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A vida após a tragédia: como estão os 16 sobreviventes dois anos depois do incêndio no Ninho do Urubu

A vida após a tragédia: como estão os 16 sobreviventes dois anos depois do incêndio no Ninho do Urubu

Entre 'dispensas' e saídas por opção, apenas sete jovens seguem no Flamengo. Jhonata Ventura, que teve 30% do corpo queimado, ainda não tem previsão para voltar a atuar...

Publicado em 8 de fevereiro de 2021 às 11:00- Atualizado há 4 anos

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(Sobreviventes da tragédia tomaram rumos diferentes na carreira (Fotos: Divulgação e Reprodução)

Nesta segunda-feira, dia 8 de fevereiro, completa-se dois anos do incêndio que atingiu o alojamento das categorias de base do Flamengo, no Ninho do Urubu, e matou dez jovens. Passados 24 meses da tragédia, a vida seguiu para os outros 16 garotos que dormiam no local naquela noite e conseguiram escapar com vida.

+ Os desdobramentos nas esferas cível e judicial da tragédia do Ninho, que completa dois anos sem explicaçõesTodos chegaram a um acordo indenizatório com o clube rubro-negro ainda em 2019. No entanto, por diversos motivos, os jovens seguiram diferentes caminhos e, atualmente, apenas sete permanecem no Flamengo. Dos que saíram, três seguem em busca de uma nova equipe.

Abaixo, o LANCE! mostra por onde andam os 16 garotos que sobrevieram à tragédia e agora lutam para continuar o sonho dos dez ex-companheiros.

OS 7 REMANESCENTES:

Jhonata Ventura - Sobrevivente com ferimentos mais graves, o zagueiro teve 30% do corpo queimado e ficou aproximadamente um ano longe dos gramados. Em recuperação gradual, participou de alguns treinos com a categoria sub-17 em 2020, mas ainda não tem previsão de voltar a atuar, segundo o Flamengo. Em outubro, assinou o primeiro contrato profissional com o clube, válido por três anos. Completou 17 anos em 30 de janeiro.

Cauan Gomes - Outro sobrevivente que precisou ser hospitalizado, mas teve recuperação rápida e voltou a atuar rapidamente. Hoje com 16 anos, o atacante integra a categoria sub-17 do Rubro-Negro e assinou o primeiro contrato profissional em julho de 2020, com validade até o meio de 2022.

Francisco Dyogo - O goleiro também precisou ser internado, mas retornou aos gramados rapidamente e com destaque. Em 2019, chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira Sub-15. O jovem assinou o primeiro contrato profissional com o Flamengo em março de 2020 e completou 17 anos no último mês.Cauan (esquerda), Jhonata (centro) e Dyogo (direita) precisaram ser internados (Fotos: Reprodução)Kayque Soares - O zagueiro, que também atua como lateral-direito, assinou o primeiro contrato profissional com o Rubro-Negro em setembro de 2019, com validade de dois anos. Reserva da equipe sub-17 na última temporada, o jovem completa 18 anos no próximo dia 20 e irá buscar espaço na categoria sub-20 neste ano.

Rayan Lucas - O volante, também conhecido como "Quadrado", completou 16 anos recentemente e negocia para assinar o primeiro contrato profissional. Em 2020, disputou algumas partidas com a equipe sub-17, mesmo tendo apenas 15 anos na época.

Samuel Barbosa - Em agosto de 2018, meses antes da tragédia, o atacante já havia assinado contrato profissional com o Flamengo. Em julho do ano passado, ele renovou o vínculo com o Rubro-Negro até o fim de 2022, com uma multa rescisória para clubes europeus estipulada em 50 milhões de euros (R$ 323 milhões na cotação atual). Aos 18 anos, ele integra a categoria sub-20.

Filipe Chrysman - O mais velho entre os 16 sobreviventes, o atacante completa 19 anos no fim de fevereiro. Na última temporada, ele fez parte da equipe alternativa que disputou o Carioca Sub-20, enquanto o time principal atuava pelo Brasileirão e Copa do Brasil da categoria.OS QUE SAÍRAM DO FLAMENGO:

Jean Sales - O atacante de 18 anos seguiu no Flamengo até o fim de 2020 e se transferiu recentemente para o Alverca, de Portugal. No clube português, assinou o primeiro contrato profissional e atuará pela categoria Sub-19.

Kennyd Lucca - O lateral-esquerdo preferiu não ficar no Rio de Janeiro após a tragédia e acertou sua transferência para o Corinthians, em 2019. Poucos meses depois, seguiu para o Bahia, onde está até hoje, com 16 anos.

Pablo Ruan - O atacante deixou o Flamengo por conta própria no fim de 2019 e se transferiu para o Palmeiras. Após um período de testes, o jovem assinou o primeiro contrato profissional com o clube paulista em outubro de 2020. Completou 18 anos no início deste mês e passará a integrar a categoria sub-20 nesta temporada.

Gabriel de Castro - Estava em período de testes quando houve o incêndio. Após a tragédia, ele ficou mais três semanas em observação no clube, mas não foi aproveitado e deixou o Flamengo. Em seguida, acertou com a Ponte Preta.

Wendel Alves - ​Liberado pelo Flamengo em janeiro de 2020. Foi aprovado no Corinthians após período de testes e assinou contrato de formação com o clube paulista em outubro de 2020. Completou 16 anos em janeiro deste ano.

Felipe Cardoso - Outro que não teve contrato renovado e deixou o Flamengo em janeiro de 2020. Em seguida, o meia assinou contrato profissional com o Red Bull Bragantino, com direito a multa rescisória de mais de R$ 200 milhões para clubes do exterior. Aos 17 anos, integra o Sub-17 do clube paulista.

Caike da Silva - Conhecido como "Paquetazinho" na época de Flamengo, o jovem meia entrou na lista dos que não tiveram contrato renovado por opção técnica no início de 2020. Natural de Americana (SP), ele voltou à cidade-natal e treina por conta própria em busca de uma nova equipe.

Naydjel Callebe - O volante também deixou o Flamengo em janeiro de 2020 e segue sem clube. Atualmente com 16 anos, mora na cidade-natal, no interior do Paraná, e viu a pandemia dificultar testes durante o último ano.

João Vitor Gasparin - Após ser liberado pelo Flamengo no início do ano passado, o lateral-direito, de 16 anos, também está em busca de uma nova oportunidade.+ Incêndio no Ninho: ao L!, deputado explica colaboração da CPI na denúncia do MP contra 11 pessoas

O INCÊNDIO NO NINHO: VÍTIMAS, ACORDOS E DENÚNCIA DO MP

O incêndio no alojamento das divisões de base do Flamengo, em 8 de fevereiro de 2019, vitimou Athila Paixão (14), Arthur Vinícius (14), Bernardo Pisetta (14), Christian Esmério (15), Gedson Santos (14), Jorge Eduardo Santos (15), Pablo Henrique (14), Rykelmo de Souza (16), Samuel Thomas Rosa (15), e Vitor Isaías (15).

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro denunciou Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo, e outras dez pessoas - denúncia a qual foi aceita pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) no dia 20 de janeiro.

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Em 23 de dezembro de 2020, o Flamengo anunciou - em nota publicada em seu site oficial - que fechou acordos com familiares de oito vítimas do Ninho: Arthur Vinicius, Athila Paixão, Bernardo Piseta, Gedson Santos, Jorge Eduardo, Samuel, Pablo Henrique, Vitor Isaías e o pai de Rykelmo. Além da mãe de Rykelmo, que acionou o clube na Justiça, resta o acerto com a família de Christian Esmério.* estagiário sob a supervisão de Aigor Ojêda

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