Estúdio Gazeta
VLI
Um sistema logístico integrado, que conecta diretamente produtores - tanto de itens industriais, como de agrícolas - aos portos do Espírito Santo para exportação, através de uma ferrovia eficiente. Esse modelo, possível por meio da operação da VLI no Corredor Centro Leste, tem reduzido custos de produção e transporte, dando eficiência e competitividade para o setor produtivo.
A companhia, que atua com soluções logísticas integrando portos, ferrovias e terminais, opera em terras capixabas trazendo cargas de Minas Gerais e de Estados do Centro-Oeste através da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), da qual é concessionária, e da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFMV), onde opera por direito de passagem.
O escoamento é feito pelos portos capixabas, onde a VLI também movimenta cargas por meio de três terminais portuários: Terminal de Produtos Diversos (TPD), que é voltado para o agronegócio; o Terminal de Praia Mole (TPM), de produtos siderúrgicos; e o Terminal de Granéis Líquidos (TGL), que movimenta combustíveis. Os três estão localizados no Complexo de Tubarão, em Vitória.
Esse sistema, que começa nos terminais integradores em Minas Gerais (onde os trens são carregados), passa pelas ferrovias e chega aos portos capixabas, é chamado de Corredor Centro Leste, que sozinho é responsável por 46% do volume total transportado pela VLI no país.
Chegam ao Espírito Santo por ferrovia através desse sistema cerca de 25 milhões de toneladas de cargas por ano, sendo que, do total, 15 milhões são exportados pelos portos capixabas. Há ainda a movimentação de matérias-primas trazidas para indústrias do Estado, como no setor de celulose, em Aracruz.
Paulo Bogéa, que é gerente-geral de Operações dos Terminais e Portos Leste da VLI, destaca a atuação da companhia no TPD, terminal responsável por transformar o Corredor Centro Leste em uma das saídas mais eficientes e econômicas de soja e de outros produtos agrícolas para os mercados internacionais.
“Nessa operação nós exportamos soja, farelo de soja e milho. Essas cargas são originadas em Minas Gerais e Goiás. Também pelo terminal nós importamos fertilizantes, que atende ao próprio Espírito Santo e aos Estados de Minas Gerais e Goiás, com um volume maior sendo entregue em Araguari”, explica.
Com o sistema integrado e a infraestrutura do Terminal de Produtos Diversos, que conta com dois silos e oito armazéns com capacidade de 484 mil toneladas, a operação pelo corredor é sinônimo de competitividade, conforme observa João Correia, gerente de Operação.
“O grão que vem para cá é exportado principalmente para a Ásia, Oriente Médio, África e Europa. É uma operação que a VLI assumiu em 2020, deixando todo o fluxo do corredor mais eficiente. Como a VLI atua em todos os ativos do corredor todo, tem uma empresa só que cuida desde a recepção da carga até o escoamento no porto. Então você reduz custos e ganha eficiência, o que dá mais competitividade.”
Pelo TPD, são exportadas cerca de 5 milhões de toneladas de grãos por ano, além de 1 milhão de toneladas de fertilizantes importados. O ativo conta com um sistema integrado de recepção, manuseio e armazenagem de cargas.
Uma das responsáveis por fazer todo esse sistema funcionar é Cristina Souza Baltazar, controladora multimodal no TPD. Ela é responsável pelo carregamento de navios no embarque dos grãos e faz parte da equipe que cuida desde a saída da carga dos armazéns até a saída do navio.
“Acompanho o embarque de grãos e desembarque de fertilizantes, tomando as decisões nesses processos, que vai desde a armazenagem, com a carga indo de correia transportadora até os navios, e a desatracação das embarcações. É um processo que dura, em média, dois dias”, conta.
Cristina é uma entre os 850 funcionários da VLI no Estado, entre próprios e terceiros. Ela, que é capixaba e formada em Pedagogia e Administração, não conhecia nem tinha experiência no setor de logística, mas chegou na VLI em 2020 onde foi incentivada e encorajada a liderar, o que ela diz ter mudado sua vida.
“Quando a VLI começou a montar equipe para o TPD eu vim na primeira turma. Eu não conhecia a área, e foi me dada a oportunidade e eu fui me desenvolvendo graças ao empoderamento que a própria empresa me deu, acreditando no meu potencial. Eu mesmo não me via nessa função e nem capaz de liderar equipe e processos, mas a empresa acreditou em mim”, diz a profissional", que complementa: “É inspirador estar em um lugar onde você tem reconhecimento, confiança, autonomia e lugar de fala como mulher. É realizador”, destaca.
Além do TPD, a empresa conecta cargas ao TGL, terminal que é a principal base para distribuir combustíveis na região, abastecendo o Espírito Santo, e ao TPM, atendendo grandes siderúrgicas, como ArcelorMittal, Usiminas e Gerdau-Açominas na movimentação de carvão mineral, coque de petróleo e coque metalúrgico.
No Estado, além da operação portuária, a empresa conta com uma oficina de vagões em Itacibá, Cariacica. A VLI também já estuda expandir sua atuação no Estado. Um dos planos movimentar cargas até o Porto de Vitória, tendo firmado um acordo com a Vports (antiga Codesa) para melhoria nos acessos ferroviários ao porto.
De acordo com João Correia, o sistema eficiente do TPD pode servir de exemplo para a própria empresa ampliar operações por aqui, além de inspirar outras companhias. “O Espírito Santo tem capacidade de ter essa movimentação ampliada. Temos uma malha ferroviária com potencial para novas conexões”. Ele complementa: “A VLI entende que tem espaço de crescimento no Estado para outros fluxos, e para ganho de eficiência e produtividade nas rotas existentes, trazendo ainda mais carga pro Espírito Santo”, finaliza
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