O médico particular de Diego Maradona, Leopoldo Luque, foi incluído em investigação por homicídio culposo relacionado à morte do ídolo argentino. Foram realizadas buscas no consultório e na residência do neurologista, que se defendeu das acusações.
De acordo a imprensa argentina, a medida não envolve um pedido de ação ou medida restritiva de liberdade, mas sim uma notificação da abertura de inquérito sobre a eventual prática do crime.
Luque disse aos repórteres após as buscas que entregou aos investigadores todos os registros de seu tratamento de Maradona, bem como computadores, discos rígidos e telefones celulares. Chorando, ele insistiu que não teve culpa na morte do astro argentino, que morreu na quarta-feira após sofrer uma parada cardiorrespiratória.
"Eu sei o que eu fiz. Eu sei como fiz isso. Tenho certeza absoluta de que o que eu
fiz o melhor por Diego, o melhor que pude", afirmou o neurologista, que assegurou que não era o médico-chefe, mas parte da equipe médica que cuidou de Maradona.
"Não há erro médico, nem há julgamento. Maradona teve um ataque cardíaco. É a coisa mais comum no mundo morrer assim. É um fato que pode acontecer. Sempre foi feito todo o possível para diminuir esse risco, mas não dá para bloqueá-lo", acrescentou.
Maradona havia sofrido uma série de problemas de saúde, alguns devido a excessos de drogas e álcool. Ele teria estado à beira da morte duas vezes, em 2000 e 2004. Luque disse que o ídolo argentino era um paciente difícil e havia expulsado o médico de sua casa várias vezes.
"Diego fez o que queria. Ele precisava de ajuda. Não havia maneira de chegar até ele. Ele me mandava embora, e depois eu voltava. Tudo o que fiz foi de mais, não de menos", salientou o médico.
Esta medida da justiça argentina tem como base os depoimentos de Dalma, Gianinna e Jana, filhas de Maradona, que demonstraram descontentamento com o tratamento que foi prestado na casa do ex-jogador em Tigre, na região da Grande Buenos Aires.
Como parte das "tarefas investigativas", considerou-se necessário "solicitar buscas na casa e no consultório do médico Leopoldo Luque", disse em comunicado o procurador-geral de San Isidro, em Buenos Aires. "Uma contínua investigação e apuração de provas, com alguns testemunhos, inclusive parentes diretos", seguiu a nota.
Luque se mostrou conformado com a investigação, mas reforçou que fez de tudo por Maradona. "O que fiz pelo Diego até a última fase legal, posso mostrar. Ainda não estou informado sobre as acusações. Vieram de um jeito que ninguém esperava. Isso depois de trabalhar como fiz para o Diego. Abrimos as portas e demos a eles todas as informações de que precisavam", ressaltou.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta