Principal produto do futebol nacional, a edição deste ano do Campeonato Brasileiro vem se consolidando como sucesso de bilheteria. Somando todos os jogos da competição até a 15ª rodada, o número de torcedores nos estádios superou 3 milhões, com média por jogo que ultrapassa a casa dos 20 mil pagantes. Um recorde. Principal vitrine dos times nacionais, a competição vem se notabilizando por ostentar arenas cheias, média de público crescente e fidelização das torcidas. Fatores como praças esportivas bem equipadas e confortáveis, iniciativa nas redes sociais para mobilizar os seguidores, ação de programas de sócio-torcedor e até inserções comerciais ajudam a promover a competição. Atraente, o Brasileirão fica mais palpável para ser consumido.
No histórico do Campeonato Brasileiro, a edição de 1983 foi a que alcançou a melhor marca de público (22.953 pagantes por duelo). Naquele ano, a partida final aconteceu no Maracanã e terminou com o Flamengo campeão e o Santos, vice. O público daquela partida registrou o recorde do torneio com 155.523 pessoas. Os estádios não comportam mais tanta gente assim, a média é de 45 mil lugares, exceto para estádios como Maracanã e Mineirão, que chegam a 70 mil ou mais torcedores.
A crescente atual tem muito a ver com o programa de sócio-torcedor, que hibernaram durante a pandemia e agora são retomados com muita sede por parte dos torcedores. A tendência de crescimento continua em relação aos associados, obrigando os organizadores a se reinventar para atrair mais participantes. Os clubes têm no sócio-torcedor uma fonte de receita importante.
Segundo Armênio Neto, especialista em geração de receitas no esporte, o entorno que envolve o futebol explica o momento atual de casas cheias. "O trabalho exercido pelos clubes para convocar o público é fundamental. Ao analisar os números, também temos de levar em conta o tamanho das praças esportivas. Por um lado, temos quatro times que conseguem levar mais de 30 mil pessoas por confronto. Em contrapartida, temos arenas menores, mas que estão sempre cheias. Observamos iniciativas nas redes sociais para seduzirem os fãs a irem ao estádio, onde também conseguem encontrar produtos licenciados e gerar outras fontes de renda", diz.
A implantação e o aperfeiçoamento dos programas de sócio-torcedor é o carro-chefe desse processo. Em tempos de retorno do público com a vacinação contra a covid-19, os clubes foram atrás de vantagens e promoções para aproximar o torcedor do seu estádio. E recuperá-lo também. Departamentos inteiros de marketing se desdobram para atrair os torcedores. O clube ganha com a mensalidade.
Campeonatos com casa cheia também geram receitas para os patrocinadores. Se a competição é uma vitrine, os locais dos jogos também criam potencial de exposição dos seus produtos. De acordo com Leonardo Sodré, CEO da GIROAgro, empresa do ramo de fertilizantes que patrocina o torneio nacional, todo espaço bem aproveitado pode se tornar um ativo para os envolvidos.
"Os bons públicos, o aumento da audiência no exterior e a competitividade, por exemplo, são coisas que valorizam a marca da competição e atraem mais investidores. O evento que envolve uma partida de futebol é recheado de inserções comerciais. Durante o clássico entre Corinthians e São Paulo, por exemplo, um trator da empresa entrou em campo carregando a bola oficial, chamando atenção dos torcedores no estádio e das milhares de pessoas que acompanhavam em casa pela TV", afirma o executivo.
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