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Dirigente cita ídolos do passado para justificar negociação pelo goleiro Bruno

Dirigente cita ídolos do passado para justificar negociação pelo goleiro Bruno

Pedro Arthur, um dos gestores da equipe, citou ex-jogadores do porte de Zagallo e Garrincha para manter a negociação pelo atleta:  "Todo mundo quer quando oferecidos", disse o gestor

Publicado em 5 de fevereiro de 2020 às 10:27

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Bruno treinou e atuou pelo Boa Esporte em 2017e negocia com o São Mateus. (Divulgação/Boa Esporte)

O São Mateus faz campanha regular na atual edição do Capixabão e acumula três pontos em duas rodadas disputadas. Enquanto a equipe se prepara para o clássico do Norte contra o Linhares no próximo sábado, fora dele a diretoria mateense mantém as tratativas e analisa a possibilidade de contratar o goleiro Bruno, que foi oferecido ao clube recentemente.

Em entrevista ao Bom Dia ES, da TV Gazeta, na manhã desta quarta-feira (05), o dirigente da equipe Pedro Arthur Lemos confirmou que a negociação prossegue, mas frisou que ainda não há uma decisão em relação à vinda do ex-jogador do Flamengo, condenado a mais de vinte anos de prisão pela morte de Eliza Samúdio.

"A verdade é que temos um processo complexo. O jogador nos foi oferecido, o atleta Bruno nos foi oferecido. O São Mateus hoje é um clube que tem uma gestão em conjunto, são 12 pessoas e não há um presidente que responde. É um processo complexo. Houve sim um oferecimento do atleta e isso está na nossa pauta, disse o gestor da equipe mostrando-se até certo ponto surpreso com a repercussão que a possibilidade do jogador aportar na cidade provocou.

"Na verdade a gente ficou até um pouco assustado na questão de que fizeram de um copo uma tempestade. Falaram até que o atleta já estava na cidade, muita notícia vazia sobre esse assunto, salientou.

"QUESTÃO TÉCNICA"

Questionado se o clube deseja contar com Bruno no plantel, o dirigente foi taxativo e fez até uma analogia com ídolos do passado para justificar uma eventual contratação.

"Querer todo mundo quer. Me desculpe até colocação... o Garrincha, o Zagallo, todo mundo quer quando oferecidos. O São Mateus trabalha com futebol, não com parte jurídica. O São Mateus quer o goleiro Bruno na questão técnica. Então se houve um oferecimento, existe um estudo, a diretoria é fechada, isso está em pauta, sempre conversamos, mas é tudo muito cauteloso, tanto para o atleta como para a equipe do São Mateus", frisou o gestor.

Bruno chegou até a jogar pelo Boa Esporte quando obteve uma liminar junto ao STF em 2017. (Uarlen Valério/O Tempo)

O dirigente, contudo, explicou que caso a negociação prossiga, a vinda de Bruno envolve uma grande mobilização de pessoas ligadas ao São Mateus, por isso o ritmo lento em dar o próximo passo.

"É um trabalho a longo prazo, não é simplesmente pegar o atleta, colocá-lo dentro de um avião e ele chegar aqui no Espírito Santo na cidade de São Mateus. A gente trabalha com muita cautela. O clube já passou por momentos difíceis e também já teve bons momentos, mas a gente sabe que tudo se resolve com paciência e calma. Nós temos patrocinadores na cidade e temos que sentar e conversar com eles. Temos um prefeito municipal, que é a entidade maior da cidade, o Daniel da Açaí. Tudo é levado em consideração", explicou.

REPERCUSSÃO

Assim que foi noticiada a possibilidade de Bruno aportar em São Mateus, houve desaprovação especialmente das mulheres, e também apoio de muitas pessoas. Essa divisão, na visão de Pedro Arthur, é positiva ao clube. O dirigente disse entender as opiniões, mas reiterou que a decisão não levará isso em conta e justificou a expectativa em criar fontes de receitas para manter as tratativas pelo atleta.

"Sobre a questão dos protestos é algo natural. O Brasil agora viveu uma crise aí com o Lula e também com o Bolsonaro, isso é normal. É uma democracia e vamos respeitar. O São Mateus é um clube que vive sempre com o pires na mão, todo ano é uma dificuldade para entrar no campeonato e precisamos buscar uma válvula de escape para poder gerar alguma coisa. A questão do estudo sobre o Bruno é que financeiramente ele seria interessante para o clube e tem também a questão técnica como o goleiro. Quando ele parou de jogar futebol na época do ocorrido, ele era um goleiro cotado até para a Seleção Brasileira", disse Pedro Arthur.

"O que nos importa mais é o que a diretoria pensa e também os nossos torcedores e patrocinadores. O São Mateus vive através dessa torcida maravilhosa que tem na cidade e que abraça o clube. Escutamos bastante e estamos escutando. Ficamos até meio feliz, quando foi anunciado (a possibilidade da contratação do goleiro) a divisão (das pessoas) ficou meio a meio. Entendemos o lado positivo e o negativo, completou.

Bruno foi condenado a quase 21 anos de prisão pela morte de Eliza SAmúdio. (Reprodução / Arquivo Pessoal / TV Globo)

Por fim, o representante do clube mateense afirmou que não haverá uma decisão rápida em relação ao tema e pontuou que a disputa do Capixabão é a prioridade no momento. "Tem que se respeitar. Tudo tem que ser pensado, você não pode colocar um carro na BR sem carteira de motorista. O São Mateus pensa, tem uma diretoria bem atuante, a gente é muito fechado, temos mantido conversas com a comissão técnica e os jogadores. A gente vai dialogando, mas nosso foco por agora é apenas com o Estadual, jogar a competição, manter a equipe na primeira divisão e tentar uma vaga para o octogonal final", finalizou.

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Atualmente Bruno cumpre pena em regime semiaberto e a última vez em que teve uma rotina de atleta profissional foi quando obteve uma liminar concedida pelo STF, ainda em 2017 e pode atuar por um curto período na equipe mineira do Boa Esporte.

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