Um dos membros mais antigos do Comitê Olímpico Internacional (COI), o canadense Dick Pound reafirmou nesta quinta-feira a sua crença de que os Jogos de Tóquio-2020, adiados em um ano por causa da pandemia do novo coronavírus, acontecerão neste verão no hemisfério norte - entre 23 de julho e 8 de agosto -, apesar da crise sanitária ainda estar em curso, dizendo que a Olimpíada pode ser realizada sem a presença de torcedores.
"A questão é, isso é um 'must-have' (tem que) ou 'nice-to-have' (seria bom ter). É bom ter espectadores. Mas não é obrigatório", disse Pound em entrevista ao jornal japonês Kyodo News. "Ninguém pode garantir (que a Olimpíada acontecerá conforme planejado). Mas acho que há uma chance muito, muito boa de que ela possa e de que irá".
De acordo com Pound, há seis ou sete cenários sob consideração em relação aos espectadores, sendo que um deles é que apenas residentes japoneses terão permissão para comparecer aos eventos. "Certamente é uma opção. No final, a decisão será baseada no risco. E o resultado final, eles dizem, é que é melhor ter os Jogos, mesmo que não haja espectadores, do que cancelar porque não há espectadores", afirmou o dirigente de 78 anos.
Em março do ano passado, Pound previu que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio-2020 seriam adiados por causa do novo coronavírus antes que a decisão de empurrar os Jogos para 2021 fosse anunciada pelo COI, pelo governo do Japão e pelo Comitê Organizador.
Apesar da crescente pressão pública pelo cancelamento em meio a um aumento dramático nos casos do novo coronavírus em todo o mundo, o COI e os organizadores já disseram que outro adiamento é impossível, deixando o cancelamento ou a abertura em 23 de julho como as únicas opções.
"Acho que o COI e os organizadores estão empenhados em ir em frente com os Jogos, se possível. E então eles não vão cancelar a menos que haja um consenso entre o governo, autoridades de saúde e o COI de que seria muito perigoso", comentou Pound. "Mas, no momento, os planos estão em vigor. Todas as indicações são de que devemos ir em frente. Não há razão para que os Jogos não possam continuar".
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