Classificação do Rio Branco é ofuscada por acusação de racismo. Técnico do Capa Preta, Rodrigo Cesar, relatou que uma pessoa no estádio o chamou de "macaco" durante a partida, ocorrida neste ultimo domingo (17), contra o Nova Venécia, no Estádio Kléber Andrade em Cariacica. Na partida, o Rio Branco empatou com o Leão e avançou para as semis.
Segundo relatado pelo treinador à nossa reportagem o torcedor era do próprio Rio Branco, e arremessou um objeto não identificado ao campo para atingi-lo. A família do profissional conseguiu filmar o indivíduo, de cerca de 60 anos, mas que por não o haver registrado proferindo as ofensas, não pretende judicializar o caso, mas fazer apenas uma conscientização sobre o assunto.
De acordo com o treinador em post no Instagram, "A felicidade de ontem pela classificação do Rio Branco para a semifinal do Capixabão ficou dividida com a tristeza e a indignação. Durante o jogo, fui atacado com gritos racistas de “macaco” por uma pessoa no estádio. Minha família estava presente e testemunhou tudo, triste e sem acreditar que aquilo estivesse acontecendo".
O treinador destacou para A Gazeta que recebeu apoio do clube e que a torcida também se solidarizou. Em suas redes sociais ele complementou que " O Rio Branco, sempre na luta contra à discriminação, está me dando total apoio. Deixo registrado também que a postura criminosa deste indivíduo não representa a imensa torcida capa-preta, que também luta contra a discriminação". Porém, ressalta Rodrigo, que é fundamental que eventos como nesse não se repitam. "O autor dos insultos deve ser punido, porque precisamos ter tolerância zero diante de episódios como esse".
Ante à repercussão, o Rio Branco soltou na manhã da segunda-feira (18) uma nota oficial sobre o assunto. "O Rio Branco se manifesta para condenar o ataque de racismo sofrido pelo treinador Rodrigo César na tarde de domingo e reforçar o apoio ao nosso profissional. (...) O time, que possui raízes históricas no combate à discriminação, está prestando todo apoio ao treinador, atuando também para identificar e denunciar formalmente o autor dos insultos racistas e de ódio para as autoridades. O caso não ficará restrito apenas nesta nota de repúdio, pois clube e treinador buscarão a devida punição ao criminoso e (...) a postura criminosa deste indivíduo não representa, em hipótese alguma, a imensa torcida capa-preta, que também possui histórico de luta contra a discriminação.
Ainda segundo o Rio Branco, o clube "foi fundado em 1913 por jovens que eram proibidos de jogar futebol nos clubes que não aceitavam negros. (...) Seguiremos lutando para que o futebol seja exemplo de atitude, de punição e de ações concretas contra o racismo".
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