O Santos decidiu suspender o contrato do atacante Robinho, condenado em primeira instância por violência sexual na Itália e que teve gravações que embasam a condenação divulgadas nesta sexta-feira (16). A nota, divulgada no site do clube, comunicou que o acordo foi em comum acordo para que o atleta "possa se concentrar exclusivamente na sua defesa no processo".
Em um vídeo em uma de suas rede sociais, Robinho declarou que está triste e precisa focar em sua defesa no caso. "Com muita tristeza no coração, venho falar para vocês que tomei a decisão junto do presidente de suspender meu contrato neste momento conturbado da minha vida. Meu objetivo sempre foi ajudar o Santos Futebol Clube. Se de alguma forma estou atrapalhando, é melhor que eu saia e foque nas minhas coisas pessoais. Para os torcedores do Peixão e aqueles que gostam de mim, vou provar minha inocência", afirmou.
A contratação de Robinho, oficializada no último dia 10, causou polêmica por conta do processo que tramita na Itália. Em 2017, o atleta foi condenado por violência sexual em grupo contra uma mulher albanesa em uma boate em ocorrência registrada em janeiro de 2013.
Confira, na íntegra, a nota divulgada pelo Santos:
O Santos Futebol Clube e o atleta Robinho informam que, em comum acordo, resolveram suspender a validade do contrato firmado no último dia 10 de outubro para que o jogador possa se concentrar exclusivamente na sua defesa no processo que corre na Itália.
Interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça italiana, tidas como fundamentais para a condenação em primeira instância de Robinho, 36, por violência sexual de grupo, em 2017, foram reveladas nesta sexta-feira (16) pelo site GE.
Em novembro de 2017, o Tribunal de Milão julgou como procedente a acusação do Ministério Público italiano de que Robinho participou, com outros cinco homens, de violência sexual coletiva contra uma albanesa de 23 anos em uma discoteca de Milão. O episódio ocorreu em janeiro de 2013, quando ele tinha 28 anos e jogava no Milan.
Ainda segundo o Ministério Público, o grupo teria embebedado a jovem, que teria ficado inconsciente e sido levada para a chapelaria do estabelecimento, onde teria sido violentada múltiplas vezes. A defesa do jogador, à época, afirmou que não existem provas de que a relação foi sem consentimento. A acusação foi baseada no depoimento da vítima e em conversas telefônicas interceptadas do grupo de amigos, com comentários jocosos sobre o ocorrido.
No primeiro julgamento, ele e o amigo Ricardo Falco foram condenados a nove anos de prisão, além de pagamento de indenização de 60 mil euros -os outros foram considerados incontactáveis, e o processo foi suspenso para eles. As interceptações foram iniciadas em janeiro de 2014, em telefones grampeados e escutas instaladas em carro usado por Robinho. As conversas entre Robinho e Falco reveladas pelo GE foram consideradas prova de que eles sabiam da condição da vítima.
A contratação de Robinho deixou o Santos em situação delicada com seus patrocinadores. Alguns deles já avisaram que, se o clube mantiver o projeto de manter em seu elenco o jogador, vão romper os contratos. A Orthopride, inclusive, foi a primeira a se manifestar e já rompeu a parceira que tinha com o time até 2021.
Kicaldo, Tekbond e Philco foram outras empresas que possuem contatos de patrocínios estabelecidos com o Santos que já reiteraram que irão romper a parceria caso Robinho permaneça no clube da baixada.
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