Atual campeão, Rafael Nadal anunciou nesta terça-feira que não vai tentar defender o título do US Open neste ano. O atual número dois do mundo alegou preocupações com a pandemia do novo coronavírus. "Parece que ainda não temos controle sobre isso", disse o espanhol de 34 anos.
"Depois de pensar muito sobre o assunto, decidi não jogar o US Open deste ano. A situação está muito complicada no mundo, os casos de covid-19 estão crescendo", declarou Nadal. "Esta é uma decisão que eu nunca quis tomar, mas decidi seguir o meu coração neste momento e, por enquanto, prefiro não viajar."
Trata-se da terceira baixa de peso no primeiro Grand Slam a ser disputado no retorno do circuito de tênis. Antes, o suíço Roger Federer avisara que não iria mais competir neste ano após passar por duas cirurgias no joelho. No mês passado, a australiana Ashleigh Barty, número 1 do mundo, também alegou preocupação com a pandemia para não competir em Nova York.
Após quatro meses parado, o circuito profissional retornou nesta segunda com as mulheres, no Torneio de Palermo, na Itália. O masculino vai voltar no dia 22, com o Masters 1000 de Cincinnati, transferido para Nova York.
Sem afirmar se é favorável ou não ao retorno das competições, Nadal disse reconhece o esforço dos organizadores e das entidades em retomar os torneios. "Sabemos que o calendário do tênis, reduzido, se tornou uma barbaridade neste ano, após quatro meses sem poder jogar. Eu compreendo e agradeço e pelos esforços que fizeram para que o calendário possa acontecer."
O anúncio de Nadal aconteceu poucas horas após a organização do Masters 1000 de Madri confirmar o cancelamento da edição deste ano. A competição, que reúne chaves masculina e feminina, havia sido reagendada para setembro. Mas acabou sendo descartada também devido a preocupação com os novos casos de covid-19 na Espanha. Só nas últimas 24 horas, o Ministério da Saúde do país registrou nesta terça mais 1.178 novos casos (em um total de 302 814) e 26 óbitos (em um total de 28.498 mortes desde o início da pandemia).
A decisão de Nadal já era especulada nas últimas semanas, principalmente após as mudanças no ranking da ATP. Devido à pandemia, a entidade fez alterações nos critérios da lista, permitindo aos tenistas manter somente os seus 18 melhores resultados em 22 meses, contando entre março de 2019 e dezembro de 2020.
Assim, o espanhol poderá os pontos conquistados com o título do US Open do ano passado, sem perder posições no ranking da ATP. Em 2019, Nadal superou o russo Daniil Medvedev numa equilibrada final, por 3 sets a 2, em quase cinco horas de jogo. Ele somou seu 19º título de Grand Slam, ficando a apenas um de alcançar o recorde de Federer. Fora do US Open, o espanhol adiou a oportunidade de igualar a marca do suíço para 2021.
A desistência de Nadal alterou a lista de cabeças de chave da competição americana. O sérvio Novak Djokovic será o cabeça um, seguido agora do austríaco Dominic Thiem, atual número três do mundo. E isso afetou também a lista de entrada da competição, garantindo dois brasileiros na chave principal.
Thiago Monteiro, que já estava garantido, entrou com folga na relação. Ele é o atual 82º do mundo. Agora Thiago Wild, 114º do ranking, também foi efetivado na lista. O tenista de apenas 20 anos vai disputar pela primeira vez uma chave principal de Grand Slam entre os profissionais. Em 2018, ele foi campeão juvenil do US Open.
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