> >
TJD pune dirigentes de Rio Branco e Desportiva por confusão em jogo do Capixabão

TJD pune dirigentes de Rio Branco e Desportiva por confusão em jogo do Capixabão

Paulo Pacheco e Lucas Brando se envolveram em uma confusão generalizada após o empate entre as equipes no jogo de ida da semifinal da competição; clubes também foram punidos

Publicado em 10 de abril de 2025 às 19:19

Ícone - Tempo de Leitura 4min de leitura
Breno Coelho
Repórter / brocio@redegazeta.com.br

O Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol do Estado do Espírito Santo puniu dirigentes de Rio Branco e Desportiva pela confusão generalizada que ocorreu após o duelo entre as duas equipes no jogo de ida da semifinal do Campeonato Capixaba 2025.

O gerente da Desportiva Ferroviária, Lucas Brando Leite, recebeu uma suspensão de 270 dias (9 meses), por infringir três artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD):

Na decisão, a Procuradoria de Justiça Desportiva justifica a pena com o fato do dirigente grená ter desferido um soco no rosto de Paulo Pacheco, um ato que, segundo o texto, caracteriza agressão física dolosa e grave.

“O ato foi claro, direto e ofensivo, incompatível com a ética e a disciplina desportiva, sobretudo por ter partido de um dirigente que, pela função que exerce, tem o dever de agir com equilíbrio e promover a ordem entre os membros da equipe. A agressão não ocorreu em legítima defesa ou em situação de contenção; ao contrário, foi um ato ofensivo e deliberado que rompeu o decoro e o respeito que devem nortear o ambiente esportivo”, relata a decisão.

No texto, a Procuradoria destaca também que Lucas Brando teria sido responsável por iniciar a confusão generalizada que ocorreu após a partida, o que, segundo a decisão, “extrapolou os limites do aceitável sob todos os aspectos”.

Presidente da Associação do Rio Branco punido

Além dele, o presidente da Associação Atlética Rio Branco, Paulo Pachêco, também foi punido pelo Tribunal. Ele foi suspenso por 60 dias por infringir dois artigos do CBJD:

No texto da decisão, a Procuradoria afirma que a conduta do presidente da associação de invadir o campo de jogo, se dirigir a um atleta da equipe adversária e contribuir com um clima de instabilidade é grave e indevida.

“Na condição de presidente da entidade, o Sr. Paulo não possuía autorização para adentrar área de acesso restrito. E, além de invadir indevidamente o campo, dirigiu-se a atleta adversário, o que acabou contribuindo diretamente para o acirramento dos ânimos e o início da confusão generalizada. Se não tivesse ultrapassado os limites da área permitida e interagido com jogador da equipe contrária, muito provavelmente o tumulto não teria se instaurado”, complementa a Procuradoria.

Confusão no vestiário do Kleber Andrade
Confusão no vestiário do Kleber Andrade. (Tiago Taam)

Clubes também são punidos

Além dos dirigentes, Rio Branco SAF e Desportiva também receberam punições por episódios que aconteceram na partida de ida da semifinal do Campeonato Capixaba. O Capa-Preta foi condenado a pagar uma multa de R$ 1.000 pela incapacidade de impedir que seus torcedores arremessassem objetos no gramado.

A Procuradoria afirma que os clubes possuem “responsabilidade objetiva da entidade de prática desportiva pelos atos de sua torcida” e que, portanto, é dos clubes a incumbência de identificar os responsáveis pelos atos, caso não queira sofrer punições.

Já a Desportiva Ferroviária foi multada em R$ 2.000 reais após a torcida acender um sinalizador na arquibancada após a partida. O texto expõe que a defesa argumentou que o episódio não apresentou riscos evidentes e nem causou a paralisação da partida. No entanto, a Procuradoria afirma que esse argumento não tira a responsabilidade do clube, pois a utilização de sinalizadores é uma atividade sabidamente perigosa.

O texto ressaltou também que esse não é um caso isolado. “Há reincidência da torcida da Desportiva no uso de sinalizadores, o que demonstra a inércia da agremiação em adotar medidas eficazes de prevenção e repressão a esse tipo de prática, que coloca em risco a segurança de todos os presentes e compromete o ambiente adequado à prática do futebol”.

Posicionamento dos envolvidos

As partes envolvidas no processo foram procuradas pela reportagem de A Gazeta. O dirigente da Desportiva Gabriel Venturim afirmou que o clube vai recorrer da decisão, tanto da punição ao clube, quanto da punição ao gerente Lucas Brando, por entender que as sentenças foram desproporcionais. Para ele, situações semelhantes tiveram punições mais brandas anteriormente.

O presidente da Associação Atlética Rio Branco, Paulo Pachêco, afirmou que, por se considerar vítima da situação e ser réu primário, não deveria ter sido punido e que vai recorrer. Além disso, afirmou que considerou a punição ao gerente da Desportiva branda e que vai levar a situação para a esfera jurídica.

O Rio Branco SAF também foi procurado pela reportagem para se pronunciar sobre a punição. Quando recebermos a resposta, a matéria será atualizada.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

Tags:

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais