Andreas Pereira entrou para a história da seleção brasileira no dia 12 deste mês ao se tornar o primeiro jogador nascido fora do País a balançar as redes pela equipe nacional. O meio-campista, nascido na Bélgica, agora realiza o sonho de defender o Brasil numa competição oficial. E, na véspera da segunda partida da equipe na Copa América, ele projeta uma possível estreia no torneio.
"Sempre ficamos imaginando (como será a estreia). Estou muito ansioso, quero que comece logo o jogo. Quero treinar, mas sempre queremos que o jogo venha logo para jogar bem e demonstrar tudo o que você pode fazer pelo Brasil. Com certeza, quero marcar história aqui", declarou o jogador de 28 anos.
Andreas projeta sua estreia na Copa América porque não saiu do banco de reservas no primeiro jogo da seleção na competição, o empate sem gols com a Costa Rica, na segunda-feira. O meia poderia ser uma possível novidade do técnico Dorival Júnior para o setor, que enfrentou muitas dificuldades na armação no começo da semana.
Dorival já indicou que poderá fazer mudanças na equipe titular para o segundo jogo da seleção na Copa América, contra o Paraguai, nesta sexta-feira, às 22 horas (de Brasília). O jogador, que defendeu o Flamengo entre 2021 e 2022, poderia também aparecer no time no decorrer da partida.
Filho de pais brasileiros, Andreas Pereira nasceu na Bélgica e chegou a ser cotado para a seleção principal do país europeu, após passar pelas categorias de base da equipe. Em 27 jogos pelos times sub-15 e sub-17, ele anotou 13 gols.
No entanto, o meia garante que sempre sonhou em defender a seleção brasileira. "Sempre fui brasileiro, meu coração é brasileiro, meu maior sonho era jogar na seleção brasileira. Estou vivendo esse sonho hoje, estou muito feliz de estar aqui e representar não só minha família, mas o Brasil inteiro", comentou.
Andreas nasceu na Bélgica porque seu pai, Marcos Antônio Pereira, também jogador profissional. E, na época, vestia a camisa do KV Mechelen, da primeira divisão do futebol belga.
"Nasci na Bélgica de pais brasileiros, tem muita gente que acha que minha mãe é belga, mas meus pais são brasileiros, a família inteira é brasileira. Eu nasci lá porque meu pai jogava bola na Bélgica. Então, eu cresci lá, mas sempre com uma conexão muito forte com o Brasil, com minha família. Todo ano viajava com a minha mãe nas férias para o Brasil, visitar a família", disse o jogador, cuja família é de Londrina, no Paraná.
"Sempre tive essa conexão muito forte com o Brasil e me senti sempre um estrangeiro fora do Brasil. Sempre na Bélgica fui tratado como estrangeiro também. Então, com certeza, quando apareceu essa oportunidade de defender o Brasil, era meu maior sonho estar aqui, estou vivendo o sonho", reforçou.
Sidney Pullen, atacante nascido na Inglaterra; Casemiro do Amaral, goleiro nascido em Portugal; e Francisco Police, meio-campista nascido na Itália, representaram a Seleção Brasileira nos primeiros anos do século XX. A última vez que o Brasil teve um jogador estrangeiro em uma partida oficial foi em janeiro de 1918, ou seja, há mais de 100 anos.
Embora o regulamento da Fifa determine que um jogador só não pode ser convocado por uma seleção após disputar uma partida oficial por outra, o caso de Andreas Pereira foi diferente. Ele atuou pelas seleções de base da Bélgica, mas em 2015, pouco antes do Mundial Sub-20, enviou uma carta à Fifa solicitando permissão para jogar pelo Brasil - e chegou a marcar um gol na final. Segundo consulta da CBF, essa mudança só pode ser realizada uma vez.
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