Campeão olímpico de vôlei de praia em 2016, Bruno Schmidt anunciou que está deixando as quadras, aos 36 anos. A decisão de encerrar o seu ciclo vitorioso no esporte já vinha sendo amadurecida há algum tempo e foi anunciada oficialmente agora, depois que o atleta se formou em Direito, carreira para a qual deve se dedicar.
Em entrevista ao repórter João Brito, da TV Gazeta, Bruno disse que decidiu pela aposentadoria no esporte ao perceber que já não estava tendo o mesmo rendimento de outras temporadas.
“É uma coisa pessoal de cada atleta. Tem quem queira estender ao máximo e vivenciar cada momento da carreira. Mas, para mim, sempre foi diferente. No meio esportivo, sempre vislumbrei de estar no ápice, para jogar grandes finais e representar o meu país em Olimpíadas sempre. Nunca me vi em uma situação diferente disso. Analisando e vendo a dificuldade com o passar dos anos, com a minha performance caindo, pude tomar essa decisão de forma super tranquila, sabendo que não vou me arrepender de nada”, disse Bruno.
O que também pesou para a decisão do atleta foi o período em que ficou internado com covid-19, em 2021, às vésperas das Olimpíadas de Tóquio. Ele chegou a ficar na UTI, com 70% dos pulmões comprometidos pela doença.
“Faltando quatro meses para as Olimpíadas, fui acometido pela covid e tive de me internar. Isso me deixou em uma situação totalmente vulnerável”, lembra.
Nascido em Brasília (DF), mas vivendo no Espírito Santo desde muito novo, Bruno Schmidt sempre se considerou um capixaba de coração. E foi ao lado de outro capixaba, Alison, que viveu o período mais vitorioso da carreira. Em 2015, a dupla conquistou os três principais títulos da temporada: o Campeonato Mundial, o Circuito Mundial e o World Tour Finals. E no ano seguinte, veio a consagração definitiva, com a medalha de ouro nas Olimpíadas do Rio, nas areias de Copacabana.
“Fui o atleta que fui por conta dele (Alison). A gente se encontrou na hora certa. Ele, com muita bagagem. Eu, com muita vontade. Se pudesse escrever, não teria sido tão bom como foi”, afirma o campeão.
Bruno pretende agora se dedicar à advocacia. Em fevereiro, fará a prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), com a expectativa de dar início definitivo à nova carreira, sem esquecer o legado que deixou nas quadras esportivas.
“O meu legado é fazer as pessoas conseguirem enxergar o quanto fui dedicado, o quanto me entreguei para representar o meu país, para estar no ápice da minha performance sempre. Vale mais do que qualquer título e medalha poder contribuir com o seu esporte. Isso vou levar para o resto da vida”, destaca.
A despedida de Bruno Schmidt mereceu homenagens de vários atletas e também confederações nas redes sociais.
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