A segunda-feira (13) começou agitada na Desportiva. O estádio Engenheiro Alencar de Araripe, em Jardim América, Cariacica, que está em processo de liquidação judicial, sofreu uma tentativa de interdição por parte do advogado do liquidante do imóvel. No entanto, dirigentes do clube que estavam no local resistiram a interdição e alegaram que pessoas residem no local.
Segundo a coluna de Vilmara Fernandes apurou, as portas do estádio seriam lacradas pela manhã e a Desportiva não poderia mais utilizar o espaço por conta de um leilão do imóvel que será realizado, referente aos imbróglios envolvendo Desportiva Ferroviária e Grupo Villa-Forte.
A reportagem de A Gazeta entrou em contato com Sávio Corrêa Simões, advogado que representa a sociedade Desportiva Capixaba e que foi pessoalmente ao estádio interditá-lo, mas desistiu por bom senso. "Me abstive de colocar os cadeados na entrada porque algumas pessoas lá dentro não respeitaram a ordem de deixar o local", explicou.
Ele ainda acrescenta que a decisão de interditar o local havia sido emitida há um ano, mas que o clube estava liberado para usar o local enquanto a hora do despejo não chegasse. "Eu sempre dou o exemplo do corredor da morte. Às vezes o preso fica 15, 20 anos lá, mas uma hora chega o momento", afirma o advogado que informa que avisou o presidente da Desportiva no último dia 9 que iria realizar a interdição, para que houvesse tempo de retirar pessoas que residem no estádio.
A reportagem também consultou a defesa da Desportiva Ferroviária, representada pelo advogado Sergius Furtado. Ele afirmou que no último dia 15 de março, a Associação Desportiva Ferroviária e o Grupo Villa-Forte solicitaram ao juiz que nenhuma decisão fosse tomada enquanto não se esclarecesse os planos do liquidante para o imóvel.
"Fizemos petições requerendo uma série de informações acerca da pretensão do liquidante, se iria alugar o local para a Desportiva ou para a outra parte (Grupo Villa-Forte), que não foi decidido", explica Sávio. A decisão não foi tomada porque na última segunda-feria (6), o juiz titular da 2ª vara cível de Cariacica se retirou do caso por motivos de foro pessoal.
Um outro problema é que o estádio abriga atualmente a Escola Eliézer Batista e loca parte do terreno para uma empresa que realiza eventos. Isso dificultaria um possível leilão do local, que teria que ser totalmente despejado para que se possa realizar a venda completa do imóvel, algo que seria impossível de se realizar da noite para o dia.
Após a tentativa de interdição do estádio na manhã desta segunda-feira (13), as categorias de base da Desportiva Ferroviária treinaram normalmente no clube. A defesa do liquidante afirmou que irá comunicar à 2ª vara cível o ocorrido para que as medidas cabíveis sejam tomadas.
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