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Capixabas enfrentam falta de ar e água rumo à final da Libertadores

Capixabas enfrentam falta de ar e água rumo à final da Libertadores

Já perto da fronteira com o Peru, o representante comercial Carlos Augusto Gonçalves de Oliveira, o filho e mais um amigo de Vila Velha, superam a falta de ar, água, alimentação, problemas de saúde e até protestos para acompanharem o Flamengo na decisão

Publicado em 21 de novembro de 2019 às 19:39

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O trio capixaba ganhou pacotes de batatas fritas de um caminhoneiro enquanto estava retido em um protesto no Chile. (Arquivo pessoal)

Percorrer os quase cinco mil quilômetros de estradas entre Rio de Janeiro e Lima, no Peru, é um desafio que muitos flamenguistas, entre eles vários capixabas, decidiram realizar pelo sonho de verem o time do coração se consagrar bicampeão da Copa Libertadores da América. A decisão acontece no próximo sábado (23), às 17 horas, no Estádio Monumental, onde o Rubro-Negro encara o atual campeão, o River Plate, da Argentina.

FALA, CARLOS AUGUSTO

O trajeto até o país andino mais parece uma saga, pelo menos é o que descreve o representante comercial Carlos Augusto Gonçalves de Oliveira, de 52 anos, que desde a última terça-feira (19) segue em direção à capital peruana. Ele, na companhia do filho, um amigo, e outras 40 pessoas, estão em uma jornada de quatro dias e quatro noite em direção a Lima.

No percurso, o ônibus que estão já cruzou os estados de Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. No trecho brasileiro, o maior desafio foi o cansaço, porém ao chegar em Foz do Iguaçu, na fronteira com o Paraguai, começaram novos problemas, entre eles o frio, dormência nos pés, estradas ruins e sinuosas, além de falta de ar e até mesmo paralisações em estradas, em decorrência de protestos.

Apesar das adversidades, o grupo de flamenguistas segue confiantes e sorridentes rumo a Lima(Arquivo pessoal)

"Na terça rompemos a fronteira do Brasil com a Argentina e combinamos com nosso motorista de seguir sem parada até a fronteira com o Chile. Começamos a subir essa parte de serras e montanhas e a galera sentiu muito. Vários de nós tivemos de parar em barreiras para pegar um ar, fizemos uso de balão de oxigênio, foi muito tenso. Depois chegamos em uma outra barreira já perto das 23h e muitos estavam passando mal, pois estávamos a quase 4 mil metros de altitude. Depois iniciamos a subida pela Cordilheira dos Andes a 5,2 mil metros e desfaleci por falta de ar. Só me recuperei umas três horas depois, mas graça a Deus pela manhã todos estavam bem. Nossa preocupação maior agora é com a falta de água e alimentos", detalhou.

PERRENGUE NO CHILE

Já em solo chileno, mais contratempos. O país ainda convive com conflitos políticos e sociais, motivos estes que causaram a troca da final de Santiago para Lima. A excursão se deparou com um protesto no Deserto do Atacama, onde ficaram parados por horas.

"Estão tentando passar pouco a pouco com os carros, a polícia está aqui também, mas houve até um clima de confronto, pois ônibus com torcedores do Flamengo e também do River Plate pararam próximos. Tivemos de esperar para dar prosseguimento com a viagem para o Peru, chegaram até a explodir um carro na manifestação. Além disso, estamos em busca de um local para tomar banho e nos alimentarmos, pois são escassos nessa região", complementou.

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Ainda que o cenário não seja dos mais favoráveis, Carlos Augusto e os demais excursionistas mantém a previsão de chegada em Lima para a noite da próxima sexta-feira, por volta das 22 horas.

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