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VLI
Com o processo de renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) em negociação junto ao governo federal, a VLI já prevê investimentos na malha e também fora dela com a prorrogação do contrato, visando o aumento da demanda de escoamento de cargas. Uma das frentes que a empresa tem trabalhado é para ampliar parcerias com portos capixabas.
De olho na renovação do contrato, a companhia firmou recentemente um acordo com a Vports (antiga Codesa, agora privatizada) para elaboração de estudos para obras de melhoria dos acessos ferroviários internos e externos do Porto de Vitória, na ordem de R$ 200 milhões.
Por outro lado, a empresa também já tem visto oportunidades e conversado com outros portos privados no Espírito Santo, como é o caso de Portocel, que vem diversificando e ampliando sua operação em Aracruz, e o futuro porto da Imetame, em obras na mesma cidade.
Hoje, a VLI já traz para o Espírito Santo produtos agrícolas, alimentícios, siderúrgicos, fertilizantes, carvão e toras de madeira, por exemplo, usando o Corredor Centro Leste, que passa pela FCA e pela Estrada de Ferro Vitória a Minas. Esses produtos são escoados através de portos capixabas, como Tubarão e Portocel.
O corredor é visto com importância pela companhia, uma vez que detém 46% do volume total transportado pela VLI. São transportados para o Espírito Santo 25 milhões de toneladas anuais de produtos através do sistema, sendo que 15 milhões de toneladas são exportadas ou importadas.
Dessa forma, o corredor terá atenção especial e receberá mais investimentos com a prorrogação da concessão. Uma das possibilidades é o estudo de viabilidade de um ramal ferroviário ligando Pirapora a Unaí, em Minas Gerais, que deve fazer com que mais cargas do agronegócio cheguem aos portos capixabas.
Já no Espírito Santo, segundo o gerente de Desenvolvimento de Negócios e Projetos Estruturantes da VLI, Rafael Zanon, a VLI tem buscado sinergia de operação ferroviária-portuária e vai investir em “modelos fluidos e competitivos”. Ele cita a parceria com a Vports: “A capacidade portuária tem grande importância em qualquer corredor. No Corredor Centro Leste, a VLI fomenta isso. Firmamos a parceria com a Vports para estudar e buscar destinar cargas do modal ferroviário também para o Porto de Vitória, e ter novas oportunidades com isso.”
Zanon comenta que, além das cargas já movimentadas escoadas pelo Estado hoje (a maioria pelo Complexo de Tubarão), a parceria no Porto de Vitória pode resultar em novas oportunidades para a empresa e para o sistema portuário do Estado. “Ter uma ferrovia que chega no porto é interessante, pois amplia a competitividade do produto no mercado”, ressalta.
A ideia, de acordo com Zanon, é que a VLI faça melhorias na conexão da ferrovia com o porto. “Teremos um período de estudo até ter todos os projetos prontos. Pode ser aquisição de mais material rodante, ampliação de pátio, para, então, avaliar e executar tudo isso conjuntamente”, comenta.
O diretor-presidente da Vports, Ilson Hulle, explica que o estudo contempla melhorias nos ramais internos do terminal, capacidade de píeres – envolvendo berços, calado e equipamentos, entre outros aspectos – e sistemas de carregamento, descarregamento e armazenagem estática das cargas a serem movimentadas.
“A gente quer trazer de volta a estrutura que já tivemos no porto para operar mais com produtos agrícolas, granéis vegetais e fertilizantes. Temos uma obra importante a ser feita, de todos os ramais ferroviários do porto, e por isso começamos a conversa com a VLI que resultou nessa parceria”, afirma.
Hulle detalha que o projeto é estimado na casa de R$ 200 milhões, com projeção de incrementar 5 milhões de toneladas em cargas na movimentação do porto.
“No pacote de obras que vamos fazer, vamos atacar também o problema dos silos. A estrutura de armazenagem do porto existe, é robusta, mas está há cinco anos abandonada por problemas que deixaram a estrutura inutilizada. E vamos reformar a infraestrutura portuária para receber navios um pouco maiores”, diz.
Além do Porto de Vitória, a VLI vislumbra oportunidades em outros terminais do Espírito Santo, que vive uma fase de expansão do seu sistema portuário. Rafael Zanon cita como exemplo o porto da Imetame, que vai movimentar cargas gerais em Aracruz.
“O porto da Imetame é um porto greenfield e parece ser uma opção favorável para a gente. Estamos estudando isso com olhar técnico, vendo que tipo de convergência e parcerias podemos buscar”, observa. Zanon explica que esse movimento se deve ao fato de que a VLI tem no seu DNA o desenvolvimento de novos negócios. “A companhia está sempre mapeando e entendendo novas oportunidades (renovação da FCA, LabCerrado), analisando estruturas e o potencial delas”.
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