O velocista Cláudio Roberto Souza participou da conquista da medalha de prata no revezamento 4x100 nos Jogos Olímpicos de Sidney, no ano 2000. Porém, jamais recebeu a medalha. Reserva na final, ele será premiado 20 anos depois.
Cláudio participou da etapa eliminatória. Mas na final ficou apenas torcendo pelo quarteto formado por Vicente Lenílson, Claudinei Quirino, André Domingos e Edson Luciano Ribeiro. Por isso, não teria direito a participar do pódio, em que o time brasileiro dividiu espaço com os campeões, dos Estados Unidos, e Cuba, que ficou com a medalha de bronze.
Cláudio foi informado que receberia a medalha posteriormente. Com o retorno para o Brasil para a comemoração do feito, seria entregue em solo brasileiro. Mas não foi.
Meses mais tarde ele procurou informações sobre a medalha, mas foi informado que a entrega era responsabilidade do Comitê Organizador daquela edição dos Jogos. Cláudio não fez pressão e optou por esperar.
"Por que não subir todos ao pódio, inclusive os reservas? É assim no futebol, no basquete, no vôlei. Todo mundo sobe ao pódio e recebe sua medalha. Eu fiquei imaginando que a minha medalha iria vir com eles. Mas isso não aconteceu", disse Cláudio ao Globoesporte.com.
Ele seguiu competindo e, após a participação nos Jogos Pan-Americanos de 2003, recebeu um broche do COI (Comitê Olímpico Internacional) destinado apenas a medalhistas olímpicos. Seria uma forma de reparar a injustiça.
Ele ainda participou das Olimpíadas de 2004 e 2008, em seguida encerrou a carreira. Em 2016, André Domingos e Arnaldo Oliveira, colegas de atletismo, comovidos com a situação, produziram uma réplica da medalha e entregaram ao amigo com autorização da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo).
Até que, no ano passado, Cláudio recebeu contato de Marco Antonio La Porta, vice-presidente da atual gestão do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), que o levou até Jorge Bichara, diretor de esporte do comitê.
Após insistência do órgão nacional, o COI entendeu que Carlos deverá receber a medalha, também um novo broche e um diploma de medalhista olímpico. A entrega está programada para entre agosto e setembro.
O brasileiro foi informado na última semana que receberá a medalha, duas décadas após participar da Olimpíada.
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