O Campeonato Brasileiro chegou à última rodada nesta quinta-feira (25) e a disputa acirrada, com Flamengo e Internacional tendo chances de levantar a taça, trouxe uma preocupação com a possibilidade de aglomerações em meio à pandemia do coronavírus, principalmente em bares, por conta do jogo e de uma possível comemoração.
As cidades da Grande Vitória montaram esquemas especiais de fiscalização. Na região, apenas o município da Serra está classificado em risco baixo de contaminação da Covid-19, de acordo com o Mapa de Risco do Governo do Estado. Nas demais cidades, a classificação em amarelo permite que os estabelecimentos funcionem só até às 22 horas.
A reportagem percorreu bairros como o Centro da Cidade, a Praia do Canto e Jardim da Penha, na noite desta quinta-feira (25), e verificou que bares e estabelecimentos comerciais do tipo respeitaram as medidas de segurança e higiene. O distanciamento entre as mesas foi mantido e frascos de álcool em gel eram vistos em todas as mesas.
Na Capital, a Guarda Municipal atuou para tentar inibir as aglomerações. Na Rua da Lama, em Jardim da Penha, onde os bares respeitaram os protocolos de saúde e fecharam as portas às 22h, o agente Amorim explicou que o principal foco da guarda é evitar que os veículos permaneçam na rua de forma irregular, principalmente após o fechamento dos bares.
O agente pontuou também que mais equipes da Guarda Municipal realizaram essa fiscalização durante a noite desta quinta-feira em outros pontos da cidade onde havia a possibilidade de aglomerações.
"Nós estamos também com equipe na Praia do Canto e no Centro, para diminuir a quantidade de gente na rua. Hoje é um dia atípico, jogo do Flamengo, a gente sabe como funciona, as pessoas querem ir para a Rua da Lama, que é o point, e para a Praia do Canto, o foco é esse", comentou.
Equipes de fiscalização da Prefeitura de Vitória também estiveram na Rua da Lama. Eles preferiram não gravar entrevista, mas explicaram à reportagem de A Gazeta que a medida principal era impedir que vendedores ambulantes ficassem nas ruas após as 22h, já que, segundo a equipe, esses vendedores promovem aglomerações mesmo após o fechamento dos bares.
A presença dos ambulantes, inclusive, é motivo de reclamação do dono de um estabelecimento comercial na Rua da Lama. O homem, que preferiu não ser identificado, explicou que os bares, em sua maioria, respeitam o decreto, mas que os frequentadores não e, assim, a presença de ambulantes atrai as pessoas para o meio da rua, onde são registradas as aglomerações.
"O que a gente percebe é que o decreto - mesmo reconhecendo a importância - surte um efeito contrário. Enquanto os bares estão abertos, por mais que a casa esteja cheia, os protocolos estão sendo seguidos, tem álcool gel espalhado, banheiro, estrutura. As pessoas ficam espalhadas entre os bares. Os bares fecham, a galera se concentra, empurra para o mercado informal, sem estrutura e higiene. E a galera não vai embora. Fica parecendo que a culpa é nossa mas não é. Isso piora o quadro, joga todo mundo para o informal", lamentou.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta