A cerimônia de abertura das Paralimpíadas de Paris está marcada para o dia 28 de agosto e a delegação brasileira está levando 279 atletas, sendo oito representantes do Espírito Santo, em quatro esportes diferentes: atletismo, vôlei sentado, tiro esportivo e natação. Conheça os nomes que levarão as cores do ES a Paris.
Daniel, nascido em Nova Venécia, é um atleta de 45 anos do atletismo T11. Daniel trabalhava numa marmoraria e sofreu um grave acidente em 2002, quando duas placas de mais de 700kg se desprenderam e caíram sobre o rosto do capixaba. A tragédia provocou o afundamento do crânio de Daniel e o fez perder a visão. Ele passou por diversas cirurgias de reconstrução facial e, em 2005, a convite de uma professora da Unicep, conheceu o atletismo
Atualmente, Daniel é tri medalhista paralímpico: bronze nos 200m e ouro no revezamento 4x100m nos Jogos Paralímpicos Rio 2016; além de prata nos 200m nos Jogos Paralímpicos Londres 2012
Lorraine, nascida em Vitória, é uma jovem atleta de 27 anos do atletismo T12. Na infância, Lorraine teve um câncer raro que afeta a retina, e foi submetida a uma extração do globo ocular esquerdo, além de ter sofrido com sequelas no olho direito. Lorraine conheceu o esporte paralímpico em um projeto da sua cidade, a convite de sua professora, que a apresentou o goalball e migrou para o atletismo meses depois. Ela compete com Fernando Martins Ribeiro Junior, capixaba e atleta-guia de Lorraine.
Lorraine é medalhista de Prata nos 100m e nos 400m, além de bronze nos 200m, no Mundial de Kobe 2024. Além disso, a capixaba ganhou o ouro nos 100m; e a prata nos 200m e 400m do Grand Prix de Marrakech 2023.
Marcos Vinícius, nascido em Jaguaré, é um atleta de 29 anos do atletismo T12. Quando criança, Marcos foi diagnosticado com ceratocone e retinose pigmentar após perceber que não conseguia enxergar o quadro na escola. Conheceu o esporte paralímpico em uma instituição para cegos de sua cidade, começou a praticar atletismo e goalball, modalidade em que representou seu estado nas Paralimpíadas Escolares de 2010. Em 2016, decidiu seguir carreira no atletismo.
Marcos conquistou a prata nos 100m e 400m nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023; além disso, é bicampeão dos 400m no Campeonato Brasileiro em 2022 e 2023; e ouro nos 400m no Open Internacional 2023.
Bruno, nascido em Vitória, é um atleta de 38 anos do Tiro Esportivo SH2. Devido à demora para nascer, o atleta ficou com paralisia cerebral que afeta os movimentos dos membros inferiores e superiores, especialmente o lado direito do corpo. Uma pessoa o abordou na rua e o convidou para praticar o tiro esportivo, e recebeu sua primeira convocação em fevereiro de 2018. Além dele, Mário Pinheiro Júnior, também capixaba, foi convocado para a equipe de apoio da modalidade.
Bruno já conquistou a medalha de bronze por equipes no Mundial de 2023; além de do bronze na carabina de ar 10m e 50m misto nos Jogos Parapan-Americanos de Lima.
Luiza, de Venda Nova do Imigrante, é uma jovem atleta de 27 anos do Vôlei Sentado. Aos 15 anos, Luíza teve um osteossarcoma no fêmur esquerdo e precisou substituir parte dos ossos da perna por uma endoprótese. A atleta praticava handebol, mas parou devido ao tratamento médico. Em novembro de 2018, uma das jogadoras da Seleção Brasileira de vôlei sentado viu Luiza em um programa de televisão e entrou em contato com ela. Neste período, a capixaba havia feito duas cirurgias e, em março de 2019, aceitou o convite para conhecer a modalidade.
Mesmo com pouco tempo no esporte, a capixaba já garantiu o ouro no Mundial da Bósnia 2022; bronze nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020.
Thiago Rocha, nascido em Vila Velha, é um jovem atleta de 24 anos do Vôlei Sentado. Em 2006, ele sofreu um acidente de ônibus que levou à amputação da sua perna canhota. Com 10 anos de idade, deixou o ES e se mudou para São Paulo, onde teve o primeiro contato com o esporte paralímpico.
Atualmente, Thiago é tetracampeão brasileiro e é considerado o melhor jogador do Brasil, depois de ter conquistado o título de MVP (sigla em inglês para melhor atleta da competição) da última edição do Campeonato Brasileiro da modalidade.
Mariana, nascida no Rio de Janeiro mas radicada no Espírito Santo, é uma atleta de 29 anos da natação S9. Ela nasceu com Síndrome de Arnold-Chiari, uma má-formação do sistema nervoso central que afeta a coordenação e equilíbrio. A atleta sempre praticou a natação e chegou a competir em provas até os 14 anos de idade, quando a doença se manifestou. Como tinha crises de desmaio, teve que se afastar das piscinas em 2009, voltando apenas em 2013.
Ela competiu nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, onde conquistou a medalha de bronze na prova de 100 metros livre. No Mundial Paraolímpico de Natação de 2023 ela garantiu quatro medalhas: O ouro nos 50m livre, prata nos 100m livre e bronze nos revezamentos 4x100m medley e 4x100m livre.
Patrícia, nascida em Minas Gerais, mas radicada no Espírito Santo, é uma atleta de 46 anos da natação S4. Patrícia foi baleada no pescoço durante um assalto a uma casa lotérica onde trabalhava e ficou tetraplégica. Num centro de reabilitação do seu estado, conheceu o basquete em cadeira de rodas mas, em 2009, foi convidada para um projeto que envolvia a natação e se apaixonou pela modalidade.
Patrícia é bi-medalhista paralímpica, conquistando a prata no revezamento 4x50m livre misto nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016, além do bronze no revezamento 4x50m livre misto 20 pontos nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020.
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