junho de 2020, no início da pandemia. Também foi reconhecida a ilegalidade da escala 21 x 21, com retorno imediato para a escala 14 X 21 e o pagamento das horas extras.
Participação de movimento nacional, dialogando com os senadores que votaram pela anulação da resolução 23 da CGPAR, garantindo a possibilidade de negociação da cláusula 31 do ACT, que trata do custeio da AMS, barrando aumento no custeio do plano de saúde da categoria. E pedido de liminar para que os descontos sobre o benefício educacional, sem autorização do beneficiado, fossem cessados.
Lançamento da campanha e atuação com outras entidades em ação civil pública contra a atual política de privatizações da Petrobras. Criação de um Comitê em Defesa da Petrobras com senadores, deputados estaduais e federais. Veiculação da campanha em outdoors, anúncios em sites e redes sociais e TV. Atos públicos como a campanha dos combustíveis a preço justo e apoio a projetos e movimentos sociais.
Participação nos movimentos em defesa da greve e do direito de greve dos trabalhadores da REGAP, RLAM e PBIO, que são unidades da Petrobras que estão em processo avançado de privatização.
Distribuição de máscaras de tecido e PFF2 para toda a categoria e negociação com a Petrobras para o fornecimento de máscaras PFF2 aos empregados.
Realização do Congresso dos Petroleiros do ES com oferta de minicurso de Inglês Instrumental para Petróleo e Gás.
As diretoras do sindicato entregaram na casa das filiadas, no Dia da Mulher, uma bolsa especial com mimos. No início de outubro, com o início do retorno ao trabalho presencial, foram enviados para os trabalhadores dos escritórios cordões para crachá e broches alusivos à campanha #Petrobras FicaNoES.
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