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Possível paralisação do Capixabão revela divergências entre os clubes

Possível paralisação do Capixabão revela divergências entre os clubes

Caso a competição não continue, metade das equipes não têm planejamento anual. Jogadores podem ser dispensados e alguns times teriam prejuízo

Publicado em 16 de março de 2020 às 19:02

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Rodrigo Fonseca, técnico do Vitória, conversa com seus jogadores. (Vitor Nicchio Casotti/Vitória F.C)

Empréstimos, dispensas de jogadores, desarranjos financeiros. Esses são apenas alguns dos problemas que os times capixabas podem encarar se o Campeonato Capixaba 2020 for suspenso, por conta do novo coronavírus. Se a Federação de Futebol do Espírito Santo (FES), que convocou uma reunião para esta quarta-feira (18), decidir ao lado dos clubes adiar a competição por tempo indeterminado, várias agremiações terão problemas para honrar os seus compromissos. 

Possível paralisação do Capixabão revela divergências entre os clubes

A reportagem já apurou com o presidente da FES, Gustavo Vieira, que, até o momento, a competição está mantida e apenas na quarta-feira haverá uma deliberação nesse sentido, para seguir ou não com o certame. Confira a abaixo como cada time vai trabalhar caso o Capixabão seja suspenso.

Desportiva 

"A Desportiva mantém o trabalho e a questão dos salários. O nosso planejamento também já é visando a Copa Espírito Santo, então não muda muita coisa não. O que pode acontecer é lá na frente que vamos ter que prorrogar contrato de jogador que não estava previsto ser aproveitado durante a Copa ES. Temos em torno de seis atletas com contratos mais longos, até o fim do ano e início do ano que vem, uma espinha dorsal para formar a equipe", explicou o CEO da Desportiva, Luiz Arantes.

Estrela 

"Nosso campeonato é diferente de 90% dos campeonatos de outros estados, por diversos motivos. Poucas praças jogam com mais de mil pessoas no estádio, e a maioria não tem condições de arcar com os custos de eventual paralisação e com portões fechados, é triste, mas é a realidade. Paralisação ou portões fechados, neste momento, não é medida razoável. Qualquer shopping, escola, igreja, supermercado ou rodoviária do ES aglomera mais pessoas do que nossos estádios, portanto essa medida, ao meu ver, não traz mais benefícios à coletividade do que prejuízo aos clubes e ao campeonato. Teríamos que ir buscar uma nova receita ou buscar um empréstimo", disse Carlos Madella, diretor-executivo do Estrela do Norte.

 Real Noroeste

 "Independente da decisão, não muda a vida do Real Noroeste. Aqui no clube temos o planejamento para o ano todo e desde 2019 o time começou a preparação para jogar a atual temporada", afirmou Franciele Rocha, diretora-executiva do Real Noroeste.

Rio Branco 

"Não trabalhamos com essa possibilidade. Claro que se adiar, vamos conversar com os jogadores, com fornecedores e patrocinadores. Mas queremos o título, então estaremos no campeonato até o fim", disse Luciano Mendonça, presidente do Rio Branco.

Rio Branco VN 

"Se o Capixabão for paralisado, o Rio Branco não terá caixa para pagar as despesas. Teremos duas soluções: dispensar todos os jogadores e comissão técnica ou fazer um empréstimo bancário. Somos um clube de uma Cidade de 25 mil habitantes, que com a ajuda de empresários locais e dos torcedores, através da bilheteria, conseguimos fazer um orçamento modesto para disputarmos o Capixabão num período de quatro meses. E, se houver uma paralisação, que prolongará esse período, nosso caixa não irá fechar", disse Erivelton Uliana, presidente do Rio Branco VN.

São Mateus 

"Sabemos que não é a Federação de Futebol, o Governo do Estado, o São Mateus, o município... O problema todo é esse vírus e em primeiro lugar vem a saúde das pessoas que participam do evento e dos torcedores. Estamos com os pagamentos em dia e temos o planejamento que vai até o fim da competição. Se acontecer a paralisação da competição, seremos obrigados a liberar os jogadores porque não temos como arcar com os salários, alimentação, hospedagem, remédios... é muita coisa. Não podemos amarrar uma corda no pescoço e arcar com todos esses custos adicionais. Eu vejo que uma possível paralisação não só vai prejudicar o São Mateus como também 80% dos clubes do Estado", afirmou Pedro Artur, diretor-executivo do São Mateus.

Serra 

Se manter seria difícil, com certeza. Manter mais um mês, 60 dias é bem difícil. Pra mim, se o campeonato acabasse hoje estava bom. Porque não vamos ter dinheiro para pagar os jogadores. O contrato com os jogadores é de três meses, mas estamos com quase um milhão e meio de dívidas trabalhistas, isso que está matando os clubes", afirmou Ervínio Ferreira, presidente do Serra. 

Vitória 

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A reportagem tentou entrar em contato com a diretoria do Vitória, que até o fechamento desta matéria não atendeu às ligações e está em uma reunião. A resposta dos mandatários alvianis será incluída na matéria quando a mesma for dada.

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