Medalhista de ouro em 2016 no vôlei de praia, o capixaba Alison Cerruti, o Mamute, busca manter a saúde mental além da física em dia durante o isolamento que vive, em Vitória, durante a pandemia do novo coronavírus. O foco está nas Olimpíadas de 2020, adiadas para o próximo ano, e conta como está sendo encarar esse desafio.
"É um momento novo para todos, às vezes todo mundo tem a solução, às vezes ninguém tem. Estou tentando cuidar muito da cabeça, pensar coisas positivas, pois as notícias chegam bem assustadoras. Perder menos condicionamento possível, treinando em casa e fazendo acompanhamento psicológico com minha psicóloga que mora em São Paulo. Estou torcendo para que possamos lutar junto contra esse momento devastador", disse em entrevista à Rádio CBN.
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Com carreira de 15 anos, Alison conta que o treinamento mental durante a carreira o ajudou a ter as maiores conquistas no vôlei. Porém, agora tornou-se um pilar essencial para passar pelo isolamento e pelo adiamento das Olimpíadas. "A gente tenta se manter motivado, pensar coisas positivas, ficar bem toda semana. Busco me manter informado com as notícias, mas também manter sempre a cabeça boa, pois só pensarmos em coisas ruins é uma bolha muito difícil de sair depois", contou.
A dupla Alison e Álvaro Filho já estava classificada para as Olimpíadas de 2020, em Tóquio, Japão, quando o comitê organizador decidiu adiar o evento devido ao novo coronavírus.
"O adiamento fez a equipe toda se reorganizar. Vou estar com 35 anos e penso no que posso fazer para chegar bem no ano que vem, como engordar o menos possível e perder menos força possível. Estou tentando passar longe da cozinha, mas a ansiedade faz a gente comer mais. Somos atletas de alto rendimento, mas também humanos", desabafa Alison.
O jogador também vê com apreensão a possibilidade dos jogos olímpicos acontecerem sem público. "O governo disse que se não tiver vacina, não tem olimpíada ou será sem torcida. Temos que pensar até que ponto é válido um evento sem público. A gente joga pelo público, pela beleza do esporte e por amar isso. Vou ter que me adaptar se acontecer isso, mas não é algo que concordo", declarou.
Para Alison, o público nas quadras de areia tiveram um incentivo grande para que ele conquistasse a medalha de ouro em 2016 no Brasil. "O país vivia um momento crítico e uma crise financeira. O Brasil abraçou as olimpíadas. As minhas melhores vitórias foram ao lado da torcida brasileira, que fez a diferença. Não sei se vale a pena voltar com os jogos só para cumprir calendário. Penso o lado do atleta, pois fazemos por amor", afirmou.
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