Figura importante na história do Rio Branco e personagem que batiza principal estádio do Espírito Santo, Kleber José de Andrade completaria 100 anos próxima quarta-feira (13). Por isso é tempo de lembrar o legado do homem que marcou seu nome na história do esporte capixaba. Nesta data tão simbólica, a família organiza duas missas em sua homenagem: a primeira será no Convento da Penha às 15h, e a segunda será na Igreja Santa Rita às 18:30.
A primeira reverência aconteceu no último sábado (9), quando os jogadores do Rio Branco entraram no gramado do Estádio Kleber Andrade, em Cariacica, com uma faixa alusiva ao centenário. A celebração contou com familiares do ex-presidente do clube, e certamente se tornou um incentivo a mais para os jogadores, já que o clube venceu o Pinheiros por 1 a 0 e garantiu a classificação às semifinais da Copa Espírito Santo.
O presidente do Rio Branco, Paulo Pachêco, falou sobre a homenagem e o que Kleber Andrade representava: "Foi um visionário e estava à frente do seu tempo. Seu legado não pode ser esquecido, e a atual gestão compreende que não valorizar o passado é perder a memória e a própria identidade. O Rio Branco está sendo reconstruído e o projeto de gestão austera objetiva a reestruturação do clube a longo prazo, porém os objetivos futuros não serão atingidos se o ponto de partida não for a valorização do passado histórico". Ele também considera que a gestão esportiva dele foi um exemplo de perseverança e resiliência, e que baseia sua condução do clube nesses princípios.
A ligação de Kleber Andrade com o clube capa-preta começou em 1953, quando ele tinha 31 anos, um pouco tarde, o que não significa que era uma ligação fraca. Era tão forte que rapidamente Kleber se tornou diretor social do Rio Branco, se destacando no cargo até alcançar a presidência do clube, em 1966. Como presidente, sua gestão ficou marcada por grandes resultados dentro e fora de campo, conseguindo montar grandes elencos e lutando por um estádio maior para o clube, que na época mandava seus jogos no Governador Bley, local que atualmente faz parte do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), em Jucutuquara.
Um dos filhos de Kleber Andrade, Antônio César, contou que foi durante a gestão do pai que o Rio Branco precisou vender o estádio, mas que ele lutou para conseguir um lugar melhor para mandar os jogos do clube. “As pessoas falavam que não deveríamos sair do Governador, mas na época o Brasil acabara de ser tri-campeão do mundo e o Rivelino veio aqui quebrar o recorde do goleiro Jorge Reis. O estádio cabia só 12 mil pessoas e acabamos alugando o da Desportiva por 50% da renda apenas. O jogo deu quase 27 mil pessoas”, lembra.
Foi esse jogo que fez o presidente ter a certeza de que o clube precisava de um lugar maior para comportar sua torcida, que não parava de crescer. Ele lutou por recursos, fez várias ações e vendeu rifas para viabilizar as obras no terreno em Campo Grande. Apesar do esforço, Kleber Andrade não conseguiu realizar seu sonho antes de ter sua vida interrompida em um trágico acidente de carro em Minas Gerais, no ano de 1978.
Mas o sonho dele permaneceu vivo entre os torcedores do clube, que lutaram para fazer acontecer. Com isso, em 1983 foi inaugurada a maior praça esportiva do estado e que leva o nome do seu idealizador até hoje, uma homenagem justa e merecida. Antônio Carlos afirma que sente orgulho do que o pai fez pelo futebol e pelo Rio Branco, mas sente tristeza pelo fato de não terem conseguido dar continuidade ao trabalho dele.
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