Vitor Pereira caiu. O treinador português foi demitido do comando técnico do Flamengo na manhã desta terça-feira (11) e não treina mais a equipe. A sequência de derrotas e perdas de títulos decisivos no começo de temporada minaram a confiança da torcida e da diretoria em relação ao trabalho da comissão técnica, que não suportou a pressão.
Diversos equívocos foram cometidos na gestão do clube durante o processo de contratação do técnico, tanto de Vitor Pereira, quanto da diretoria do Flamengo, representado pela figura do vice-presidente de futebol, Marcos Braz. Por isso, reunimos quatro fatores que influenciaram em mais uma troca no comando do Rubro-Negro
Uma das maiores marcas do Flamengo nos últimos anos tem sido a qualidade do time em sair tocando a bola desde a defesa com qualidade, pelo chão, sem chutões. Com Vitor Pereira, os mecanismos de saída de bola da equipe eram muito frágeis, com pouca criatividade e abusava das bolas esticadas para o pivô de Pedro, que era a única alternativa da equipe para sair da pressão adversária.
Se a equipe treinada por Dorival Júnior tinha uma fraqueza aparente, essa era o sistema defensivo. Por se defender em um 4-3-3 com pouca participação dos homens de frente na marcação, os laterais frequentemente se viam em situações de 2 contra 1. O treinador português criticava esse aspecto do Flamengo quando ainda estava no Corinthians e parecia ter a solução para o problema. No entanto, quando assumiu o Rubro-Negro os problemas defensivos só cresceram e a equipe sofria muitos gols, de diversas formas.
No início do trabalho, Vítor Pereira tentou implementar seu estilo de jogo partindo de um esquema 4-4-2, utilizando o quarteto ofensivo conhecido pela torcida do Flamengo (Everton Ribeiro, Arrascaeta, Gabigol e Pedro). Não deu certo e o treinador optou por mudar para um esquema com 3 zagueiros. Com isso, houve um revesamento da titularidade entre os quatro, e por vezes, Everton Ribeiro e Gabigol sentavam no banco de reservas. Esse esquema priorizou o jogo pelas laterais com a subida dos dois alas, minando a criatividade pelo centro do jogo que a equipe tanto apresentou durante os últimos anos.
Quando chegou ao clube, Vitor Pereira tentou definir um time titular, com o quarteto da frente mais Thiago Maia e Gerson como volantes. Depois das derrotas na Supercopa e Mundial de Clubes, o treinador decidiu mudar e a cada jogo, variava o time titular, escalando a equipe conforme o adversário. Com os constantes vazamentos de escalação antes dos jogos, os treinamentos não definiam o 11 inicial, algo que não foi bem-visto pelo elenco que sentiu a falta de entrosamento durante as partidas.
Qualquer um que acompanhe o futebol brasileiro desde 2019 sabe que a alma do time do Flamengo é o atacante Gabigol. Ele é considerado o termômetro da equipe. Se ele está bem, é um indicativo que as coisas vão bem. Se ele está mal, alguma coisa não está certa. O rendimento ruim do jogador passa pelo posicionamento dele em campo, sendo muitas vezes utilizado como um meia, ficando cada vez mais longe da área e com isso, suas principais qualidades não foram exploradas.
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