Escalada para a cobertura de Porto Vitória e Serra, em jogo válido pelas semifinais da Copa Espírito Santo 2023, a jovem estudante de Jornalismo Ana Clara Lanius entrou para a história do futebol capixaba como a primeira mulher a narrar uma partida em transmissão oficial no Espírito Santo, nesta segunda-feira (14). O duelo, que terminou com vitória do Tricolor Serrano foi transmitido pela TVE, detentora dos direitos de transmissão da Copa ES, em suas redes sociais.
Inicialmente, Ana Clara estava escalada para ser a repórter de campo na partida. Mas devido a problemas técnicos no estúdio da emissora, o diretor da transmissão convocou a repórter para a narração quando as equipes já estavam perfiladas em campo.
“O diretor entrou no meu ponto e me convocou. Topei o desafio e subi para a cabine de imprensa, e de lá nós fizemos alguns ajustes de conexão. Por volta dos vinte minutos do primeiro tempo eu assumi a narração e fui em frente”, explica Ana.
Driblando o nervosismo, a jovem tomou conta do microfone da emissora e comandou a narração da goleada do Serra diante do Porto, em partida que terminou com o placar de 5 a 1 para a equipe tricolor. “Eu não esperava, foi uma oportunidade única e felizmente aceitei o desafio. Acho que não consigo imaginar se eu tivesse falado ‘não’. Encarei e deu tudo certo, da forma que tinha que ser. Mesmo sem preparação vocal adequada, mesmo sem toda a questão de conteúdo que o narrador tem que ter em mãos. Enfim, da forma que fizemos deu certo e eu fico muito feliz”, complementou Ana Clara.
Estudante do último período de Jornalismo na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ana Clara conta que sempre foi apaixonada pelo mundo esportivo, principalmente pelo basquete, onde teve suas primeiras experiências com narração. “Eu sempre gostei de acompanhar narrações, porque é ali que vem a emoção dos esportes. Meu primeiro contato com narração foi na Liga Capixaba de Basquete, quando eu e mais três amigos ajudávamos nas transmissões e eu tive a oportunidade de narrar algumas partidas, mas era um campeonato amador e de perspectiva bem diferente”, lembra.
Ela aponta que a breve experiência nas quadras foi o que deu segurança para encarar o desafio na transmissão da Copa ES. “No basquete que me formei como atleta, e tenho uma grande paixão por ele. Mas também sou apaixonada pelo futebol e pelo futebol capixaba, por isso também tem um espaço gigante na minha vida, ainda mais agora, com a narração do meu primeiro jogo profissional”, pontua Ana Clara.
Pensando na importância de mulheres ocupando espaços que antes eram dominados por homens, Ana Clara afirma que a expansão da transmissão da Copa do Mundo Feminina é uma das principais ferramentas para a igualdade e inclusão no esporte. “Tenho observado cada vez mais mulheres ocupando esse lugar de narração, e fico muito feliz que aqui no Espírito Santo eu também possa ocupar esse lugar. Espero que mais mulheres possam surgir e que o jornalismo esportiva conte cada vez mais com a presença feminina”, frisa Ana.
Para a jovem jornalista, esses são só os primeiros passos para a igualdade no esporte, e que ainda há um longo caminho a ser percorrido para que o jornalismo esportivo conquiste ainda mais destaque.
Antes de Ana Clara, a também jornalista Ana Caroli Mota já havia narrado jogos de futebol. Em 2016, ela comandou transmissões no formato web rádio no canal de uma faculdade privada de Vitória. Os jogos eram veiculados pela internet, mas sem as imagens.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta