A decisão de Roland Garros entre os dois primeiros colocados do ranking mundial, neste domingo (11), se transformou praticamente numa aula do vice-líder Rafael Nadal, 34, para o número 1 do mundo Novak Djokovic, 33.
Com domínio absoluto do confronto, o espanhol conquistou seu 13º título de Roland Garros após bater o sérvio por 3 sets a 0 (6/0, 6/2 e 7/5), em 2 horas e 41 minutos de partida.
Ao manter sua hegemonia no saibro de Paris, ele igualou pela primeira vez na carrreira o número de títulos em torneios de Grand Slam do suíço Roger Federer, 39. Agora, ambos têm 20 troféus nos quatro eventos mais importantes do circuito. Djokovic vem em terceiro nessa lista, com 17.
A líder nesse quesito, entre homens e mulheres, é a australiana Margaret Court, com 24.
Quando o locutor da quadra Philippe Chatrier -que neste ano recebeu apenas mil espectadores por dia devido às restrições da pandemia e teve seu novo teto retrátil fechado para a final- anuncia os participantes da partida, elenca seus principais feitos em Roland Garros.
Se ele já precisava de uma pausa para tomar fôlego ao citar as 12 conquistas de Nadal, para o ano que vem terá que treinar ainda mais e emendar nada menos que 13 títulos do espanhol em Paris.
Neste domingo, o rei do saibro novamente mostrou por que acumula esse cartel tão expressivo no Slam francês. Desde o primeiro set, levou Djokovic às cordas errando pouco e acertando muito, especialmente nos momentos decisivos.
Ao fim do segundo set, contabilizava 21 bolas vencedoras, seis erros não forçados, cinco quebras de saque a seu favor e três chances de quebra para o rival salvas.
Já o sérvio, que nessa altura somava 30 erros não forçados e tinha baixo aproveitamento no primeiro saque, não encontra alternativas.
Pelo placar, até que a partida poderia ter sido mais rápida. Apesar do acachapante 6/0 logo de cara, o primeiro set teve 48 minutos de duração. Isso porque em várias ocasiões Djokovic conseguia se manter na disputa em games longos, mas acabava sucumbindo ao final deles.
A terceira parcial foi a mais equilibrada, e o sérvio enfim conseguiu devolver uma quebra de saque de Nadal, mas ao final dela o espanhol conseguiu quebrar novamente e confirmar seu serviço para fechar em 7/5.
Antes do torneio, havia dúvidas sobre como seria o desempenho do espanhol numa edição do evento disputada sob frio e vários dias úmidos do outono parisiense. Tradicionalmente, o campeonato é realizado em maio e junho, na primavera, mas acabou adiado pela pandemia.
O espanhol gosta do clima quente principalmente porque ele ajuda seu topspin, efeito que faz a bola girar e subir mais ao quicar do outro lado da quadra, dificultando a vida do oponente. Nadal tem essa arma como uma de suas principais e também reclamou do novo modelo de bolas escolhido pela organização do campeonato.
Antes da final, à qual chegou sem perder sets, ele disse que já havia se sentido melhor em outras edições de Roland Garros. Mas quem olhar apenas para o que ocorreu dentro de quadra no jogo deste domingo terá dificuldades para acreditar nesse discurso.
Já Djokovic, que no início do ano alimentava a esperança de ele mesmo chegar aos 20 Slams em breve, terá que recalibrar seus planos para 2021.
Essa foi a sua segunda derrota na temporada. A primeira ocorreu quando ele acertou uma bolada não intencional numa juíza de linha e acabou desclassificado do US Open, nas oitavas de final -o torneio acabou vencido por Dominic Thiem.
Como Wimbledon foi cancelado por causa da pandemia, o sérvio termina 2020 com um troféu de Slam, o do Australian Open, num ano em que se chegou a especular a possibilidade de ele vencer os quatro.
Daqui a três meses, em janeiro de 2021, ele voltará a tentar a escala a montanha que agora tem Rafael Nadal e Roger Federer juntos no topo.
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