Joseph Blatter e Michel Platini foram absolvidos das acusações de fraudar a FIFA por um tribunal criminal suíço nesta sexta-feira (8), um resultado positivo raro para a dupla de ex-dirigentes que estavam entre as figuras mais poderosas do futebol antes de serem alvos de investigações de corrupção.
"Após a decisão dos juízes do Tribunal de Bellinzona, esta manhã, eu queria expressar minha felicidade para todos os meus entes queridos que a justiça finalmente foi feita após sete anos de mentiras e manipulação", disse Platini em um comunicado. "A verdade veio à tona durante este julgamento."
"Eu ficava dizendo: minha luta é uma luta contra a injustiça. Ganhei um primeiro jogo. Neste caso, há culpados que não compareceram durante este julgamento. Vamos nos encontrar novamente. Porque eu não vou desistir e vou até o fim na minha busca pela verdade."
O promotor suíço Thomas Hildbrand pediu uma pena de suspensão de 20 meses para Blatter e Platini. Em junho de 2015, Blatter anunciou seu plano de renunciar mais cedo como presidente da entidade, como consequência de uma extensa investigação de corrupção. Menos de quatro meses depois, um caso separado de promotores suíços levou à investigação do pagamento de Platini. As consequências removeram Blatter do cargo, mas também encerraram a campanha de Platini para suceder seu ex-mentor e viu o francês ser removido da presidência da UEFA.
Tanto Blatter quanto Platini há muito tempo negam irregularidades e afirmam que fizeram um acordo verbal em 1998 para que Platini recebesse um salário extra que a FIFA não podia pagar na época. Platini assinou um contrato em agosto de 1999 para receber 300 mil francos suíços (R$ 1,6 milhão) anualmente. A defesa das acusações foi derrotada primeiro diante de juízes do comitê de ética da FIFA, que os baniu do futebol, e depois em apelações separadas na Corte Arbitral do Esporte (CAS).
Platini finalmente obteve uma vitória na Justiça no primeiro caso criminal após derrotas em cinco tribunais civis, inclusive no Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Sua proibição pela FIFA por conduta antiética expirou em outubro de 2021 e o veredicto desta sexta-feira deve abrir caminho para Platini voltar a trabalhar no futebol.
O francês não citou o atual presidente da FIFA, Gianni Infantino, embora tenha ficado claro que ele era um dos "culpados" mencionados. Infantino foi secretário-geral da UEFA por seis anos sob o comando de Platini e ganhou a presidência da Fifa em uma eleição de fevereiro de 2016 depois que seu superior foi envolvido na investigação criminal. Há muito tempo, Platini afirma ser vítima de uma conspiração para negar-lhe o cargo mais alto da Fifa e apresentou uma queixa criminal contra Infantino e outros na França no ano passado.
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