Neste sábado (08) completa-se exatamente um ano da maior tragédia já vivida por um clube brasileiro no país: o devastador incêndio que vitimou dez atletas da base do Flamengo, no Ninho do Urubu, no Rio de Janeiro chega a 365 dias do ocorrido com muitas respostas a serem dadas, fatos esclarecidos, indenizações pendentes e punição aos responsáveis.
É de se imaginar a complexidade para se chegar a um denominador comum em relação aos valores que o clube deva indenizar as respectivas famílias dos garotos que se foram, por isso mesmo apenas três indenizações foram acordadas até a presente data. O pai de Rykelmo, uma das vítimas, aceitou o oferecido pelo Flamengo, mas a mãe do menino não chegou a um entendimento com o clube e procurou a Justiça.
A diretoria do Flamengo diz manter-se aberta a negociações com os familiares pendentes, porém no pronunciamento realizado no último sábado (01) pelo presidente Rodolfo Landim e outros dirigentes, os indicativos são de que novos acordos estão longe de serem celebrados e devem prosseguir na Justiça, como já feito por pelo menos três famílias. A postura pouco clara e fria por parte do clube incomoda uma parcela significativa da torcida.
Todos os sobreviventes do incêndio já chegaram a um acordo financeiro com o clube. Alguns atletas que saíram com vida do alojamento já não fazem mais parte dos time de base do Rubro-Negro e foram dispensados no início deste ano - o time carioca justificou que eles não atingiram critérios técnicos para prosseguirem no plantel.
Limitar essa data icônica às indenizações, contudo, é superficial. Essa parte é o mínimo que o Flamengo deve fazer, além da ajuda de custo mensal de R$ 10 mil reais mensais e apoio psicológico aos parentes dos meninos mortos no alojamento. As investigações sobre o incêndio prosseguem um ano após a tragédia. Sabe-se que na ocasião o clube não possuía alvará de funcionamento do CT e os atletas da base não poderiam pernoitar no espaço. Até o início de março, o Ministério Público do Rio de Janeiro denunciará os responsáveis. O presidente atual do clube, o antecessor, Eduardo Bandeira de Melo, outros dirigentes e também todos os outros envolvidos que de uma forma ou outra possam ter contribuído para a propagação das chamas no local poderão responder criminalmente.
Outra cobrança que recai sobre o Flamengo está relacionada ao memorial em homenagem aos garotos que se foram. O clube já manifestou que planeja construí-lo, porém ainda não saiu do campo das intenções. Neste sábado, o Flamengo entra em campo para enfrentar o Madureira pela última rodada da fase de Grupos da Taça Guanabara.
O clube não divulgou oficialmente quais homenagens prestará, mas sabe-se que os titulares levarão às costas os nomes dos dez meninos que perderam a vida. Também haverá uma missa em memória dos mesmos. Independentemente do que ocontecer em campo, este sábado, oito de fevereiro de 2020, também ficará marcado na história do Flamengo.
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