Mais um caso lamentável de preconceito. O atacante Morotó, do Rio Branco, comentou ataques homofóbicos em suas redes sociais contra a jogadora Marta, após o Brasil empatar com a Jamaica em 0 a 0 e ser eliminado da Copa do Mundo. Além disso, o atleta publicou um vídeo, onde afirma não ser homofóbico, e que está apenas reproduzindo "a palavra de Deus".
"É uma pena que elas vão queimar no fogo do inferno. Será que elas conhecem a palavra de Deus? Eu sinto muito em dizer isso, mas todas elas vão para o fogo do inferno. Sinto muito, mas isso não são palavras minhas, são palavras do Senhor Todo-Poderoso, todas elas vão para o inferno", disse Morotó, em comentário nas redes sociais.
A crítica do jogador foi direcionada à Marta, maior jogadora de todos os tempos do futebol feminino, após a eliminação precoce do Brasil na Copa do Mundo Feminina. A atleta é assumidamente homossexual, e inclusive recebeu apoio de sua namorada após a partida contra a Jamaica.
A reportagem de A Gazeta tentou contato com o jogador, mas ele não quis se pronunciar. Já o Rio Branco, clube em que Morotó atua, soltou uma nota condenando a atitude do atleta e informou o afastamento do mesmo. Confira o pronunciamento na íntegra.
"O Rio Branco Atlético Clube repudia veementemente as declarações particulares feitas de forma exclusivamente pelo atleta Morotó, e ressalta que não compactua com falas e ações homofóbicas.
Somos um clube que há 110 anos luta contra todo o tipo de preconceito. Temos por princípios a defesa da diversidade e da igualdade. O futebol precisa ser ambiente de acolhimento e respeito, por isso sempre reforçamos nosso posicionamento contra todas as manifestações intolerantes.
Entendemos que o futebol vai muito além das quatro linhas, pois tem o poder de mobilizar as pessoas e transformar vidas, sendo instrumento para fomentar a conscientização sobre os destrutivos impactos da discriminação.
O clube vem estruturando internamente o Núcleo Capa-preta Antidiscriminação (Nucad), que visa criar estratégias e ações para engajar o clube e sua torcida em questões importantes na sociedade brasileira, como a luta contra o preconceito, promovendo transformações sociais por meio do futebol.
O clube comunica o afastamento do atleta e, junto ao seu Departamento Jurídico, está analisando a situação de forma emergencial para tomada de demais ações.
Deixamos também nosso respeito à Marta, maior atleta de futebol feminino de todos os tempos."
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta