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VLI
O investimento na ampliação do pátio de manobras do ramal ferroviário que conecta Aracruz à Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) vai gerar mais eficiência, competitividade e segurança nas operações na região. A obra está sendo executada pela VLI, que transporta celulose, toras de madeira e produtos siderúrgicos para o terminal de Barra do Riacho.
Ao todo, serão investidos cerca de R$ 37 milhões na ampliação do pátio no km 43 do ramal de Aracruz e outras melhorias, o que vai permitir uma maior capacidade de circulação de trens, inclusive em sentidos opostos e sem a necessidade de parada.
O pacote de investimentos contempla ainda a construção de uma estrutura para reparos leves de vagões, que vai permitir consertos de menor complexidade - como trocas de peças e de rodeiros - sem a necessidade de deslocamento do trem até a oficina de vagões da VLI, localizada em Cariacica.
A obra está na fase de terraplanagem para implantação do pátio e a construção da grade ferroviária inicia-se esse mês, segundo Alessandro Souza, especialista em Projetos Estratégicos da VLI.
"São obras que vão aumentar a competitividade e segurança no ramal, e ampliar a eficiência das operações no local. Com esse pátio para manobras vamos ter maior produtividade na circulação dos trens, otimizando o tempo e atendendo melhor as empresas da região, além de dar mais segurança para a comunidade da região.
Ele explica que a entrega operacional do pátio ferroviário deve ser feita nos próximos meses e a conclusão de todas as intervenções está prevista para outubro.
"Até o final de agosto já queremos ter condições de tráfego ferroviário na linha nova. As obras como um todo vão se estender até dezembro porque temos outros pontos, melhorias para a comunidade, complemento de sistemas de drenagem e etc", explica.
O projeto também gera valor para a comunidade. O investimento contempla melhorias acordadas com a população, o que inclui a realocação de uma passagem de nível na região com obras de pavimentação e iluminação, vedação da área operacional, instalação de equipamentos de recreação e atividade física em Barra do Riacho, asfaltamento da rua de acesso ao pátio, reforma do salão da Associação Comunitária de Barra do Riacho (ACBR) e a iluminação do campo da Associação Atlética Vila Nova (AAVN). Mais de 60 trabalhadores atuam no canteiro de obras da ferrovia, sendo que 29 fazem parte da comunidade, o que fomenta ainda mais a economia local.
O investimento da VLI no ramal de Aracruz se soma a outros que estão ampliando a conexão entre o Espírito Santo e Minas Gerais, por meio da ferrovia.
Recentemente, a empresa investiu R$ 400 milhões na aquisição de uma frota de vagões de carga. Ao todo, foram comprados 215 novos vagões para escoamento de celulose solúvel produzida na fábrica da LD Celulose, que tem planta no Triângulo Mineiro, até o sistema portuário do Espírito Santo.
De olho na renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), a companhia também firmou recentemente um acordo com a Vports (antiga Codesa, agora privatizada) para elaboração de estudos para obras de melhoria dos acessos ferroviários internos e externos do Porto de Vitória, que podem chegar a R$ 200 milhões.
A empresa também vem desenvolvendo o LabCerrado, em parceria com a Embrapa Cerrados, um projeto de agroinovação na região central do Brasil que pode revolucionar a produção de grãos no Cerrado brasileiro e beneficiar o Espírito Santo no futuro. Isso vem sendo feito por meio do fomento a propriedades rurais em busca de novas áreas produtivas de forma sustentável.
Através de inovação, pesquisa e tecnologia, a ideia do projeto é ampliar e fortalecer a região - que abrange o Leste de Goiás, Sul do Tocantins e as regiões ao Noroeste, Triângulo e Alto Paranaíba de Minas -, como polos agrícolas, adicionando mais 7 milhões de hectares cultiváveis na região voltados para a produção de grãos como soja e milho.
A região, que está na área de influência da FCA, já é tida como uma nova fronteira do agronegócio nacional. A expectativa é que, com os incentivos e fomento para desenvolvimento desse potencial, isso resulte em mais cargas para escoamento pelo modal ferroviário rumo aos portos capixabas para exportação.
Hoje, a VLI traz para o Espírito Santo produtos agrícolas, alimentícios, siderúrgicos, fertilizantes, carvão e toras de madeira, por exemplo. O transporte é feito pelo Corredor Leste, que passa pela FCA e pela EFVM. Esses produtos são escoados através de portos capixabas, como Tubarão e Portocel.
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