Campeão no ano passado, desta vez o tenista brasileiro Bruno Soares, 39, ficou com o vice do torneio de duplas masculinas do US Open.
Nesta sexta-feira (10), a dupla dele e do do britânico Jamie Murray foi superada em Nova York pela parceria do também britânico Joe Salisbury com o americano Rajeev Ram, em uma virada por 2 sets a 1 (3/6, 6/2 e 6/2).
O mineiro, também vice nos EUA em 2013 com o austríaco Alexander Peya, buscava o seu sétimo título em um evento do Grand Slam. Ele é com folga o segundo brasileiro mais vencedor, atrás apenas de Maria Esther Bueno e seus 19 troféus. Para Soares, são três em duplas masculinas e três em duplas mistas.
No ano passado, ele venceu o US Open com o croata Mate Pavic, 28. A parceria, porém, acabou de forma abrupta no encerramento da temporada, por vontade do europeu, após essa conquista seguida de um vice em Roland Garros.
Soares, então, voltou a atuar com Murray, 35, com quem havia ganhado o US Open e o Australian Open em 2016. Os dois atuaram juntos daquela vez até 2019.
Nas duplas mistas, ele já levou troféus nos EUA, com Ekaterina Makarova (2012) e Sania Mirza (2014), além de um Australian Open junto de Elena Vesnina, em 2016.
Ram, 37, e Salisbury, 29, foram campeões do Australian Open de 2020 e vices em 2021, campanha com direito a vitória sobre Soares e Murray nas semifinais. Eles eram os cabeças de chave número 4 no US Open, enquanto a parceria do brasileiro entrou na chave como sétima favorita.
A surpreendente campanha do vice-campeonato veio logo no primeiro torneio após o brasileiro ter passado por um grande susto e uma grande decepção.
Em julho, quando já estava no Japão para os Jogos Olímpicos de Tóquio, ele teve apendicite e foi submetido a uma cirurgia de emergência. A operação tirou qualquer possibilidade de participar da competição ao lado de Marcelo Melo e o fez praticamente dar adeus ao sonho de uma medalha olímpica na carreira.
Após retornar ao Brasil e concluir sua recuperação, o tenista só voltaria a treinar quase um mês depois da cirurgia, ainda com dores. Na chegada aos EUA, ele relatou sentir falta de ritmo de jogo para defender o título de 2020.
"Sabíamos que não ia ser nada fácil. Eu não vinha jogando bem, estava sem ritmo nenhum e sabia que ia ser questão de sobrevivência nas primeiras rodadas. Na minha preparação para cá pude treinar apenas uma semana com intensidade. O meu físico não estava nas melhores condições, estava muito abaixo e, quando comecei a treinar mais forte, o meu corpo ficou muito dolorido", afirmou após a vitória nas semis.
Mas as coisas incrivelmente começaram a dar certo para Soares e Murray, que ainda não haviam obtido muitos resultados consistentes desde a retomada da parceria. Nas quartas do US Open, a dupla enterrou de vez a desconfiança ao bater os cabeças de chave número 2, Marcel Granollers e Horacio Zeballos.
"Por algumas vezes, ao longo desse mês parado, eu pensei em mudar a minha estratégia e até não jogar mais neste ano, me preparando para o ano que vem. Mas aí pensei: quer saber? É o último Grand Slam do ano e não sou mais tão jovem assim, então eu vou lá para curtir o momento e fazer o meu melhor. Curtir no sentido de ir com a cabeça aberta, lutando do início ao fim, mas aceitando mais as adversidades. E foi isso que aconteceu", disse.
Além do brilho nos jogos, Soares também aproveitou a oportunidade de curtir o torneio ao lado do filho, Noah. O menino de seis roubou a cena com suas entradas em quadra para comemorar ao lado do pai e se tornou seu "amuleto".
"É simplesmente incrível tê-lo por perto. Decidi fazer uma viagem dos meninos, então somos só eu, ele e meu treinador, e tem sido incrível ", disse Soares ao site da ATP (Associação dos Profissionais do Tênis). "Foi uma explosão para mim. Não sei por quanto tempo vou poder jogar. Eu quero jogar mais. Mas tê-lo comigo e vivenciar tudo tem sido um sentimento tão especial para mim", completou.
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