O São Mateus faz campanha regular na atual edição do Capixabão e acumula três pontos em duas rodadas disputadas. Enquanto a equipe se prepara para o clássico do Norte contra o Linhares no próximo sábado, fora dele a diretoria mateense mantém as tratativas e analisa a possibilidade de contratar o goleiro Bruno, que foi oferecido ao clube recentemente.
Em entrevista ao Bom Dia ES, da TV Gazeta, na manhã desta quarta-feira (05), o dirigente da equipe Pedro Arthur Lemos confirmou que a negociação prossegue, mas frisou que ainda não há uma decisão em relação à vinda do ex-jogador do Flamengo, condenado a mais de vinte anos de prisão pela morte de Eliza Samúdio.
"A verdade é que temos um processo complexo. O jogador nos foi oferecido, o atleta Bruno nos foi oferecido. O São Mateus hoje é um clube que tem uma gestão em conjunto, são 12 pessoas e não há um presidente que responde. É um processo complexo. Houve sim um oferecimento do atleta e isso está na nossa pauta, disse o gestor da equipe mostrando-se até certo ponto surpreso com a repercussão que a possibilidade do jogador aportar na cidade provocou.
"Na verdade a gente ficou até um pouco assustado na questão de que fizeram de um copo uma tempestade. Falaram até que o atleta já estava na cidade, muita notícia vazia sobre esse assunto, salientou.
Questionado se o clube deseja contar com Bruno no plantel, o dirigente foi taxativo e fez até uma analogia com ídolos do passado para justificar uma eventual contratação.
"Querer todo mundo quer. Me desculpe até colocação... o Garrincha, o Zagallo, todo mundo quer quando oferecidos. O São Mateus trabalha com futebol, não com parte jurídica. O São Mateus quer o goleiro Bruno na questão técnica. Então se houve um oferecimento, existe um estudo, a diretoria é fechada, isso está em pauta, sempre conversamos, mas é tudo muito cauteloso, tanto para o atleta como para a equipe do São Mateus", frisou o gestor.
O dirigente, contudo, explicou que caso a negociação prossiga, a vinda de Bruno envolve uma grande mobilização de pessoas ligadas ao São Mateus, por isso o ritmo lento em dar o próximo passo.
"É um trabalho a longo prazo, não é simplesmente pegar o atleta, colocá-lo dentro de um avião e ele chegar aqui no Espírito Santo na cidade de São Mateus. A gente trabalha com muita cautela. O clube já passou por momentos difíceis e também já teve bons momentos, mas a gente sabe que tudo se resolve com paciência e calma. Nós temos patrocinadores na cidade e temos que sentar e conversar com eles. Temos um prefeito municipal, que é a entidade maior da cidade, o Daniel da Açaí. Tudo é levado em consideração", explicou.
Assim que foi noticiada a possibilidade de Bruno aportar em São Mateus, houve desaprovação especialmente das mulheres, e também apoio de muitas pessoas. Essa divisão, na visão de Pedro Arthur, é positiva ao clube. O dirigente disse entender as opiniões, mas reiterou que a decisão não levará isso em conta e justificou a expectativa em criar fontes de receitas para manter as tratativas pelo atleta.
"Sobre a questão dos protestos é algo natural. O Brasil agora viveu uma crise aí com o Lula e também com o Bolsonaro, isso é normal. É uma democracia e vamos respeitar. O São Mateus é um clube que vive sempre com o pires na mão, todo ano é uma dificuldade para entrar no campeonato e precisamos buscar uma válvula de escape para poder gerar alguma coisa. A questão do estudo sobre o Bruno é que financeiramente ele seria interessante para o clube e tem também a questão técnica como o goleiro. Quando ele parou de jogar futebol na época do ocorrido, ele era um goleiro cotado até para a Seleção Brasileira", disse Pedro Arthur.
"O que nos importa mais é o que a diretoria pensa e também os nossos torcedores e patrocinadores. O São Mateus vive através dessa torcida maravilhosa que tem na cidade e que abraça o clube. Escutamos bastante e estamos escutando. Ficamos até meio feliz, quando foi anunciado (a possibilidade da contratação do goleiro) a divisão (das pessoas) ficou meio a meio. Entendemos o lado positivo e o negativo, completou.
Por fim, o representante do clube mateense afirmou que não haverá uma decisão rápida em relação ao tema e pontuou que a disputa do Capixabão é a prioridade no momento. "Tem que se respeitar. Tudo tem que ser pensado, você não pode colocar um carro na BR sem carteira de motorista. O São Mateus pensa, tem uma diretoria bem atuante, a gente é muito fechado, temos mantido conversas com a comissão técnica e os jogadores. A gente vai dialogando, mas nosso foco por agora é apenas com o Estadual, jogar a competição, manter a equipe na primeira divisão e tentar uma vaga para o octogonal final", finalizou.
Atualmente Bruno cumpre pena em regime semiaberto e a última vez em que teve uma rotina de atleta profissional foi quando obteve uma liminar concedida pelo STF, ainda em 2017 e pode atuar por um curto período na equipe mineira do Boa Esporte.
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