DOHA, CATAR - Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), tem dito que não está com pressa para definir o novo técnico da Seleção Brasileira. Ele vai decidir sozinho o contrato e tem trabalhado com o tempo a seu favor.
O raciocínio do dirigente exposto a interlocutores é que não há motivo para apressar a escolha.
A próxima data Fifa será em 20 de março. A equipe principal não terá nenhum torneio relevante no ano se as eliminatórias para o Mundial de 2026 não iniciarem logo. A princípio, a prioridade da entidade será a Copa do Mundo feminina, a ser disputada na Austrália e Nova Zelândia.
A eliminação diante da Croácia, na Copa do Mundo do Catar, foi o último jogo de Tite no comando. Ele já havia decidido que não continuaria e quer realizar um antigo sonho de trabalhar no futebol europeu, desde que seja em um país cuja língua domine.
Quando comandava o Corinthians, o técnico acreditava ser capaz de ir para a Itália, porque fala o idioma em um nível aceitável. Desde então, tem estudado inglês.
Desde que Tite anunciou que não continuaria, emissários telefonaram, em nome da CBF, para técnicos estrangeiros, com base na crença de que o novo escolhido não seria brasileiro. Representantes de Carlo Ancelotti, José Mourinho e Abel Ferreira receberam sondagens, mas nada avançou.
Como publicou o site UOL, Ancelotti se mostrou disposto a conversar, mas apenas a partir de junho de 2023, após a temporada europeia. Ele tem contrato com o Real Madrid.
Os contatos não foram feitos por Ednaldo Rodrigues. Ele quer definir o assunto apenas em janeiro e deve viajar para a Bahia nos próximos dias para passar os feriados de final de ano.
A seleção principal masculina vai passar por reformulação que vai além do cargo de técnico.
Outro coordenador de seleções será contratado. Rodrigues não era fã de Juninho Paulista, que desempenhou a função até a Copa do Catar, mas evitou fazer mudanças para não balançar o barco antes do torneio.
Para evitar ser responsabilizado por eventual derrota, ele instruiu os diretores a atenderem todos os pedidos da comissão técnica.
O espaço em que eles trabalhavam, na sede da entidade, no Rio de Janeiro, era até evitado por outros funcionários.
As mudanças vão passar pela coordenação de seleções, comissões técnicas e assessores.
A contratação de um técnico estrangeiro não é a solução dos sonhos do presidente da CBF. Ele gostaria de um nome nacional, mas concorda que não há ninguém considerado incontestável para substituir a Tite.
Jogadores históricos da Seleção e ex-presidentes se colocaram à disposição para dar opiniões e auxiliarem no processo. O último a fazer isso foi Ronaldo, em entrevista no Catar.
O ex-atacante falou que veria com bons olhos a contratação de um estrangeiro, mas voltou a elogiar o trabalho de Fernando Diniz.
A constatação é que qualquer nome escolhido será questionado, por isso Rodrigues não quer ouvir ninguém. Vai tomar a decisão do novo técnico sozinho porque acredita ser essa a prerrogativa do seu cargo. E que outros presidentes do passado fizeram o mesmo.
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